A Fuga da Mulher Gorda

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– Segura aí! – Exclamou Ron. – Compramos o máximo que podíamos carregar.

Uma chuva de doces intensamente coloridos caiu no colo de Gin. Anoitecia e Harry, Neville, Ron e Hermione tinham acabado de chegar à sala comunal, as faces rosadas do vento frio e a expressão de que tinham se divertido como nunca.

– Hm, valeu? – Murmurou Gin, pegando um pacote de minúsculos Diabinhos de Pimenta.

– Como é que é Hogsmeade? – Perguntou Nashira, parecendo mais animada ao pegar uma caixinha de Feijõezinhos de Todos os Sabores. – Onde é que vocês foram?

A todos os lugares. Dervixes & Bangues, a loja de equipamento de bruxaria, Zonko's – Logros e Brincadeiras, no Três Vassouras para tomar canecas espumantes de cerveja quente amanteigada, e outros tantos lugares.

– O Correio, Ginny! Umas duzentas corujas, todas pousadas em prateleiras, todas com código de cores dependendo da urgência com que você quer que a carta chegue!

– A Dedosdemel tem um novo tipo de fondue; estavam distribuindo amostras grátis, olha aí um pedacinho, olha...

– Achamos que vimos um ogro, juro, tem gente de todo o tipo no Três Vassouras...

– Gostaria que a gente pudesse ter trazido cerveja amanteigada para vocês, esquenta para valer...

– Queria muito que nosso dia fosse tão divertido. – Resmungou Nashira.

– Ei, Gin, posso falar com você? – Chamou Harry, sentindo-se meio tolo.

A garota, com um olhar nervoso para Nashira, seguiu ele para fora da comunal, mas não muito mais longe que isso, dobraram apenas um corredor e Gin parecia ficar mais nervosa a cada passo.

– Tudo bem? – Perguntou Harry, sem saber bem o que dizer.

– Tudo, quero dizer... Tudo bem, não é? – Ela corou e mordeu o lábio.

– Você... Está mesmo bem, Gin? Parece... em pânico.

– Estou bem. Levamos um susto hoje cedo, só isso.

– Explorando Hogwarts?

– Hm? Uhum. – Ela assentiu com um sorriso crispado. – O que você queria, Harry?

– Ah. Hum... Eu, é, eu queria... É...

Ele fechou os olhos e encostou as costas na parede de pedra, desejando poder se mesclar à pedra

– Harry?

– Sim?

– Geralmente sou eu que gaguejo.

Quando abriu os olhos, rindo para Gin, a viu encostada na parede ao seu lado, olhando-o com atenção. Gin tinha olhos castanhos, não cor de chocolate como os de Sophie, era mais natural de alguma forma, como terra arada.

– Quando estávamos saindo da Dedosdemel, eu vi uma coisa e lembrei de você. Então comprei.

Enfiou a mão nas vestes e pegou a caixinha, enrolada em papel e selada com cera e o logo da loja. Fora bastante fácil falar isso, por um momento, esquecera-se que era para Gin que queria dar o dente de leão, não uma garota estranha. Gin.

Hesitante, talvez um pouco pasma, a menina levantou as mãos e segurou o embrulho com cuidado.

– Ah, Harry, não precisava.

– Eu sei. – Ele virou e ficou apenas com o ombro contra a pedra fria. – Eu só pensei que você fosse gostar.

Com um sorriso como um segredo, ela quebrou o lacre e tirou o papel pardo da caixinha, quando a abriu, ficou apenas ali, observando o dente de leão com aqueles olhos de terra. Seu cabelo não era como fogo, notou, era quase um pôr do sol, um tom bem mais suave que berrante.

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora