• Flora •
É isso, eu tinha beijado a Jeniffer e tudo o que ganhei em troca foi um mini fragmento da verdade e uma dor de cabeça. Se eu soubesse que ontem a noite não daria em nada, jamais teria subido. Ok, deu em alguma coisa, porque a gente tinha se beijado, e o plano estava andando, mas eu queria tanto saber.
Eu tinha acabado de me afastar quando Jeniffer soltou um suspiro e sorriu. Não era bem o que eu estava planejando, então fiquei meio atordoada antes de me levantar e decidir sair do quarto.
– Eu já sonhei com isso uma vez, sabia? – Ela disse, e eu parei no meio do caminho.
– É mesmo? – Me virei.
– Aham – Jeniffer riu e se sentou, apoiando as costas na cabeceira da cama – Ei, lembra daquela vez que jogamos balões d'água pela janela da Rachel Davis?
– Lembro – Rio um pouco e me sento em sua frente na cama, cruzando as pernas sob o corpo, ajeitando o vestido ao meu redor – Mas me fala mais sobre esse sonho.
– Não tem muito o que dizer – Jeniffer se espreguiça, esticando os braços pra cima.
Consigo ver a curva dos seios dela pressionando contra o algodão leve. Ela se mexe um pouco mais, e a camisola se levanta das coxas. Então Jeniffer desliza pela cama até se deitar com a cabeça em meu colo.
– Você teve aquela ideia depois dela espalhar boatos sobre mim na escola – Ela continua a história dos balões, mas não consigo prestar muita atenção, pois o quadril e as coxas dela formam uma curva perfeita, como um anúncio sexy de revista.
– É, eu sei – Gentilmente puxo a bainha da camisola dela para baixo, escondendo um pouco das pernas expostas – Então por que fez aquilo comigo?
– Eu só quis te proteger.
– Não deu muito certo – Respiro fundo e pouso a mão em seu cabelo extremamente liso.
– Acho que deu certo sim – Jeniffer boceja, e alguns segundos depois, sei que já está dormindo.
Eu demoro horrores para sair de baixo dela e usar um travesseiro para compensar a altura. Saio de lá de fininho e volto para a festa ainda sentindo a pressão do beijo dela na minha boca.
Não estava apenas chovendo quando desembarcamos no aeroporto de Los Angeles, a chuva caía implacavelmente do céu, transformando o mundo em um borrão cinzento. Gotas pesadas e rápidas atingiam o chão com força, criando poças que se expandiam rapidamente. O som era ensurdecedor, um rugido constante que ecoava por toda parte. As ruas vazias estavam tomadas por uma névoa úmida e uma cortina prateada de chuva, tornando difícil enxergar além de alguns metros. Deixando a cidade irreconhecível.
Quase todo mundo já tinha ido embora, mas minha mãe ainda estava de plantão e disse que tentaria sair o mais cedo possível. Pensei em pegar um uber, mas levando em consideração a quantidade de multas de trânsito que tenho que pagar esse mês, é melhor eu começar a economizar.
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Tudo ou nada (Romance Sáfico)
RandomFlora e Jenn são, provavelmente, o motivo pelo qual o Bruins e o Trojans, times da liga universitária de vôlei, estão se enfrentando de forma brutal ano após ano pela decisão do NCAA. Elas se odeiam. Mas não foi sempre assim. Agora, por causa de um...