Trinta e Cinco

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📌 15 semanas de gestação. 15 de maio de 2023.

R A P H A E L

Aperto a barriga de Tatiana devagar. Dormimos no meu quarto ontem. De novo. Mas só dormir. Precisava disso. E me acostumar com isso pode até ser um dos maiores erros, mas é um erro que eu quero cometer, que eu tô gostando de cometer.

— Acho que alguém não quer ir pro treino hoje, grãozinho. — ouço uma risadinha baixa.

Mantenho os olhos fechados e aperto a conchinha que estamos. 

— Só mais 5 minutos, por favor. — sussurro perto do ouvido dela e sinto que ela se arrepia.

— Seu pai não vai trabalhar, vai ser demitido, não vai ter sequer dinheiro pra comprar leite pra você. Imagina só? Pensou que ia nascer herdeiro e na verdade foi tapeado. — a conversa com a barriga continua e eu gargalho baixo.

— Para de ser boba, Tati. — não ouso me mexer porque a posição está ótima.

Mas ela se mexe. E se mexe muito. De forma a encaixar o quadril no meu.

Perto demais, Tatiana. Perto demais. E de manhã cedo. É foda.

— É sério, Rapha. Porque você não levanta... hum...? — o tom cômico se torna provocativo.

Nós não transamos ontem. Na verdade, a última vez que deixamos acontecer foi quando chegamos da casa da Desirée, naquela noite. E bom, tem todo o lance de não podermos, mas na verdade podermos. Qual é? Não tem nada no contrato que proíba isso, e até fizemos um filho, não é como se ela pudesse ficar mais grávida. O maior problema é a porra do sentimento que carregamos conosco.

Umedeço os lábios depositando um beijo no pescoço dela.

— Você quer que eu levante? — devolvo no tom de malícia.

Ela não responde. Continua ali, com o quadril encaixado no meu. Me torturando. Ela sabe como me deixa, e com certeza deve estar sentindo.

— Rapha? — me chama baixinho.

— Hum?

— Sabe o que eu lembrei? — se move lentamente. Murmuro baixinho de forma negativa. — Não se nega nada a uma grávida.

Puta que pariu. Que água ela tomou antes de dormir pra acordar assim? Benditos sejam os hormônios.

— E o que você quer? — aperto a cintura dela com um pouco mais de força.

Ela sequer me dá tempo de raciocinar enquanto vira de frente pra mim e me beija com rapidez. Uma das mãos de Tati fazem carinho por toda a extensão do meu abdômen enquanto eu tateio todo o quadril pouco coberto dela.

— Vem. — ela levanta e me guia em direção ao banheiro. — A mamãe aqui merece um banho. — soa bem mais sexual do que deveria ser e a vejo se despindo devagar enquanto anda até a parte interna.

Corro junto. Não vou perder a chance. Sendo os hormônios ou não, sei que também tem a gente, o nosso desejo. E ali, com a água caindo em nós dois, com o calor dos nossos corpos misturados com a água morna que cai do chuveiro, a gente se conecta ainda mais. O corpo dela indo e vindo na minha direção me deixa desnorteado. Ela está cada vez mais linda. Mais e mais.

Não tinha começar meu dia melhor, relaxando ao lado dela, com ela, dentro dela. O restante do banho é em silêncio, aproveitando a boa vibe que estamos. Como se realmente fôssemos um casal normal, e talvez nós realmente somos.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora