O Beijo do Dementador

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Harry nunca fizera parte de um grupo tão esquisito. Crook descia as escadas à frente; Remus, Pettigrew e Rony vinham a seguir, parecendo competidores de uma corrida de seis pernas. Depois vinham Hermione, Neville, Daphny e Láyla, que eram um grupo inusitado por si só, depois, o Sr. Black, Nashira e Sirius Black, em um silêncio tão absoluto que nem seus passos pareciam produzir ruído. Harry fizera questão de ficar para trás com Gin.

– Quer um minuto? – Perguntou a ela, assim que Nashira deixou o quarto.

– Sinceramente, não. – Respondeu ela, sem humor. – Se eu tirar um minuto vou pensar nisso e, se pensar nisso, vou começar a chorar.

– Tudo bem chorar, Gin. – Lembrou Harry.

– Não aqui. – Ela correu os olhos pelo quarto. – Talvez quando tudo isso se resolver eu passe uma semana chorando. Agora, não.

– Justo. – Ele ofereceu um sorrisinho, pensando que algum dia dariam risada de tudo aquilo. – Posso pelo menos te dar um abraço?

– Não preciso de um abraço, obrigada. – Respondeu ela, corando.

Harry torceu a boca.

– Eu nunca disse que é você quem precisa.

Gin tinha olhos finos e pontudos, castanhos cor de terra, e eles pareciam analisar completamente a alma de Harry.

– Oh, Harry. – Suspirou, pulando nas pontas dos pés para jogar os braços pelos ombros do rapaz.

Harry a abraçou pelo tronco, enterrando o rosto em seu pescoço. Gin cheirava a perfume doce e poeira, seus braços eram fortes ao abraçá-lo, uma força conquistada após um ano de treino de arremesso. Harry se afastou quando percebeu que podia sentir o coração dela batendo contra o peito dele, a sensação era maravilhosa.

– Vamos, então?

Gin assentiu, mas, ao passar novamente os olhos pela sala, focou o ponto no chão onde ficara Pettigrew, e um arrepio passou todo o corpo dela, sacudindo seus ombros. Harry pegou sua mão, para atrair a atenção dela.

– Tudo bem. – Não foi exatamente uma pergunta.

– O que você teria feito? No lugar da Nashira, o que faria?

Harry deu de ombros, apesar de saber a resposta.

– Não foi o Moony que me criou, foi o Vernon, mas devo quem eu sou ao Moony... Se eu estivesse na exata mesma situação da Nashira, acho que eu falaria para o meu pai calar a boca. Ou melhor, acho que eu não precisaria, Moony faria isso com prazer.

– Como o Sr. Black. – Lembrou ela, em um sorrisinho.

Harry fez sinal para que saíssem do quarto.

– É, foi assustador.

– Não, assustador foi você. – Disse Gin, descendo as escadas, enquanto observavam os outros descerem o alçapão.

Voltar ao túnel estava sendo uma tarefa difícil. Remus, Pettigrew e Ron tinham que se virar de lado para consegui-lo; Remus continuava a cobrir Pettigrew com a varinha. Harry os via avançar lentamente pelo túnel em fila indiana. Crook sempre à frente.

– Você errou o feitiço, sabia? – Perguntou ele enquanto esperavam os outros entrarem.

– O quê?

– O feitiço, é "expulso". Devia fazer uma grande explosão de luz e desintegrar o alvo. Você falou "expul" e só o atirou longe.

– Achei que... – Ela engoliu em seco. – Que só tinha dado errado porque estava nervosa.

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora