~Chris~
Depois de vestir sua roupa, eu ajudo Kate a secar seu cabelo com o secador. Mas depois de uns minutos ela parece voltar para sua bolha, ela estava sentada na cama com os braços cruzados e parecia que estava viajando em seus próprios pensamentos.
Me aproximo e entrego um copo de água para que ela tome. Toco em seu ombro e ela se encolhe parecendo que está com medo de mim.
— Kate, sou eu.
— Desculpa..., eu.
— Não se desculpe, anjo. Eu só quero que você fique bem.
— Sabe... - Kate se levanta e caminha para a janela. — Eu preciso falar isso pra alguém, ou enlouquecerei.
— Tem certeza, acha que está pronta para falar?
— É, eu tô... - ficamos um tempo em silêncio até ela quebrar. — Quando eu tinha 15 anos encontrei minha mãe caída, com a cabeça sangrando. Exatamente o sonho que tive agora. Quando perguntei pro meu pai o que ele tinha feito com ela, não me disse nada ele só me obrigou a falar que ela tinha caído da escada. - diz e para um pouco.
— Mas você não viu o que aconteceu?
— Eles estavam brigando, sempre que ele chegava bêbedo eles discutiam e as vezes ele batia nela e em mim. Minha mãe mandou eu me trancar no quarto, e aquele dia eu só saí por que ouvi um grito dela e depois um silêncio. Nunca irei esquecer aquela cena, a última conversa que tive com ela, tudo estará guardado pra sempre comigo. - me atrevo a caminhar até chegar perto do seu pequeno corpo e abraçá-lo, abraço suas costas tão forte que ela se vira e fica de frente pra mim. — Depois de tudo isso..., ele... o meu pai... - pondera um pouco como se procurasse palavras certas para falar, e eu torcia para não ser o que estava imaginando.
— Shi, tá tudo bem. Se não se sentir pronta para falar disso, anjo. - faço carinho em seus cabelos afim de alcama-la.
— Ele começou a me olhar diferente depois de um tempo. Eu não entendia muito bem porquê daquilo, daqueles toques olhares. Eu ainda me culpo, talvez se eu tivesse me privado mais... - seguro em seu rosto fazendo ela me olhar.
— Nunca mais repita que foi culpa sua, entendeu? Você não tem culpa de nada, ele é o único culpado porque foi ele quem te fez mal. Não se prive por algo que você só foi mais uma vítima. - seus olhinhos marejados não se desgrudavam dos meus e me atrevi a tocar nossas testas uma na outra.
A respiração dela voltara a se desrregular, estava tendo mais uma crise? Passo meu dedão em sua bochecha secando a lágrima que havia rolado de seus olhos por ela ter que revirar seu passado traumatizante para me contar.
— Me fala que ele nunca conseguiu fazer nada com você. - pergunto algo que me martilizava, mesmo ela ter me dado indícios que o maldito nunca havia conseguido se apossar de seu corpo.
— Não, eu sempre consegui fugir dele. O dia que eu achei que não conseguiria eu quebrei uma garrafa na cabeça dele e fugi dele pra sempre, bom era o que eu achava. Ele voltou e vai me pegar, vai me machucar de novo... - enterrompo novamente seu desespero.
— Eu não irei permitir nunca, ele não vai te fazer mal nunca mais. Eu vou proteger você mio anjinho.- encosto meus lábios um pouco mais aos seus de uma maneira delicada. Kate aproxima mais seu corpo e envolve seus braços em meu pescoço, enquanto nossas línguas se envolvem num beijo lento e doce.
Kate aprendeu muito rápido como se faz, seu beijo está maravilhoso acho que um dos melhores se não for melhor que já beijei. Arfo quando sinto suas unhas passarem por minha nuca, um lugar sensível se é que me entendem. Descolo um pouco meu corpo do seu, não quero que ela perceba a minha ereção.
— Kate... - sussurro em seu ouvido tentando controlar o homem bruto que habita em mim. Já fazem muitas semanas que eu não me envolvo com nem uma mulher, na verdade, a única mulher que eu me "envolvia" se assim dizer, era a Ju, mas ela está namorando e então paramos de nos relacionar. Claro que nossa amizade continua intacta, como eu disse, Juliana pensa da mesma forma que eu e nosso sexo era apenas para nos aliviar.
— Crhis...-antes de nós desvencilhiar ela deixa um beijo casto nos meus lábios. — Obrigada por tudo. - deitamos e eu puxo seu pequeno corpo para o meu depois de anos eu desejava dormir assim com um único alguém, só ela.
...
Me assusto com o meu celular tocando, já imagino até quem seja. Abro os olho e olho para o lado mas Kate não estava mais, caminho até onde havia deixado minha calça e pego meu aparelho no bolso da mesma.
— Fala. - digo vendo o nome do meu amigo na tela.
— Credo, nem um bom dia. Que vida amarga, já sei, a noite foi rui né?
— Felipe, você consegue se ouvir?!-exclamou e me sento na cama.
— Foi mal, cara. Brincadeira tá, paz e amor. Minha noite também foi agitada, você não vai vir trabalhar hoje não?
— Meu turno é só a noite.
— O quê, quem foi que nos separou? Você sabe que devemos trabalhar juntos. - parece que percebo mágoa em sua fala. — Somos como unha e carne, como Bob esponja e Patrick, salsicha e scooby-doo, Driss e Phillippe, Kenan e Kel... - sou obrigado a interrompe-lo.
— Já entendi, cara. É que Kate ainda está comigo eu queria passar a manhã com ela e então troquei com César.
— Uuuui... Então vocês ficaram. - posso ver o sorriso que ele deve ter nos lábios.
— Não meu amigo, não ficamos. Ela não estava se sentindo bem. Só isso.
— Sei. Mas em fim, depois nos falamos tenho que ir. - fala desliga a ligação, esse cara é maluco.
Jogo meu celular na cama e caminho para o banheiro, tomo um banho rápido e visto uma Bermuda jeans junto com uma blusa de mangas curtas. Desço as escadas e escuto da sala uma voz cantarolar uma música qualquer.
— Bom dia! - falo assim que entro na cozinha e me deparo com Kate mexendo algo na frigideira de costas para mim. Quando me hou ela se vira e me lança um sorriso envergonhado.
— Oi!
— Vejo que conseguiu dormir.
— Sim, depois que conversamos consegui dormir sem pesadelos. Obrigada. - se vira novamente. Sento na bancada do balcão e me sirvo com um pouco de café.
— Que bom, fico feliz. Seu café está divino. - falo depois provar o café.
— Fiz panquecas, se não se importa. - diz colocando duas panquecas para mim.
— Claro que não.
— Eu tava pensando, vou mandar mensagem para Giovanna mandar por alguém, um uber ou sei lá, minhas roupas que deixei na casa dela. Não posso voltar com as suas. - sorrir e eu a acompanho.
— Me senti ofendi. - coloco a mão no peito e finjo mágoa. — Mas é uma boa ideia.
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Kate ta se abrindo aos poucos 😍
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Irmãos MARTINELLI Livro I [Meu Recomeço]
RomantizmSinopse: Um delegado viciado em trabalho, que quase não tem tempo para si, nunca imaginaria que iria sentir tamanha atração por uma jovem tímida como Kate. Uma jovem a qual ele SALVOU, não só da sombra da crueldade que seu pai cometia com sigo com...