Capítulo 45

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Kate

Nunca pensei que poderia sentir um medo maior do que sentia quando meu pai tentava me fazer mal,como senti agora.

O meu maior medo nem foi por mim,foi na possibilidade de perder ele. Quando vi aquela louca apontando a arma na direção dele, meu coração quase pulou para fora do peito,não imaginaria que a possibilidade de perder alguém que amamos doesse tanto.

Parece que tudo isso não vai acabar mais,mesmo que eu sentisse repugna,nojo,asco, do meu pai,eu não seria capaz de apertar o dedo nunca,nunca mesmo, naquele gatilho.

— Meu Deus,Kate, você está bem,o bebê?- recebo o abraço caloroso e preocupado da minha cunhada e melhor amiga.

— Estamos sim, Gio. Obrigada,obrigada por tudo. - agradeço, agradeço por ela ser esse anjo na minha vida.

— Filha,o menina que susto que nos deu.- vez de dona Olga me abraçar logo dona Carmem. Eu havia chamado as  para a cerimônia do meu casamento que não aconteceu graças a toda essa maldita situação.

— Está tudo bem gente, eu e o bebê estamos bem,ela não nos machucou. - digo para um pequeno tumultuo de gente que havia se juntado no cartório.

Felipe me deixou aqui,e Chris foi levar Margot para a delegacia. Ele precisava abrir uma ocorrência e depois eu iria para dar meu depoimento .

Respiro fundo quando sinto uma tontura de leve junto com um enjoo,hoje o dia foi bastante movimentado. Estive a ponto de morrer e perder o pai do meu filho.

— Galera,eu sei que não é o momento mas eu preciso falar pra vocês. Eu vou viajar a trabalho e vou ficar fora alguns meses. - Giovanna fala .

— É sério filha. Eu vou sentir sua falta,quanto tempo você vai ficar fora?

— Não sei, mas provavelmente de 7 a 11 meses. Eu vou a trabalho.

— Ah minha amiga,eu sentirei sua falta.- a abraço.

...

— Como vai ficar toda essa situação? - pergunto me sentando na poltrona da sala de Chris. A primeira vez que vim na delegacia, conheci alguns amigos e colegas dele e a sua sala.  Chris quis que eu o esperasse já que seu turno acabaria daqui uns 20 minutos.

— Eu espero que bem. Ela cometeu muitos crimes,além dos que você sabe,ela pretendia dar um desfalque na empresa em que o pai era sócio,e chantagem com um sócio do pai. - estiro minhas pernas sobre o sofá.

— Não imaginaria que ela seria capaz de tanto. Ela parecia ser tão chique,destinta.

— As pessoas podem nos enganar através da roupa,do jeito que aje. - Chris senta na ponta do sofá e coloca meus pés em sua coxa,logo começa a massagea-lo.

— Verdade. Hum, isso tá bom. - digo olhando pra ele que tinha um sorriso sapeca.

— Sabe,minha pequena... Eu sempre quis transar aqui,nessa sala,nesse sofá e naquela mesa. - fala subindo sua mão para minhas pernas.

— Querido,não podemos. Estamos no seu trabalho.

— O que tem,o pessoal não vai nem saber.

Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço] Onde histórias criam vida. Descubra agora