Emails i can't send.30.

1.2K 180 11
                                    

  — VAMOS LÁ SEUS MOLENGAS! ISSO AQUI NÃO É FÉRIAS NÃO! — o homem usando uniforme militar gritava enquanto segurava uma mangueira e molhava os alunos que faziam polichinelos, ele estava muito sério e todos os outros estavam quase pedindo pra sair daquele "acampamento". — MAIS RÁPIDO, FRANJINHA.

Esse era o apelido que Lisa havia recebido do homem assim que ele a viu. Tinha uma coisa que eu descobri sobre lisa, ela odiava qualquer exercício que não fosse a dança, ela aparentemente era uma das garotas que só ia pra educação física por ir.

   — meu deus eu estou sentindo a alma sair do meu corpo. — minha quase namorada falou ao meu lado e quando eu a olhei de canto de olho não consegui evitar rir daquilo.

  — já chega, vão se arrumar para a fogueira a noite. — o homem falou desligando a água. Minnie se jogou no chão e tudo que eu ouvi foi um "vão sem mim, eu morri". — vocês são tão dramáticos.

Começamos a caminhar todos juntos de volta para nossas cabanas, estávamos molhados, com fome e com ódio no sangue por terem nos feito passar por isso que tipo de acampamento é esse?

  — minha cama... — lisa aponta para cama e eu fico na sua frente.

  — vai tomar banho. Você está suja e eu preciso de um lugar limpo pra por minha bunda a noite.

Ela revira os olhos e se afasta de mim levantando os polegares.

  — só tem um banheiro... — ela começa a mexer suas sobrancelhas muito sugestiva e eu nego com a cabeça rindo.

  — eu não vou tomar banho com você.

  — e por que você me odeia? — ela me encara com aqueles olhinhos brilhantes e eu confesso que eu queria muito mesmo.

  — por que precisamos tomar banho pra ir jantar e se eu for a gente vai ficar se pegando lá.

Ela balança cabeça pensativa e enfim percebe que aquilo era verdade, ela vai em direção ao banheiro e eu fico esperando ela do lado de fora da cabana para não sujar la dentro.

  Deviam ser umas 18:45 quando uma garota de cabelos rosas apareceu na minha frente com um sorriso grande e uma sacolinha de papel com um coração vermelho estampado, eu fiquei um pouco confusa e por isso fiquei de pé para encarar ela.

  — olá. — falei. Ela não devia ser da nossa turma e pensando bem eu nunca prestava atenção nos alunos que não faziam parte do meu círculo social. — o que houve?

  — me chamo Jiheon. — ela fala em minha direção, seu sotaque era muito forte e o fato de ela ter feito uma reverência me fez ter certeza que ela é uma intercambista.

  — eu sou a Jennie, em que posso ajudar? — falei um pouco devagar e ela sorriu agradecido.

  — eu sou da Coreia, sou nova na escola e... — ela respira fundo. — vim trazer isso a sua colega, ela me ajudou quando cheguei.

Ela estendeu a sacola em minha direção e sorriu mostrando seu sorriso gengival, ela parecia inocente e gentil até demais para o meu gosto.

  — a Lalisa? — pergunto e assim que estico a mão pra pegar a sacola ela volta a afastar de mim.

  — isso, ela me ajudou bastante. — ajeitou sua franjinha rosa para o lado. — ela me ajudou a beijar... digo, deixar!

  — deixar o que?

  — desculpa esse idioma é ruim pra mim. — ela passa a mão na própria testa. — deixar minha ficha naquela sala onde ficam os professores, foi minha tradutora!

  — ela é bem gentil. — resmungo e vejo ela concordar sem pensar duas vezes. — eu sou coreana também, quero dizer, fui criada aqui nos estados unidos... se quiser falar em coreano comigo.

( nem tantas) mudanças depois do verão Onde histórias criam vida. Descubra agora