Quinze

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Lembrem-se: Verde é menino e Branco é menina!

Esse capítulo contém mais de uma narração. Atenção.

📌 12 semanas de gestação. São Paulo.

T A T I A N A

Sinto meu corpo arrepiar involuntariamente várias vezes em determinados momentos desde que acordei hoje. Raphael saiu cedo pra treinar e eu estou aqui, olhando pro teto. Quando saímos para ir no shopping aquele dia, eu coincidentemente comprei um vestidinho branco que acho ideal para a comemoração de hoje. Eu nem acredito que hoje realmente vamos descobrir se é menino ou menina.

Estou sozinha em casa, Raphael dispensou Irene só por hoje. Já perdi a conta do quanto já andei por esses corredores. Cogitei até ir pra academia. Por falar nisso, entrei em contato com a fisioterapeuta pélvica, e ela me deu preferência. Privilégios de estar grávida de um jogador de futebol relevante.

Enquanto estou assistindo qualquer besteirinha na TV, o meu telefone vibra. Eu posso contar nos dedos quem está me mandando mensagem, vantagens de ter um círculo social pequeno. E agora nem trabalho mais, então, falo com um total de 5 pessoas no máximo.

Ligo o visor e meu coração acelera ao ver que é uma mensagem da decoradora.

Oi, Dona Tatiana, sua encomenda está pronta. Estou próximo ao seu condomínio, posso passar aí e entregar agora?

Sinto uma corrente de energia passar por cada centímetro do meu corpo, por um momento consigo ouvir até as batidas rápidas do meu coração. Não estava esperando isso, não agora. Nem almocei ainda. Raphael disse que tentaria chegar na hora do almoço pra eu não ficar muito tempo sozinha, mas ele não prometeu nada.

Se antes a ansiedade já me consumia, agora eu sou 100% ansiedade. Devo estar suando frio. Olho para a mensagem por minutos até conseguir responder algo.

Oi, eu tô em casa, pode passar aqui. Vou deixar avisado na portaria. Obrigada.

Depois que mando a mensagem continuo olhando pro nada. Um dos meus pés não para de mexer nem mesmo por um minuto. Mordo um pedacinho do meu lábio inferior na tentativa de aliviar o foco do pé, mas nada feito. Meu corpo está confuso, é tudo tão recente ao mesmo tempo que já se passaram quase quatro meses.

Não consigo pensar em nada enquanto a campainha não toca. Na minha cabeça só vem "menino ou menina".

— Aqui está, Dona Tatiana. Muito obrigada pela confiança! Desde já desejo muita saúde para o neném ou a neném e para vocês dois também. — a moça sorri doce enquanto arrasta a caixa branca para dentro da casa.

Eu observo a tudo atentamente. E se eu der uma espiadinha na caixa será que Raphael me mata? Matar não, mas provavelmente ele fique muito estressado, sim.

— Obrigada, desejo tudo em dobro. A caixa está linda! Seu trabalho é impecável. — sou cordial e a acompanho até a saída.

Assim que ela fecha a porta minha ansiedade retorna com força total. Fico ali olhando pra caixa. Minha fome para o almoço sumiu. Ligo para Raphael afim de saber que horas ele chega. No segundo toque ele atende.

— Oi, Tati. — o barulho que antes era alto, cessa no momento em que ele pronuncia meu nome. — Tá tudo bem?

Respiro fundo olhando para a caixa na minha frente.

— Oi. Tá. Tá tudo bem, Rapha. Eu só queria saber que horas você vai chegar. A decoradora já veio entregar a caixa do chá revelação aqui. — continuo imóvel.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora