Capítulo 2

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Pov Wanda

Estava saindo da lanchonete, hoje fiquei apenas com um turno já que Carol e eu nos encontraria de noite, então só fiquei no pub pro café da manhã e pro almoço. Tinha falado com Sam sobre trazer uma amiga pra cá de noite, ele pareceu feliz por isso, somos amigos também e ele se importa comigo em alguma instância.

Basicamente meu ciclo de amizade era apenas as meninas do pub e a gente não era muito de sair fora do trabalho, ja passávamos tanto tempo juntas na lanchonete. Sem contar que não era do tipo de sair pra curtir. Isso exigia tempo e dinheiro.

Estacionei em frente a farmácia, peguei minha bolsa e meu receituário, iria comprar meus remédios. Entrei na loja, estava um pouco cheia e a fila grande, nem reparei muito em quem estava da loja.

— Bom dia. - disse à atendente. - Você tem esses remédios? - ela nem respondeu, apenas olhou o nome das insulinas que estava na minha receita. - Poderia ver se o número do meu cartão social já liberou algum desconto pra insulina ou se já liberou ela por completo? - novamente ela não respondeu e só digitou. O cartão social era a forma de cadastro pra pegar meus remédio de graça, mas só era liberado uma quantidade por mês e o registro era pelo meu número do RG. Era difícil conseguir esse cadastro, tinha que provar uma serie de coisas, como salário, necessidade do medicamento, gravidade da doença... Muitas coisas.

— Seu registro diz que você ja pegou o pacote do mês. Não foi liberado desconto também, não pra essa marca de insulina pelo menos.

— Um pacote que nem dura o mês todo... - resmunguei.

— Não é um problema meu. - aquela atendente tava me irritando seriamente.

— Tudo bem, quanto ta a insulina? Eu preciso das duas, de longa e curta duração. - a de longa duração só tomava 1 vez ao dia, mas precisava da insulina de curta duração pra tomar antes das refeições, já que depois de comer, era feito a curva glicêmica e minha glicose aumentava mesmo tomado a insulina de longa duração. sem a de longa duração eu produziria glicose em excesso 24 horas por dia e não apenas depois das refeições, que fazia de forma regrada de 3 em 3 horas.

— A de longa duração ta 298,50 dólares, a de curta duração ta 306,00 dólares. Já ta com o imposto incluído. - falou de forma monótona. Merda eu não tinha isso tudo.

— Tem alguma marca que meu cartão social liberou desconto? - nesse momento estava xingando todos os palavrões que conhecia em sokoviano. Não era simples assim trocar a marca da insulina, meu corpo precisava de tempo pra se acostumar.

— Só na de curta duração, com desconto fica 257,49 dólares. - tudo que eu tinha era 500 pratas pra emergência, e teria que usar esse dinheiro. Afinal era uma emergência. Mas ainda faltaria 56 pratas.

— Vou levar a com desconto, de curta duração e longa duração. - coloquei todo meu dinheiro em cima do balcão, eram 500 dólares em notas de 10 e 20. A balconista me olhou como se fosse maluca ou algo assim, era a grana que recebia de gorjeta, não eram notas em perfeito estado além dos valores baixos, mas pelo menos tinha feito esforço pra tirar o amassado da nota, ou pelo menos parte do amassado.

— A fila grande agradece... - disse se referindo a ter que contar todo o dinheiro, ela contou nota por nota, faltaria 56 pratas, sabia disso. Ela terminou de contar, me olhou com desprezo, a essa altura todos da fila me olhavam. Era humilhante. - tá faltando 56 dólares. Se não tem o dinheiro, poderia se retirar do estabelecimento?

— Olha... Você só ta fazendo seu trabalho, eu entendo. Mas a minha vida realmente depende disso! Por favor, não tem nada que posso fazer? Nenhuma outra marca do remédio? Não pode ver se cartão social tem algum crédito, de novo? Faz ideia de como é ter que controlar cada grão de comida, porquê a merda da indústria farmacêutica cobra um absurdo pro meu tratamento?!

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