O Bicho-Papão no Armário

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Durante a semana, Harry sentia o sangue quente nas veias. Desde que fora visitar Hagrid após o primeiro dia de aulas do amigo e recebeu a notícia que um certo grupo de investidores estava movendo um processo contra sua contratação.

Teria socado Malfoy no meio do nariz, se Hermione não o tivesse chamado a razão. E mesmo agora, na quinta feira, ainda queria soca-lo. Mal para Malfoy, já que agora teriam sua primeira aula juntos desde de Trato das Criaturas Mágicas.

Era tão bom descer às masmorras sabendo que ficaria irritado e tentaria matar Malfoy quando menos esperasse... Harry preferia voltar a ter aulas com Lockhart.

– Não entendo porque Draco inventou aquilo tudo. – Bufou Hermione, atirando para dentro do caldeirão acesso as raízes de margarida picadas à perfeição.

– Fácil. – Respondeu Neville, colocando as próprias e desproporcionais raízes no caldeirão. – Ele é um babaca.

– Ele tá certo. – Resmungou Harry, tentando ler do quadro o próximo ingrediente. – Lembra ano passado? Ele ficou metade do ano dizendo como Sophie estava dando para o Wood para ficar no time, enquanto ele mesmo só estava lá por causa do dinheiro do pai. Não pegou um pomo de ouro o ano todo.

– Ele é um idiota, verdade. – Ela concordou, e ergueu a mão para coçar o nariz pelo cheiro da poção. Harry segurou a mão dela e ofereceu um lenço. – Obrigada. Não sei o que faria se rasgasse essa perfuração. Bem, o que eu ia dizendo, Malfoy sempre foi um babaca com tudo e todos, mas inventar que Hagrid era perigoso? Hagrid é inocente de qualquer acusação que tivesse sobre ele.

O tolo garoto em questão escolheu aquele momento para começar a irritar o grupo.

– Têm visto o seu amigo Hagrid, ultimamente? – Perguntou Draco aos quatro, baixinho.

– Não é da sua conta – Retrucou Ron aos arrancos, sem erguer a cabeça.

– Acho que ele não vai continuar professor por muito tempo – Disse Draco num tom de fingida tristeza. – Meu pai não ficou nada satisfeito com o meu ferimento...

– Continue falando, Draco, e vou lhe fazer um ferimento de verdade – Rosnou Harry.

– ... ele apresentou queixa aos conselheiros da escola. E ao Ministério da Magia. Meu pai tem muita influência, sabe. E um ferimento permanente como este – ele fingiu um longo suspiro –, quem sabe se o meu braço vai voltar um dia a ser o mesmo?

– Então é por isso que você está fazendo toda essa encenação. – Comentou Harry, decapitando sem querer uma lagarta morta, porque sua mão tremia de raiva. – Para tentar fazer Hagrid ser despedido.

– Bom – Respondeu Draco, baixando a voz para um sussurro –, em parte, Potter. Mas tem outros benefícios, também.

– Como o quê, Malfoy?

– Como sua priminha, por exemplo. – Ele sorriu na medida que Harry achou que poderia começar a rosnar como um licantrope. – Ela tem sido tão atenciosa, faz tudo o que eu peço e...

Mas as palavras se perderam quando Harry empurrou sua cabeça contra a bancada.

– Harry, não! – Guinchou Hermione atrás dele quando o som alto do nariz se partindo encheu a sala.

Harry agarrou o cabelo do garoto e ergueu sua cabeça para que visse o estrado.

– Agora sim você tem um machucado de verdade.

– Potter! – Rosnou Snape, se aproximando rapidamente. – Solte-o, Potter!

– Se eu souber que encostou um dedo na Daisy, eu mato você e jogo seus restos para os lobisomens da floresta, entendeu?

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora