~Kate~
Depois que eu contei sobre meu passado para Christopher, eu me sentia bem mais leve, era como se eu tivesse descarregado um pouco do fardo que eu carregava durante anos sozinha, sem compartilhar para ninguém.
— Você nunca pensou em fazer terapia?- engulo o grande gole que havia tomado de café e olho para o homem a minha frente .
—Já pensei, mas além de ser caro eu não sei se me sentiria bem em contar minhas dores para um estranho.
— Não, Kate, você vai só contar sobre seus sentimentos,como se sente, talvez com o tempo você falaria sobre seu passado, não sabe o quão e gostoso falar com alguém que te entenda. — Porque não marca uma seção com a minha terapeuta?
— Vou pensar, tá bom?
— Ta bom.- ele se levanta e caminha até a pia e começa a lavar a pouca louça que tinha ali. Não sei o que deu em mim, pois me atrevo a olhar a bunda dele, e meu Deus aquele homem tem uma bunda e tanto viu meus amigos.
...
Alguns dias haviam se passado e eu estava bem melhor, meu pai não havia aparecido nem dado as caras, claro que com a super proteção do Chris e da Gio. Eu contei pra Gio que tinha um cara do meu passado me atormentado novamente e ela agora sempre me traz pro trabalho já que eu já saio tarde e está escuro. Chris, ele me pediu que o chamasse assim, sempre que Giovanma não pode me levar ele da um jeito eu já disse pra eles que não precisam dessa preocupação toda.
Por incrível que pareça e por eu conheçer meu pai, sei que ele nunca irá me procurar assim, se ele sabe onde estou e meu número, então saber que eu tenho a proteção do Chris.
Enquanto o Chris, nossa ele está sendo um príncipe comigo eu nunca imaginei que alguém poderia me dar tanto carinho como ele está me dando.
Eu não sei o que ainda sinto por ele porque eu nunca amei tão intensamente ninguém alem da minha mãe e com amores totalmente diferentes.
Eu sinto necessidade em estar perto dele, respirando o mesmo ar que ele, compartilhando as mesmas coisas juntos. Eu não saberia dizer se é amor eu só sinto essas coisas.
— Kate, hoje eu vou sair um pouco mais cedo, tenho que terminar umas fotos como o Douglas na praia pra nova coleção de biquínis, vamos pegar o por do sol. - diz toda empogalda colocando um óculos de sol no rosto.
— Tudo bem, não precisa se preocupar já disse. - lhe dou um sorriso. — Eu vou de ônibus ou metro, minha casa não é tão longe. - falo entregando os biquínis que foram escolhidos pela marca para que Giovanna usasse.
— De jeito nenhum, vou me certificar que Chris vá te levar em segurança para casa, só Deus sabe o que esse psicopata quer com você. - eu não falei pra Gio quem esse "psicopata" realmente era, só disse que um cara que me atormentava no passado está atrás de mim, aliás que voltou a me importunar né .
— Já disse que não tem problema nenhum...-sou interrompida por ela.
— Não descuta, Katherine. - sem questionar mais, Gio sai e eu continuo meu trabalho.
Eu havia me atrasado na entrega de algumas peças que precisava de reparos, estava tentando ir mais rápido que eu pudia, pois quando Chris chegar eu não queria que ele tivesse que me esperar terminar de fazer isso.
Acho que só havia eu e o pessoal que fecha aqui, no prédio, mas eles ficam no setor de baixo só vêm aqui para limpar e apagar as luzes. E finalmente tinha terminado, estava apenas arrumando minha bolsa quando escuto passos, Chris veio na hora certa, assim nenhum dos dois terá de esperar ninguém.
Coloco a bolsa no ombro e me viro com o sorriso mais largo que poderia ter, estava louca para ver Christopher. Uma pena, pois meu sorriso se desfaz ao me virar e ver que não era Chris, era ele. Ele realmente voltou.
— Olá, bonequinha! Não vai dá um abraço no seu papai. - Diz com um sorriso e braços abertos. — Não se preocupe, não estou chateado com você, deveria mas não estou. Você sabe que foi feio o que fez. - seu tom era leve. Sua apetência irritante era a mesma, não havia mudado nada.
Eu não conseguia falar, apenas balanço minha cabeça em negação, afim de eliminar aquela cena talvez era a minha imaginação. Eu estava em choque, não sabia o que fazer.
— Em fim, consegui te encontrar sozinha. Caralho quando não é aquele delegadinho de merda é a irmanzinha chatinha dele. Como consegue atura-los, boneca? - O nó na minha garganta estava grande agora, estou com dificuldade para respirar.
— O Chris... - ele me corta.
— Ah, não se preocupe. Ele não vai poder vir por agora, dei um jeitinho.
— O que fez com ele? - entro em desespero, vai saber o que esse louco fez.
— Calminha, nossa como você se preocupa com esse cara não é, poxa..., - dá mais alguns paços vindo de encontro à mim. — Fiquei magoado, não me diga que você já se entregou pra ele, é isso não é? - ele continua a pequenos paços se aproximando de mim.
— Do que você tá falando, me deixa em paz por que voltou? - meu medo era nítido havia terror em meus olhos e corpo.
— Katherine, você não entende que é minha? Você me pertence, ninguém poderá te ter além de mim. Assim como sua mãe, ela foi minha até o seu último suspiro e assim será com você, mesmo estando manchada por outro. - ele estava há centímetros de mim, e eu não sabia como reagir aquilo.
— Você matou a minha mãe, eu odeio você. - cuspo as palavras em sua cara e ele apenas sorrir como se toda essa merda fosse uma brincadeira.
— Você sabe o que houve, boneca. Ela caiu da... - o interrompo.
— Não, merda. ELA NÃO CAIU DA ESCADA. - eu não sabia o que estava fazendo apenas estava fazendo. Aponto o dedo em seu peito e exaspero tudo o que viveu entalado por anos. — VOCÊ HÁ MATOU, VOCÊ QUE EMPURROU ELA. FOI VOCÊ! - por um momento vi seus olhos se fechando e quando ele os abriu, o ódio e ressentimento queimava seu corpo.
— Eu não vou permitir que fale assim comigo, vadia. Eu tentei ser um pai legal mas você está falando coisas que não são verdades e está me machucando, e muito. - agora eu parecia a garotinha de 15 anos outra vez, ele começou a segurar em meu pescoço e estava mais raivoso...
— Larga ela, agora. - seu aperto afroxa um pouco, a voz do homem que está todos dias nos meus pensamentos ecoa pelo ar, ele veio, ele veio. — Kate, meu amor.- não penso duas vezes, e aproveito a folga do seu aperto e corro dos braços daquele monstro.
— Chris..., - sai como um suspiro fraco. Você veio. - digo me enterrando em seus braços, ele me envolveu na cintura e me apertou como se estivesse mostrando que estava ali.
— Eu sempre irei vir por você.
— Delgado Christopher. - escuto a voz do meu... Do Ricardo. — Uma honra conhecer um dos melhores delegados da região.- a falsidade era nítida em sua fala.
— O que você fez com ela? E eu sei muito bem quem é você. - Chris me coloca atrás de seu corpo.
— Como pode pensar que fiz algo contra Kate?! Sou o pai dela.
— É por você ser a merda do pai dela que eu tô perguntando. - Chris se aproxima dele a passos grandes e firmes. — Eu quero que você suma da vida dela, ou você irá se arrepender do dia em que sentiu a luz do sol pela primeira vez, e eu não estou brincando. - Chris parecia que pularia nele, ele havia se transformado em outro.
— Está me ameaçado, delegado?
— Entenda essa droga como quiser, seu filho da puta. Só não se aproxima da minha mulher nunca mais, tá ouvindo?
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Eita, temos um delegado pocesso por aqui 👀
Deixa um ❤️ quem amou esse Chris 🥵😮💨
Tadinha da Kate, né gente? Tentei colocar o máximo de emoção que eu consegui, achei que não seria tão difícil escrever essa cena. Mas vi que estava totalmente errada. Escrever algo que tenha violência nunca será fácil.
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Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço]
RomanceSinopse: Um delegado viciado em trabalho, que quase não tem tempo para si, nunca imaginaria que iria sentir tamanha atração por uma jovem tímida como Kate. Uma jovem a qual ele SALVOU, não só da sombra da crueldade que seu pai cometia com sigo com...