Capítulo 3 - Era só o cansaço

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E assim começa a história da raposa branca:

Ser uma raposa pode significar ter algumas vantagens, mas não para a minha pequena amiga de cauda peluda. Quando era apenas um filhote, ela percebeu que algo estava errado com ela. Sua cor era diferente, não era como o restante de sua família. Ela sentia vergonha por ser assim. Sentia que não se encaixava em lugar nenhum. Por isso, num dado momento, decidiu partir para construir a sua própria história longe de todos que zombavam dela. Mas, pela primeira vez, ela percebeu que realmente estava sozinha.

Ela gostava de ver o mar e sempre se deitava na areia, observando por horas as ondas que vinham até ela e voltavam para o mar, vez após vez. Ela ficava ali até o Sol se pôr. Era um lugar solitário, mas ela tentava se convencer de que estava bem sozinha, embora não fosse verdade.

Um certo dia, percebeu que, há uma certa distância, vinha alguém em sua direção. A raposa se assustou e fugiu. Tinha aprendido desde cedo que deveria ficar longe dos homens. Mas isso não a impediu de voltar no dia seguinte.

Novamente, ela avistou alguém vindo em sua direção. Não parecia um caçador, não tinha armas. Era uma mulher bem jovem e muito bonita, que se vestia muito bem. Quando ela estava chegando perto, a raposa correu e se escondeu entre as pedras.

De longe, ficou observando aquela jovem se sentar de frente para o mar e assistir ao pôr do sol. Intrigada, a raposa foi embora. Alguém havia roubado seu lugar preferido.

Os dias foram se passando e era cada vez mais difícil conseguir comida. A raposa ficou fraca e, um dia, dormiu enquanto via o mar. Sem perceber o tempo passar, acordou sentindo o cheiro de comida. Eram frutas frescas em uma cesta. Desconfiada, olhou em volta e viu a jovem mulher atrás dela. Assustou-se.

— Calma, está tudo bem! – disse a jovem com uma voz suave. – Eu trouxe comida para você. Pode comer!

— Não estou com fome! E eu sei que você só quer me engordar para depois me devorar.

— Eu não como raposas. – ela riu.

— Quem é você?

— Sou a Princesa do Sul.

— Princesa?

— Sim! Em breve serei rainha... você quer fazer parte do meu reino? Nunca mais ficará sem comida!

— Eu não sou uma boa companhia, Princesa! – a raposa respondeu num tom de tristeza.

— Não seria melhor deixar que eu decida sobre isso?

— Já estou adiantando, para que você não perca seu tempo comigo. Eu não sou como as outras raposas. Sou sem graça, sem cor! Serei um peso. Não quero!

— Sim, você é diferente! E foi justamente por isso que gostei de você. Todas as outras raposas parecem iguais, mas você... tem algo que lhe destaca de todas as outras raposas.

— Você não está falando sério. – surpreendeu-se a raposa.

— Sim, estou! Deixe-me cuidar de você. Coma e depois venha comigo.

Assim, a raposa encontrou abrigo e alguém que a amou, mesmo sendo ela diferente. Ela foi para o castelo da princesa. A princesa tornou-se rainha e a raposa virou seu braço direito. Durante algum tempo, elas pareciam inseparáveis. Mas, com as responsabilidades de ambas, o tempo tornou-se um grande vilão.

A Rainha do Sul estava sempre ocupada, cuidando do seu reinado. E a raposa saía todos os dias para conseguir recursos para o reino. Quando tinham um tempo juntas para conversar, elas estavam exaustas. Mas, tudo bem. "era só o cansaço...", enganava-se a raposa, "era só o cansaço".

Um certo dia, a raposa saiu e voltou sem nada. Ela teve um dia difícil e já fazia um tempo que suas saídas não tinham muitos resultados. Entre os recursos, ela trazia comida, roupas e informações sobre lugares divertidos para conhecer e onde conseguir materiais para construção e expansão do reino.

Ora, passear já não era mais uma opção, então, os lugares divertidos já não existiam mais. E os recursos estavam ficando escassos. Nesse dia, a Rainha do Sul estava exausta e extremamente preocupada com o futuro do seu reino. Ela estava impaciente, nervosa, falando coisas sem pensar e ferindo a raposa com palavras. 

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E aí, o que está achando da história da Raposa? Você se identifica com ela?

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A Raposa e a Princesa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora