Dez

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Meta: 130 comentários (emojis e comentários aleatórios serão desconsiderados)

📌 Ainda no shopping. 8 semanas de gestação. São Paulo.

T A T I A N A

— Raphael, a gente nem sabe se é menino ou menina. Você realmente quer comprar roupinha? Ele ou ela é do tamanho de um grão de arroz. — sou arrastada em direção à loja.

— A gente compra cor neutra. Que antiquada, Tatiana. Podemos comprar azul e vestir uma menina. Mas sei que é um menino, eu sinto. — parece criança quando quer um brinquedo novo.

— Raphael Sensitivo. Márcia Sensitiva, corra para as colinas que já tem alguém pra te substituir. — ironizo.

Daqui a pouco ele narra os números da Mega Sena.

— Que debochada! Intimidade é aquilo, né? Tá mostrando as asinhas, Tatiana. — sorri leve.

Sigo o ditado: dê poder, mas não dê intimidade. No meu caso, estão dando os dois.

— Oi, boa tarde. No que posso ajudar? — a vendedora age de forma gentil.

— Boa tarde. A gente veio ver roupinhas pra recém-nascido.

— Menino ou menina? Temos muitas opções. — nos encaminha para um corredor que divide as roupas. Tem muitas. Tipo, muitas.

Não consigo esconder minha surpresa com a variedade. Meu coração acelera.

— Ah, não sabemos ainda. Mas eu acho que é menino. Não tem a opção unissex? — Raphael quase saltita de animação. É engraçado ver.

A vendedora assente.

— Tanto no corredor feminino quanto no masculino tem peças de tons mais neutros.

Ela nos encaminha para o corredor masculino onde, quanto mais roupinhas vejo, mais desnorteada fico.

— Cara, olha o tamanho disso. É muito pequenino. Cabe em uma boneca. — mostro um macacão tamanho recém-nascido.

— Meu Deus! Isso cabe em um bebê? — Veiga me devolve a pergunta.

— Bom, contando o fato de que agora ele é do tamanho de um grão de arroz, eu acho que ele não vai nascer tão grande, não. Deve caber. — dou ombros.

A risada baixa da vendedora nos faz olhar para ela.

— Perdão. É que costuma caber sim e ainda fica grande. Eles nascem pequeninos mesmo. — explica.

Arregalo os olhos de leve. Vou precisar ficar os primeiros meses do bebê na casa de Raphael, isso significa que eu vou ter que segurar no colo uma coisinha assim tão pequena e frágil.

— Meu Deus, Raphael! Eu vou ter que segurar ele no colo. Eu nunca segurei um recém-nascido no colo. — me desespero.

Acho que a vendedora deve pensar que somos malucos.

— Vocês são pais de primeira viagem? — pergunta e Raphael assente por mim. — É nítido pela euforia e desespero. Fiquem calmos. Com o tempo tudo vai se encaixando e no fim tudo dá certo. — ela sorri tranquila.

Minha barriga revira. Sim, no fim eu vou embora e tudo vai realmente dar certo. Agradeço a gentileza da moça enquanto Raphael continua procurando uma roupinha e eu continuo tentando não surtar com as milhões de opções.

— Rapha, acho que achei uma que você vai gostar. — sorrio boba.

— Cadê? — ele vem até mim enquanto eu pego o macacão nas mãos.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora