• Flora •
Quando finalmente desço para o saguão, Jeniffer já está lá, conversando com algumas jogadoras de outros estados. Tá legal, como se ela fosse um poço de simpatia. Tudo o que eu quero é que a máscara dela caia esse fim de semana. Leah olha de soslaio para mim, com um sorriso sapeca no rosto.
Essa manhã eu contei sobre meu esbarrão com Jeniffer no corredor, e ela se animou com a ideia de termos interagido um pouco sozinhas. Perguntou sobre o que falamos, mas fui vaga sobre isso. Pareceu errado confidenciar a outra pessoa que ela tem tido pesadelos. Não sou tão baixa.
Nos corredores do hotel, era comum ver grupos de jogadoras usando suas camisetas de equipe, discutindo estratégias e compartilhando histórias de vitórias e desafios. Elas se cumprimentavam calorosamente, formando um tipo de comunidade de entusiastas.
No salão principal, uma área foi reservada para palestras e workshops ministrados por renomados treinadores e especialistas do esporte. As conversas eram diversificadas e abordavam tópicos como técnicas de saque, táticas de jogo, treinamento físico e nutrição adequada para atletas. Nós tirávamos notas, fazíamos perguntas e participávamos de debates acalorados, aproveitando a oportunidade de aprender com os melhores.
Uma área de exposição foi montada ao lado do salão principal, onde empresas relacionadas ao voleibol exibiam seus produtos e serviços. Desde equipamentos esportivos de alta qualidade até roupas personalizadas e tecnologia de análise de desempenho. Nós tínhamos a chance de explorar e adquirir tudo o que precisávamos para impulsionar o jogo. Claro que essa parte ficou nas mãos de James Connor.
Mas a parte boa mesmo começou depois, quando fomos entrevistadas e bajuladas. A imprensa desempenhava um papel importante no evento. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas circulavam pelo local, entrevistando jogadores, treinadores e organizadores. Coletivas de imprensa eram realizadas regularmente, proporcionando aos meios de comunicação a oportunidade de obter informações exclusivas, insights sobre as expectativas dos jogadores, atualizações sobre as últimas tendências do esporte, e claro, muita fofoca.
Em uma coletiva de imprensa, chamaram eu e Jeniffer, e tomamos nossos lugares atrás da mesa, uma ao lado da outra. Era uma das coletivas mais aguardadas, depois do papo com o treinador da seleção americana de vôlei feminino, Karch Kiraly. Até eu dei um jeito de entrar e conseguir um autógrafo e uma foto com ele antes dele seguir com sua agenda.
Nós trocávamos olhares carregados de hostilidade enquanto a imprensa se acomodava, ignorando os flashes de câmeras que disparavam. É isso, chega de fingir que éramos ao menos cordiais uma com a outra fora das quadras.
Até que as perguntas começaram.
– Como vocês estão lidando com a pressão colocada em cima de vocês desde o último campeonato?
– Foi a primeira vez que nos enfrentamos juntas na final – Tomo as rédeas – Geralmente uma das equipes era eliminada na semi, mas ano passado foi bem diferente e intenso. Acho que por causa disso as pessoas ficaram eufóricas com a promessa de mais uma final como aquela. Acredite, os Bruins estão trabalhando para isso.
– E as Trojans, Jenn?
– Treinando como nunca. Por pouco não fomos eliminadas pelo Texas na semi do ano passado, mas conseguimos, vencemos – Ela diz aquilo especificamente para mim, é claro, não poderia ser menos óbvia – Estamos dando o nosso melhor para vencermos de novo.
– Como vocês descreveriam a a experiência de subir na carreira tão jovens? – Uma mulher de mais ou menos trinta anos sentada na frente pergunta.
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Tudo ou nada (Romance Sáfico)
RandomFlora e Jenn são, provavelmente, o motivo pelo qual o Bruins e o Trojans, times da liga universitária de vôlei, estão se enfrentando de forma brutal ano após ano pela decisão do NCAA. Elas se odeiam. Mas não foi sempre assim. Agora, por causa de um...