Entre Pais e Filhos

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Voltar para a escola poucos dias depois do Ano-Novo foi um pouco anticlimático.

Não pela parte de parar de dividir o quarto com George Weasley e acordar no meio da noite por causa do choro de Hope no quarto ao lado. Voltar para sua enorme cama de dossel no quarto compartilhado com Adrian e os outros foi ótimo.

A pior parte foi voltar sem Sophie. Sabia que ia acontecer, que o feriado não duraria para sempre, nem a euforia pela aceitação dela em Sonho de Musa. Ainda assim... A monotonia fria das aulas era decepcionante.

A parte menos pior foi o retorno do Clube de Duelos, Regulus ainda estava carrancudo enquanto Snape o assistia nas reuniões, e Snape ainda parecia preferir estar em qualquer outro lugar que não ali, mas pelo menos agora eles voltavam a duelar.

Feitiços ofensivos eram os melhores amigos de Lesath, e ele sabia disso. Feitiços defensivos não eram simples para os outros.

Se ele fosse uma pessoa um pouquinho que fosse melhor do que ele já era, talvez ficasse entediado. Mas...

– Sei que gosta de ver os outros voando para longe, mas não pode nocautear mais ninguém, ouviu? – Brigou Regulus, ao fim de uma das reuniões.

Lesath passou a mão pelos cabelos e olhou novamente para o garoto que Snape ainda tentava levantar do chão.

– Se não querem ser nocauteados, deviam aprender a desviar do estupefaça.

– Fica mais difícil se lança dois seguidos em lados opostos. – Regulus sentou-se na plataforma elevada da nova sala que Dumbledore providenciara para eles, a fim de poupar o inconveniente de transformar o Salão todo todas as semanas. – Qual é o problema, Lesath?

– Nenhum. – Um a um, os dedos de suas mãos estalaram para dentro e então para fora, ele alongou o braço. – Está tudo ótimo.

– Não está não. – Ele segurou sua mão e virou, procurando, como quando era menor, alguma lixação que denunciasse que dera uma surra em alguém. Lesath puxou a mão de volta, crispando os lábios.

– Qual é o seu problema? Já disse que estou ótimo. – Incomodado, acertou os ombros para trás e olhou novamente para o garoto. – Devia ser preocupar com o outro cara.

Regulus respirou fundo, mesmo de longe, Lesath pôde ouvir o chiado horrível em seu peito. Ele o estava olhando diretamente, com olhos cansados, rugas prematuras e lábios crispados.

– Você anda dormindo? – Perguntou, por fim. – Por que se ainda estiver tendo aqueles pesadelos, nós podemos..

– Estou dormindo, Tio Regulus. Não é isso.

– São os exercícios? Não estão ajudando?

– Estão. São ótimos para cansar e a nova vassoura é rápida.

– Então o que é?

Ele pensou em como tudo estava uma bagunça. A preocupação de Regulus era ótima, queria dizer que ele estava se sentindo bem o bastante para se preocupar. O que não queria dizer que ele de fato estava bem.

– Não tem nada. – Repetiu. Regulus não mudou seu olhar, então Lesath suspirou e apontou para o garoto. – É o Fred Weasley.

– Eu sei. Dou aula para ele há um ano e meio.

– Não, tio, é o Fred Weasley. Que chamou a Sophie de covarde, que levou o ex dela para a casa dela sem avisar ninguém. Ele merece uma surra.

– Então deixe a mãe dele lhe dar uma surra. Não é seu papel educar um idiota, sabia?

– Eu sei, acredite. Mas, droga, ele merece. É um babaca.

Regulus bufou um sorriso, batendo no ombro de Lesath.

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora