Dois

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📌 Duas semanas depois. São Paulo.

T A T I A N A

— Oi, Tatiana. Entra. — Raphael abre a grande porta da casa que mora.

— Pode chamar de Tati. — sorrio leve.

Vim até a casa do jogador para começar a organizar minhas coisas. Tínhamos marcado de ir no consultório essa semana mas o médico acabou tendo um imprevisto familiar e viajou. Além da agenda cheia de Raphael.

Teremos que esperar mais um tempo. Talvez mais umas duas semanas. Mas conversamos que seria melhor eu ir deixando tudo organizado aqui na casa dele para quando eu estiver grávida mesmo, assim não perdermos tempo e nem fazer esforço trazendo tudo.

Então, cá estou eu. Trouxe apenas uma mala por enquanto, com alguns itens decorativos, a uma grande quantidade de roupas e alguns acessórios. Adentro a casa do jogador ainda um pouco maravilhada com o tamanho disso tudo. Qual é, mesmo já trabalhando com pessoas de alta influência nas mídias sociais, sempre é um choque pra mim entrar em mansões.

— Separei esse quarto aqui. Tem closet e banheiro. Espero que esteja bom. — para e abre a primeira porta depois que subimos as escadas.

Porra. Espero que esteja bom? Esse quarto é quase do tamanho do apartamento que comprei pra morar aqui na capital há uns quatro anos, depois que saí de São Bernardo.

— Tá ótimo. Sério. — sorrio sem graça.

— Vou deixar você arrumando suas coisas aí, então. Qualquer coisa me chama. — Veiga vira as costas assim que eu assinto.

Abro a mala e tiro as roupas dobradas para colocar no closet. Tudo isso é um tanto fora da realidade que vivo. Mesmo em meio a festas de famosos, algumas ficadas por aqui e por ali... Tudo isso hoje é muito, muito diferente de tudo que já vivi.

Tiro um porta retrato que tem uma foto minha e dos meus avós. Fui criada por eles, mas agora sou meio que sozinha no mundo. Quando eu tinha vinte e um meu avô faleceu e, dois anos depois, minha avó também. Só que eles continuam sendo a razão para eu querer ir tão longe. E preciso lembrar disso a cada segundo da minha vida. Ainda mais agora.

Coloco uma música baixa e arrumo alguns detalhes bobos. O ambiente calmo me traz tanta paz que nem sequer percebo a hora passar. Apenas quando minha barriga faz barulho é que me dou conta de que passei muito tempo ali.

Tempo até demais.

Cheguei umas quatro horas da tarde e agora, ao olhar no celular, percebo que são quase nove da noite. Preciso ir embora pra casa.

Assim que abro a porta do quarto percebo que não consigo sair dali. Acho que seguindo reto o corredor eu encontro a escada. Arrasto a mala agora vazia para fora do ambiente, vou usá-la para trazer o restante das coisas quando vier de vez. Sozinha vou conseguir levar a mala até meu carro.

A casa continua silenciosa. Ok, eu não preciso ser vidente pra adivinhar que nesse lugar só mora o jogador. Uma casa imensa. Só para ele. Alguns quadros na parede com fotos sozinho, fotos segurando taças.

Eu não sou a maior fã de futebol, só sei o básico. De uma coisa eu sei: o Palmeiras não tem mundial. Mas tem um quadro dele segurando a taça da Libertadores.

Conforme vou andando pelo corredor silencioso, vou ouvindo a voz do jogador. Ele está falando alto.

Será que chegou mais alguém aqui enquanto estava arrumando minhas coisas? Pode ser o André brigando com ele por algum motivo. Ou pode ser os pais dele. Não sei, não é da minha conta.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora