Capítulo XI

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Ethan Hawkeye☀️

O vestido tremulou graciosamente quando ela andou na direção da loja e passou pela porta, saindo do meu campo de visão. Para reprimir a sensação desagradável de vulnerabilidade, por não ter o controle total da situação dentro daquele prédio, foquei minha atenção no celular que tinha na mão e em observar o movimento frenético das vias naquele final de manhã.
Brian estacionou a alguns metros distante da entrada e ali ficamos atentos, enquanto os minutos passavam lentamente.

Não me agradou que tenha sido ela a ir investigar o comerciante pelo fato de não sabermos com quem estávamos lidando. Se ele era um simples testa de ferro ou um mercador da morte. Não era um plano infalível, mas era a única possibilidade de descobrir algo.

Nesse universo de artefatos bélicos não é raro descobrir a participação de pessoas que vivem em sociedade como figuras respeitáveis e acima de qualquer suspeita, até sermos surpreendidos com o nível dos atos ilícitos em que eles estão envolvidos.
Quando um carro da polícia federal estacionou na avenida em frente, reconheci imediatamente um dos homens que entrou na loja do Samir.

- Pqp!! É o Marco Aurélio.

- O que esse cara faz aqui? Será que fomos seguidos?

- Ele veio averiguar a mesma pista que nós, afinal a investigação é dele.

Digitei rapidamente no celular para avisar Mikaela da chegada indesejada e ao mesmo tempo pensava em um modo de tirá-la dali, sem que os policiais a vissem. As implicações daquele encontro seriam perigosas para ela. Marco Aurélio poderia tentar levá-la sob custódia, valendo-se da investigação em andamento.

- Dê a volta e pare na esquina. Vou buscar ela.

- O que você vai fazer?

- Não vou deixar Mikaela desprotegida. Ele pode tentar detê-la.

- Tenha cuidado, ele é um traíra.

- Se o delegado tentar algo contra ela, hoje acertamos nossas contas.

Brian atendeu a minha determinação e manobrou o carro na avenida, parando na posição que indiquei.

Saí do SUV e antes que eu chegasse na porta, Mikaela apareceu na calçada. Após um minuto de hesitação, ela andou para o lado oposto ao meu, afastando-se do policial parado no meio fio.

A alcancei e segurei seu braço para conduzi-la até o nosso carro. Percebi que minha súbita aproximação a assustou, mas ela logo seguiu a direção indicada quando ouviu minha voz.

- Entra no carro.

Me virei para observar sua expressão, enquanto meu irmão conduzia o SUV de volta para casa.

Sentada no banco traseiro, Mikaela respirava em intervalos curtos com o queixo apoiado na mão e os dedos estavam trêmulos sob os lábios.

- Você está bem?

- Não vi vocês, então me assustei.

- Quando os vi chegar, mandei Brian se afastar e dar a volta. Estava indo te buscar. Não deixaria o Marco Aurélio se aproximar de você.

- Eu sei. Obrigado, Capitão.

Ao chegarmos em casa, Mikaela entregou o celular ao Brian, ele copiou a foto para o notebook e passou a examinar a imagem na tela grande.

- Desculpe, não consegui uma boa imagem.

- Pra uma espiã estreante você se saiu muito bem.

Mikaela que sempre reagia positivamente ao bom humor do meu irmão, apenas sorriu brevemente e se afastou de nós. Ela estava bastante inquieta, retirou as sandálias e andava de um lado para o outro da sala.

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