A Calmaria

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Um cheiro forte e gostoso de comida invadia os corredores e, na altura da noite de Natal, estava tão forte que até Perebas, no bolso de Ron, botou o nariz de fora para cheirar, esperançoso, o ar. Elora era de longe a pessoa mais animada para a ceia, enquanto Hope mal sabia o que estava acontecendo, Lola pulava de um canto ao outro da cozinha enquanto Tonks, Severus e o Sr. Black tentavam pôr a mesa.

Se a reclamação de Severus era de que o Sr. Black não gostava de Lola, com certeza não seria um problema após aquelas férias. Não quando cada pergunta que a garota fazia resultava em uma gargalhada alta e animada do bruxo.

Sophie não estava tão animada para a ceia, ou os presentes na manhã seguinte. Passara a noite anterior com Remus em seu quarto, boa parte da madrugada em um silêncio desperto no escuro. O padrinho, no lugar de falar qualquer coisa, deitara-se com ela na cama e deixara que lhe desenhasse os traços das cicatrizes, como fazia quando era criança. Naquela manhã, senta-se com Sophie à escrivaninha do quarto e lhe perguntara do que se tratavam as poções que fizera durante o ano.

– Sangue de Cocatriz.

– Para quê, se me permite?

Sophie deu de ombros e se arrastou para pegar o frasco em questão.

– Estava fazendo um estudo, e o veneno tem o mesmo efeito dos olhos do basilisco, mas o sangue tem o efeito de um antídoto. Eu o destilei e agora é quase uma vacina. Não sei por quanto tempo tem um efeito preventivo, mas...

– É genial. – Remus deu-lhe um sorriso torto e impressionado, observando com muita mais atenção o líquido azul denso. – Devia começar os testes.

– Teria sido muito mais útil se já existisse no ano passado.

– E agora será mais útil ainda, no futuro. Fale com Severus, comece os testes novamente.

Eles só desceram para o almoço, onde Cassandra não deixou uma janela de silêncio, ao dissertar sobre o sonho que tivera assim que encostou a cabeça na cama do quarto que Tonks lhe mostrara no segundo andar. Severus e o Sr. Black continuavam em completo silêncio, e assim ficaram até o fim da ceia, quando o professor perguntou ao mestre se aceitava vinho.

Na manhã de natal, havia alguém sacudindo-a antes mesmo de seu sonho terminar. Ainda bem, sonhava novamente com o Afogado.

Quando abriu os olhos, havia grandes olhos de tempestade sobre ela.

Os olhos do Afogado.

– Sophie, acorda, acorda. – Nashira sentava-se sobre os joelhos em seu colo, sacudindo seu ombro com ambas as mãos. – Vamos, acorde! O tio Regulus só vai nos deixar abrir os presentes quando todos acordarem.

– Bom dia para você também.

– Vamos, acorda, por favor!

Ninguém parecia querer tomar café na cozinha, já que todos se reuniam na sala com uma grande bandeja de ovos, torradas, roscas e bacon. Monstro sentava-se no chão, encolhido a um canto, olhando as luzes e as pessoas como se não quisesse chamar a atenção. Todos vestiam pijamas longos contra o frio, apesar das janelas fechadas e da porta aberta para a lareira da biblioteca adjacente.

– Bom dia, Sophie. – Cumprimentou Tonks, levantando-se para abraçá-la. – Feliz Natal!

– Feliz Natal, Tonks! – Sophie sorriu enquanto a bruxa a puxava para sentar-se ao seu lado no sofá de três lugares de onde Remus já observava Hope e Elora tateando os presentes. – Bom dia, Moony.

Com um sorriso, Remus abraçou-a e deu-lhe um beijo na testa.

– Feliz Natal, pimentinha.

– Pronto? Já chegaram todos? Podemos abrir?

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora