Capítulo 22

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~Kate ~

Eu queria muito que ele me deixasse em paz, sinto ânsia só de lembrar as noites que eu passava em claro trancada no quarto. Muitas veses eu empurrava a cama contra a porta para dificultar mais sua entrada.

Deus me dava forças e eu sempre conseguia sair das suas investidas, o dia que eu achei que seria o fim de toda a minha luta eu consegui fugir, consegui minha liberdade. E pensar que posso não te-la mais a qualquer momento, me apavora.

Respiro fundo e começo a contar de 1 a 10 e de 10 a 1. Isso me ajuda com as crises principalmente as de pânico.

— Se você quiser eu levo esse número e mostro para um amigo meu, ele é um craque nessas paradas de localização.

— Não. Por favor não, eu não quero envolver ninguém principalmente você nisso. Pode deixar eu vou resolver. - falo indo para o fogão experimentar o purê.

— Katherine, quem é esse homem? - sinto até vergonha em falar pra ele que o homem que me apavora desde os meus 15 anos é o meu pai.

— Não quero falar sobre isso, por favor, eu não consigo... - começo a falar um pouco mais rápido mas paro assim que sinto seus braços e seu grande corpo me acolher.

— Shi... No se preocupe, não precisa me falar nada agora. Eu só fiquei curioso. Que tal comermos, ou ainda não está pronto?-fala num tom de brincadeira.

—  Está sim. - Comemos e assim que terminamos subimos para o quarto. Christopher notou meu incômodo em compartilho a mesma cama com ele. Isso pra mim é tudo muito novo, eu nunca dormi com ninguém.

— No se preocupe, anjinho io no irei fazer nada que você não queira. Eu só prefiro que durma comigo aqui, mas se não se sentir confortável, tudo bem, tenho outro quarto aqui. - fala tirando alguns fios de cabelo do meu rosto.

— Não, eu quero dormir aqui com você. - abraço seu corpo e sinto meus músculos relaxarem assim como os seus.

— Então vamos escovar os dentes e dormir. Já está tão tarde. - Assinto e assim que terminamos deitamos. Eu estava suando de nervoso, nem íamos fazer nada, mas a hipótese de ter ele na mesma cama e tão perto de mim me deixava assim.

...

O que você fez?- pergunto me aproximando do corpo da minha mãe. Sua cabeça tinha um corte e sangrava muito.

— Ela caiu da escada. - meu pai diz mais pra si do que pra mim. — Ela caiu da escada, ela caiu da escada... Isso, ela caiu da escada. Isso, Ricardo! Você não teve culpa de nada. - fica repetindo isso até tomar sua expressão relaxada.

— Vocês estavam brigando, foi você que fez isso. - falo em meio a lágrimas. Minhas mãos estavam sujas de sangue, mas eu não me importava, eu queria que ela estivesse bem.

—Escuta aqui, garota. Você não vai foder minha vida. - meu pai se aproxima bruscamente de mim segura em meus ombros e me pressiona contra a parede gelada. — Então por isso, sua mãe caiu da escada. Repita comigo 'minha mãe, caiu da escada'. - repito a frase e ele abre um sorriso. — Ótimo...

Depois de dias venho vendo o comportamento do meu pai mudar ao meu respeito, ele estava mais dócil, porém não era de um pai pra filho era diferente.

Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço] Onde histórias criam vida. Descubra agora