Os Dementadores

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Harry, Ron e Hermione saíram pelo corredor à procura de uma cabine vazia, mas todas estavam cheias exceto uma bem no finalzinho do trem.

– Vocês viram quando o Moony embarcou? – Perguntou Harry, baixinho ao se sentar ao lado dele.

O padrinho estava ferrado no sono ao lado da janela e o garoto reservou um momento para observá-lo. Usava um conjunto de vestes de bruxo novo, de um marrom claro que poderia parecer surrado, mas combinava muito bem com os cabelos loiros e a pele cappuccino. Parecia doente e cansado. Embora fosse jovem, seus cabelos estavam salpicados de fios brancos.

– Ele parece mal. – Comentou Hermione, sussurrando.

– Deve ser dureza cuidar de um recém nascido.

– Hope é um amor de bebê. Dureza foi passar a lua cheia com ela. Faltavam só dois dias quando a descobrimos, então nada de Poção de Acônito. – Harry suspirou e tirou a mala de debaixo de seu braço, a erguendo para o bagageiro. – De qualquer forma, acho que Sophie não chegou a testar a poção em crianças pequenas. Ele disse que não foi uma lua fácil.

– Eu me pergunto o que ele considera como uma "lua fácil".

– Uma em que ele possa dormir. – Respondeu Harry, sem olhar para Hermione.

– Ei, Harry. – Ela chamou, empurrando seu joelho, quando se virou, ele a viu com um sorriso. – Acha que ele vai ser um bom professor de Defesa Contra as Artes das Trevas?

– Moony é um ótimo professor, ensinou Sophie a ler com quatro anos.

– E, bem, acham que ele dura mais que um ano? – Perguntou Ron em um tom sombrio.

Harry, Ron e Hermione já tinham tido dois professores nesta matéria, e ambos só duraram um ano letivo. Corriam boatos de que o cargo estava enfeitiçado.

– Bem, espero que ele esteja à altura – Disse Harry em tom otimista. – Ensinar em Hogwarts é o sonho da vida dele.

– Em todo o caso – Ron virou-se para Harry. – Que é que você ia nos dizer? Se importa em falar com ele aqui?

– Na verdade, não. Às vezes, brigando comigo por ouvir conversa, ele me diga do que se trata, afinal.

– O que quer dizer? – Perguntou Hermione, surpresa. – Sempre pensei que o Sr. Lupin lhe contasse tudo o que perguntava.

– Sim, com a maior parte dos assuntos ele é assim. Mas sempre que pergunto sobre Sirius Black, ele e Sophie agem como se eu tivesse xingando a vó Hope.

– Bem, deve ter um bom motivo.

– Diga-me você.

Harry contou toda a conversa entre Moony e Tonks e o alerta que o Sr. Weasley acabara de lhe dar sobre não andar sozinho e nem ir atrás de Black. Quando terminou, Ron olhava abobado e Hermione cobrira a boca com as mãos. Finalmente a menina baixou as mãos e disse:

– Sirius Black fugiu para vir atrás de você? Ah, Harry... você vai ter que tomar muito, mas muito cuidado. Não vai sair por aí procurando encrenca, Harry...

– Eu não saio por aí procurando encrenca, Mione! – Respondeu Harry, irritado. – Em geral as encrencas é que vêm ao meu encontro.

– Harry teria que ser um bocado obtuso para sair procurando um biruta que quer matá-lo, não acha? – Falou Ron com a voz trêmula.

Eles estavam reagindo às notícias pior do que Harry esperara. Tanto Ron quanto Hermione pareciam ter muito mais medo de Black do que ele próprio.

– Ninguém sabe como foi que o homem fugiu de Azkaban – Disse Ron embaraçado. – Ninguém jamais tinha feito isso antes. E ainda por cima, ele era um prisioneiro de segurança máxima.

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora