~Kate~
Eu fiquei muito envergonhada por ter "surtado" na frente de alguém, mas fui tão acolhida por ele. Pela primeira vez senti-me protegida, ainda posso sentir o calor dos seus braços fortes e o cheiro másculo de seu perfume.
Essa noite foi a mais movimentada que já pude passar aqui, o medo que senti na hipótese de que aquele garoto poderia ter atirado no Christopher faz meu corpo estremecer. Me afasto um pouco e vejo o burburinho de gente se afastando quando escutam a sirene da viatura.
— O que aconteceu aqui? - um homem fardado se aproxima.
— Tentou me assaltar, mas consegui mobiliza-lo levem-no para delegacia do centro, deixa ele dormir lá amanhã abro uma denúncia. Christopher pega algo no bolso e mostra pra o polícial que muda a postura rapidamente, como se ficasse na frente de seu superior.
— Como assim dormir em delegacia, que é isso cara?!...
— Se você escolhesse trabalhar dignamente ao invés de roubar as pessoas não teria que dormir em uma delegacia. Agora leva ele. - ordena e o homem sai sendo arrastado pelo policial. — Vamos? - ele sorrir e abre a porta novamente para mim. — Licença. - diz colocando meu cinto.
Ele gira o carro e logo entra no mesmo, aperta seu cinto e dá partida no carro. Eu sei que o que eu estou fazendo é errado, jurei para mim mesma que nunca deixaria homem algum chegar perto de mim, mas ele eu não estou conseguindo me afastar.
— Prontinho, espere vou abrir a porta. - sai do carro. — Licença. - abre um sorriso ao destravar o cinto me libertando, saio do carro e paro ao seu lado, droga de pernas não querem me obedecer. Sinto um frio na espinha e um arrepio quando seus dedos tocam em meu rosto.
Não sei o que ele está pretendendo fazer, e também não sei por que não saio correndo dali. Seu corpo está a centímetros do meu, posso sentir sua respiração bater em meu rosto, engulo em seco percebendo o que ele pretenderá fazer já que sua barba rala roça minha bochecha corada.
— Eu quero muito beijar você... - seu hálito quente bate contra meu rosto e fazem com que meus pelos se arrepiem mais. A sensação que sinto quando ele chega perto de mim é algo que nunca senti na vida, é como se meu corpo estivesse banhado de álcool e ele fosse o fósforo que acendia aos poucos um incêndio dentro mim.
— Não sei se é certo. - claro que não é certo, eu não posso não, devo me entregar nunca há um homem. Minha respiração nessa altura já estava descompassada. Seus dedos começam a trilhar a dobra do meu pescoço e queima onde passa, sim cada toque na minha pele arde intensamente. Meu útero parece que vai se rasgar dentro de mim sinto fisgadas ali.
— Por que não seria certo? . - suspira rápido e volta a me olhar, em seus lábios tinham um leve beicinho e eu não conseguia parar de olhar.
Saia daí, Katherine, você não pode, não pode.
Meu subconsciente implorava uma coisa, mas meu corpo fazia outro totalmente diferente e eu não sei o que está havendo comigo.
— Eu não lhe conheço... - falo a única mentira que vem a mente não sou muito boa com isso.
— Como não, já sei muito sobre você. Se chama Katherine, não é daqui, trabalha de costureira, não gosta de beber, mora numa pensão, seu creme favorito é o de amêndoas, parece não sair pra baladas, festas... Quê mais...
— Como sabe isso tudo?
— Sou observador. - cruzo meus braços e ele escora seu corpo no carro.
— Mas eu não sei nada sobre você. - retruco.
— Não tenho nada de muito interessante para saber. Bom... Sou delegado, não durmo cedo, sou apaixonado e viciado no meu trabalho, gosto de viajar, pode não parecer mas adoro ler, não gosto de futbool, odeio azeitonas...
— Você não gosta de fotbool? Praticamente todo homem gosta.
— Eu não. - sorrimos um para o outro. — E então, já me conhece? Ou quer saber mais?! - descola seu corpo do carro e se aproxima novamente de mim, eu quero afastá-lo mas não consigo, me aproximar dele está sendo mais forte que eu.
— Eu...- Seus lábios começam a roçar os meus, caralho me toquei que não sei fazer isso, nunca beijei ninguém na minha vida. Meu Deus que vergonha. A mão que estava na minha nuca sobe aos meus cabelos e os puxa de leve, Christopher deixa selinhos no meu queixo e bochechas mas logo volta a minha boca...
— Nossa, Kate!... - olho para o portão e dona Cármen olhava atentamente para nós dois.
— Droga. - sussurro me afastando do homem. — Dona Cármen, oi. - não sei se há xingo ou agradeço.
— Oi namorado da Kate. - ela acena e Christopher sorrir sem mostrar os dentes.
— Olá senhora. - espero ele desfazer a frase de dona Cármen mas ele não diz nada.
— Não so...- ele me interrompe.
— Acho que já vou indo, linda. Até mais. - Estremeço novamente quando ele beija minha bochecha e caminha até a porta do motorista, subo até a calçada e aceno para ele, antes de entrar no carro e sair.
— Garota você é uma malandrinha, disse que ia sair com uma amiga,so pra esconder o namorado, pensando bem um homem desses deve mantê-lo escondido mesmo. - brinca e eu sorrio com seu comentário.
— Não dona Cármen, ele não é meu namorado. - mesmo que seja inútil pedir para ela não espalhar pra ninguém o que viu, teimo em falar. — A senhora poderia por favor não comentar isso com ninguém? Não gosto de conversas com meu nome.
— Claro, querida. Eu sou um túmulo. - Claro que é.
Vou direto para o meu quarto sorrindo como uma boba, por quê disso? Não sei. Tiro meu casaco e quando ia dobrar para guardar o cheiro do Christopher invade minhas narinas. Levo meu casaco ao meu nariz e inalo todo o cheiro do homem, meu coração bate mais forte e sorrio feito uma tola. O que está havendo comigo.
Tomo um banho e coloco meu pijama, coloco minha cabeça no travesseiro e tento relaxar meu corpo. Viro de um lado, fecho os olhos. Viro de barriga para baixo tento mais uma vez mas o sono não vem, não consigo dormir.
Me levanto ligo o pequeno abajur ao lado da minha cama e pego algumas folhas brancas, sem pensar muito respiro fundo e começo a rabiscar alguns croquis.
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To tendo tanta ideia pra esse casal.
E vcs estão shipando eles?
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Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço]
RomanceSinopse: Um delegado viciado em trabalho, que quase não tem tempo para si, nunca imaginaria que iria sentir tamanha atração por uma jovem tímida como Kate. Uma jovem a qual ele SALVOU, não só da sombra da crueldade que seu pai cometia com sigo com...