Capítulo XVI

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Ethan Hawkeye☀️

Meu irmão nunca me deixou tão puto como naquele momento, mas também nunca levei um flagrante daquele. Na verdade, nenhuma outra mulher esteve tanto tempo dentro da minha casa e me deixou tão fora do meu juízo normal.

— Tô indo... — ele se virou na direção da saída.

— Já que está aqui, agora fica e espera.

Me afastei da bancada, indo na direção da sala.

— Vai demorar aí?

Fuzilei com o olhar o fdp segurando o riso. Ele sabe o quanto dói estar a ponto de explodir e abortar a missão.

— Não força, Brian. – adverti.

De fato ele não tinha culpa. Já que era meu fiel escudeiro, sabia as senhas das portas e tinha livre acesso a minha casa, eu esqueci totalmente desse detalhe. Felizmente estava sozinho, se a Sarah estivesse junto com ele o vexame seria monumental.

— Ethan...

Me voltei para ouvi–lo. Quando meu irmão usava aquele tom para me chamar, era pra dizer algo realmente sério.

— Fala, Brian.

— Eu sei que não é o seu perfil se envolver tão rápido assim. Só pensa bem, mano.

— Não planejei nada. Aconteceu.

— Não tô surpreso. Eu vi como ela ficou preocupada com você.

— Bom saber que ela ficou como eu. Só não pirei porque você tava aqui.

— Mikaela gosta de você, não sei o quanto, mas já gosta muito. Só aconselho a ir com calma.

Seu bom senso me surpreendeu. Tudo que eu não queria era ter que lidar com sentimentos unilaterais, ao menos pareceu não ser o caso.

— Não vou apressar, mas também não vou evitar o que tá acontecendo. Não vou me enganar que sou um santo e que nunca peguei mulher só por uma transa, mas eu não farei nada impensado com a Mikaela, guiado pela outra cabeça.

Me sentei no sofá mais distante dele, sentindo o incômodo da arma carregada, pronta para atirar. Meu soldado não aceitou bem a ordem para "descansar".

Se o Brian não tivesse interrompido, com certeza a gente não ia conseguir parar nas preliminares. Só precisei de uma pequena amostra do gosto da sua boca e da pele aveludada para saber que quero mais.

A cozinha cheirava a chocolate quente e amargo que combinado com a nota de maçã que ela exalava, tornou a atmosfera propícia para realizar o que eu havia fantasiado algumas vezes.
Bastou sentir o gosto do chocolate que já me imaginei lambuzando seu corpo com aquela calda quente e lambendo até não restar nada.

Eu parecia um adolescente me desmanchando na mão da Mikaela e que mão. Abusada e delicada na medida. Meu membro pulsava dolorido só de lembrar.

— Aahh poha, não vou ter alívio tão cedo. — murmurei de mau humor.

Precisava me concentrar e desviar a atenção para dispersar aquela energia acumulada. Era fácil. Bastava pensar na conversa que tive com o Santoro mais cedo quando cheguei na agência e do que me esperava na próxima semana.

O Comandante não era um homem de elevar o tom da voz, mas estranhei que estivesse tão controlado. Visto que eu havia saído em campo baseado em uma pista adquirida por meios fora do protocolo. Contrariando sua orientação e por isso mesmo, sozinho.

Depois de enumerar tudo que eu não devia ter feito e que seria visto como um péssimo exemplo para os agentes em treinamento da ACIS sob a minha supervisão, era nítido que havia um embate entre a desistência dele e a minha disposição em levar o caso do árabe às últimas consequências. E o motivo era porque já havia se tornado algo da minha esfera pessoal.

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