O Protetor🔆

Capítulo XII

Ethan Hawkeye☀️

Brian voltou minutos após ter feito as alterações e o GPS já estava programado para transmitir o sinal de que o carro estava estacionado no condomínio. O meu celular seria captado pelo Notebook, o que permitiria a ele monitorar minha posição durante todo percurso.

Deixei os dois na sala e fui até o quarto me trocar e pegar o que precisava para viagem. Vesti uma camisa de malha, calça cargo e calcei meus coturnos. Não tinha a intenção de usar armamentos pesados em um local com civis, então camuflei um revólver 38 no tornozelo e a pistola Taurus nas costas, escondida pela jaqueta que completava o conjunto.

Em seguida, voltei para a sala e dei a última instrução para o meu irmão.

- Estou pronto. Brian, amanhã você vai até a agência e fala pessoalmente com o Santoro.

- Irmão, ainda acho...

- Foxie, quando vamos pra guerra o mais importante é saber quem está na nossa retaguarda. Vou ficar tranquilo sabendo que você está aqui com a Mikaela.

O encarei sério com as mãos em seus ombros e ele me respondeu com um aceno positivo de cabeça.

Mikaela e eu trocamos olhares em silêncio. O que precisava ser esclarececido entre nós, teria que ficar para a minha volta. E esse era mais um motivo para que eu tivesse êxito no que pretendia fazer.

Saindo da área urbana, guiei com velocidade pela rodovia e cheguei ao meu destino sem imprevistos.

Dirigir durante horas à noite e sem descanso não era novidade pra mim que já atravessei o deserto guiando caminhões com suprimentos, armamentos ou pessoas que precisavam sair da zona de conflito.

Apesar do carro preto não ter identificação da ACIS, optei por estacionar a Land Rover alguns metros distantes da entrada principal do Porto. Vestido à paisana, caminhei pela área de circulação de pedestres até chegar ao cais.

Após algumas horas de espera, o Neptune Leader se aproximou vagarosamente do embarcadouro como o deus dos mares. Quando o gigante cargueiro atracou, presumi que tivesse cerca de 40 metros de altura e, em cima da proa estavam ao menos 20 homens pequeninos que faziam parte da sua tripulação. O navio foi amarrado e a rampa principal desceu para que os funcionários da alfândega e vigilância sanitária subissem para fazer as inspeções e liberar o início dos trabalhos, como era usual. Não percebi nada diferente.

Atento, esperei todo desembarque dos carros que foram levados para o pátio onde seriam recolhidos por quem os importou. Como esperado nenhum Mercedez saiu sobre as próprias rodas do Neptune. Ao invés disso, cinco caixas de tamanho médio que deveriam conter as partes do veículo, foram levadas para o cais mais ao sul onde o Zênite estava atracado à espera de sua preciosa carga.

Segui na mesma direção que os pequenos tratores que puxavam a carga sobre carretas. Os containers foram colocados em uma área próxima ao navio de onde seriam içados para a embarcação.

O movimento no Porto era ininterrupto e cada profissional tinha suas tarefas específicas a cumprir de modo que o serviço de um, era seguido de outro* para que não houvesse atraso. Essa movimentação frenética permitiu minha aproximação, sem que quase ninguém notasse minha presença.

Não foi difícil identificar o chefe no meio de tantos trabalhadores. O homem corpulento que gesticulava dando ordens precisas, primeiro aos que parqueavam os carros e depois aos que manejavam os guindastes para embarcar as caixas que eram meu alvo. O abordei como alguém que aguarda o final de uma entrega.