Capítulo 36

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~Chris ~

Kate entrou na minha vida como um furacão e tirou todos os meus medos, amarguras e ressentimentos que a desilusão me fez sentir. Durante todos os dias eu sentia que meu corpo flutuava, flutuava como uma bolha de sabão.

- Chefe. - desperto de meus devaneios e olho para o homem a minha frente. - O senhor está bem?

- Oi! Estou, só tava meio perdido nos pensamentos. O que você queria mesmo?

- Falar que desde ontem o senhor vem recebendo ligações de uma mulher descontrolada.

- Ela falou o nome?- pergunto já imaginando quem seja.

- Não, disse que o nome dela só desrespeita a ela e o senhor.

- Tá bem, Rui. Obrigado. - guardo minha carteira no meu bolso e caminho para a saída da delegacia. Estou aqui a quase 24 horas, deixei Kate sozinha em casa, não queria mas não tive outra escolha.

E só de saber que em algumas horas eu estarei a abraçando e sentindo seu cheiro eu já fico com as mãos suando.

Sigo meu caminho para casa, hoje Giovanna disse que iria levar Kate em casa e eu aceitei. Pois, seria o tempo que eu tomaria banho e trabalhava mais um pouco de casa.

Estava concentrado lendo alguns inquéritos quando minha campainha toca, acho estranho, mas mesmo assim vou abrir. Como o porteiro não anunciou é alguém conhecido. Kate não pode ser, pois ela levou a chave extra que dei pra ela.

Abro a porta e lá estava, a escultura de uma loira com seu habitual trage de mulher sedutora e poderosa. Seus cabelos loiros sobre o ombro, seu rosto sempre pintado, assim descrevo a figura da mulher que me fez tanto mal.

- Christ. Até que enfim eu te encontrei. -antes que eu fale alguma coisa sinto os braços de Margot rodearem minha cintura.

- Mas o que você está fazendo aqui?- desgrudo seus braços do meu corpo.

- Eu preciso da sua ajuda. Minha família está falida. - fala entrando e já se sentando, ela tinha um lenço na mão e usava para limpar uma possível lágrima.

- E o que eu tenho haver com isso, não somos nada, inclusive poderia ir embora da minha casa. Nem sei por quê o meu porteiro não te anunciou. - cruzo os braços olhando a mulher se levantar e caminhar até mim novamente.

- Você nunca vai me perdoar pelo o que te fiz não é?

- Margot o que realmente você quer comigo, eu não te entendo, por que apareceu na minha vida outra vez,me deixe em paz.

- Christ, preciso de você. A empresa do meu pai sofreu um desfalque e preciso de alguém para investigar o que houve?

- Se é algo de trabalho por que não me procurou na delegacia? E você tem que fazer uma denúncia na delegacia da sua cidade, porque até onde sei a empresa do seu pai é só em outra cidade. - falo sem paciência, eu queria que ela fosse embora logo, antes que Kate chegasse. Não suporto mais estar ao lado dela, tudo que vem dela me dá asco.

- Christ eu te... - escuto ruídos na porta e antes que eu expresse alguma reação, sou surpreendido com os lábios da mulher. Margot segura forte em meu rosto, sem me deixar pensar em algo para poder agir.

Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço] Onde histórias criam vida. Descubra agora