~Katherine~
— Ele te machucou. - a voz grossa e macia do homem ecoa novamente em meus ouvidos. Sinto um calafrio na espinha assim que ela segura minha mão e a aperta. Fecho os olhos aprocura de calmaria e digo.
— Não deu tempo, o senhor chegou na hora, obrigada. - digo limpando meu rosto com a manga grande do vestido. Depois de ficar de pé me afasto de seu toque.
— Tem certeza? - coloco algumas mexas de cabelo atrás da orelha e pela primeira vez olho dentro de seus olhos azuis, devia ser umas seis da tarde de onde esse senhor saiu, meu Deus .
—Sim, tenho. - olho para os lados, pelo que eu conheço o Josh ele vai se vingar por não ter conseguido o que queria. É essa hipótese me faz arrepiar de pavor. Desde que comecei a trabalhar na lanchonete do seu pai esse homem me persegue, mas está decidido nem amanhã nem nunca mais voltarei a pisar meus pés nesse lugar.
Parece que eu tenho um imã para atrair desgraça. Sempre tentei me manter escondida, visto roupas longas, roupas que eu mesmo desenho. A única coisa boa que encontrei nessa cidadade foi a dona Olga, ela foi como uma mãe pra mim.
Flashs de 5 anos atrás rondam minha mente novamente, por que isso sempre acontece comigo eu sempre me escondi debaixo das minhas roupas longas, evito até passa batom, pensando que assim talvez não chame muita atenção dos homens.
Eu me sinto horrível a cada dia que passa, a cada olhada, a cada piada de homens como ele. Isso dói tanto, principalmente por que ainda estou quebrada. Meu pai me quebrou de um jeito que acho que ninguém nunca mais irá poder consertar.
Aperto meus lábios um no outro ainda impactada com o que acabará de sofrer, mesmo dizendo que não queria, Josh violou meu corpo e ignorou meu não.
Respiro fundo repetidas vezes tentando acalmar minha respiração, olho pro céu e a lua já estava amostra, tento pensar em coisas positivas e assim vou normalizando a respiração e as batidas aceleradas do coração. Se toda vez que minhas crises viessem e eu conseguisse dar conta assim, seria tão bom.
— Onde você mora?. - o olho meio desconfiada. — Já disse que não precisa ter medo, não vou te fazer nada. Se quiser eu te acompanho até em casa é mais seguro já está anoitecendo.
— Não precisa, eu moro perto daqui...
— Mesmo assim, faço questão em te acompanhar. Vamos. - Ia abrir a boca para dizer algo mas ele ergue a mão. Começo a caminhar com ele ao meu lado, por um momento em que o vento bate contra mim sinto seu perfume invadirem minhas narinas.
Abraço meu corpo contra mim e suspiro alto. Eu já sofri tanto nessa vida, não sei por que ainda estou viva. Já pensei muitas vezes em acabar com tudo isso, acabar com essa dor e amargura dentro de mim mas quando chega na hora do ato meu corpo não consegue continuar.
— Me chamo Christopher. E você?.- ele quebra o silêncio que se estendeu entre nós.
— É.... Katherine. - coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha e atravesso a rua olhando para os lados, era para eu estar com mais medo, mas não, talvez seja a presença de um delegado, sim é isso.
— Que nome bonito. - sorrio meio tímida é a primeira vez que alguém diz que meu nome é bonito. E que me acompanha até em casa. Eu moro numa pensão, não pago nada em troca ajudo nos serviços de casa. Há cinco anos atrás um anjo caiu na minha vida.
Dona Olga me acolheu quando cheguei e sou grata a ela pro resto da minha vida.
Caminhamos um pouco mais em silêncio, não estava desconfortável muito pelo o contrário eu estava em meus pensamentos e ele nos dele.
— Pronto, chegamos! Obrigada, senhor. Deus lhe pague. - falo de frente do portãozinho.
— Você mora numa pensão?.
— Sim, a dona é como uma mãe para mim. - falo evitando olhar em seus olhos.
— Entendo, bom eu já vou indo. Se cuida foi um prazer lhe conhecer. - tira sua mão de dentro do bolso da calça e estende-a em minha direção.
— Adeus. - fecho os olhos ao apertar sua mão grande quando sinto um formigamento estranho no meu corpo.
— Adeus. - ele sorrir mostrando seus dentes brancos.
— Olha só, Kate, quem é esse belo rapaz?. A voz de dona Cármen ecoa no ar e me tira de um pequeno transe. Solto sua mão e forço uma tosse.
— Dona Cármen, a senhora não deveria estar lá dentro? O tempo começou a esfriar e daqui a pouco a senhora pode pegar uma gripe. - falo é ela arregalados os olhos. Dona a Cármen é uma velha fofoqueira e muito entrometida.
— Eu já tava indo. Tchau. - vejo ele virar em seus calcanhares e começa a caminhar. Sua camiseta apertada mostra que suas costas assim como seu peito são bem definidos, reparo só agora o quão ele é grande e forte, muito forte.
—... Você tá me ouvindo, Kate?. - me viro para a senhora tentando prestar a atenção no que ela diz.
— Melhor irmos para dentro. - seguro em seu braço e ajudo caminhar.
Já no meu quarto deito em minha cama e olho para o teto, quando fecho meus olhos me vêm o que o Josh me fez e consequentemente o Delegado. Ele é tão bonito e forte.
...
Viro-me de um lado e outro, eu havia levantado para fazer xixi e não consigo mais dormir que droga, olho a hora no meu celular e vejo que ainda são 4 da manhã. Me levanto e acendo a luz do pequeno quarto, não tinha muito luxo, era uma cama de casal um guarda roupa grande e uma penteadeira. Com meu trabalho na lanchonete eu consegui comprar uma mesa para estudar e fazer meus croquis.
Eu desenhava e costura a alguns, a parte da costura quem me ensinou foi dona Olga ela é tão boa comigo eu adoro ela.
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Amanhã solto mais 😉
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Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço]
RomanceSinopse: Um delegado viciado em trabalho, que quase não tem tempo para si, nunca imaginaria que iria sentir tamanha atração por uma jovem tímida como Kate. Uma jovem a qual ele SALVOU, não só da sombra da crueldade que seu pai cometia com sigo com...