Capitulo 14

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SOFIA

__ Você precisa descansar um pouco amor - eu digo olhando para seus olhos fundos, desde que soubemos de Dani ele não dormiu nada.
__ Eu sei! - ele diz, me abraçando __ Mas eu simplesmente não consigo, ainda acho que não deveríamos ter voltado nesse momento - ele beija os meus cabelos, inala fundo sentindo o meu cheiro, fecha os olhos e de repente parece estar longe
__ Já falamos sobre isso Ju, Dani precisa de mim nesse momento. E tudo isso pode ser minha culpa - só de pensar nisso meus olhos se enchem de lágrimas.
__ Shuuuu!!! - ele me abraçam mais forte enquanto me puxa mais para si __ Você não tem culpa de nada __ Mas amor, quando chegarmos ao Brasil você terá que ir a polícia.
__ Eu sei, vamos ver se a Dani viu alguma coisa. Não quero ser injusta, pode ser que tudo isso seja paranoia nossa. Pode ter sido realmente uma tentativa de assalto. Não sabemos ainda.
__ Certo - ele diz __ Mas por via das dúvidas, seu pai está mandando Sérgio e mais outros dois seguranças conosco.
__ Quando falou com papai? - eu pergunto
__ Quando estávamos aguardando em Istambul. Ele está preocupado também, por ele também teríamos ficado na França - ele diz magoado
__ Eu sei, não fique assim - beijo sua boca
__ Não sei como mantê-la protegida Sofy, e isso está me matando - ele diz e seu olhar me mostra o quanto está desesperado.
__ Vamos estar juntos amor, prometo que não irei a lugar algum sozinha - digo tentando acalma-lo, ele então me abraça forte sinto uma lágrima descer pelo seu rosto e molhar o meu
__ Isso não adiantou nada para Dani - ele diz, Jon não pode protegê-la
__ Durma um pouco - digo puxando para o meu peito __ Ainda temos algumas horas de voo, poderia tomar um calmante. Quem sabe assim consegue descansar um pouco.
__ Não quero estar dopado, na verdade o que preciso é estar muito alerta daqui pra frente - ele diz olhando para fora da janela
__ Estamos muito longe do Brasil e de tudo isso - eu digo __ Ainda pode descansar em paz, pego minha bagagem de mão, encontro a caixa com o calmante que ele me deu ainda em Paris, retiro um comprimido. Chamo a aeromoça e solicito um copo de água. Mesmo relutante ele aceita. Certa de quinze minutos depois ele sede ao cansaço.
Vê-lo assim tão desesperado me dói o coração. Sei que no fundo sou a culpada por tudo isso. Talvez se eu nunca tivesse desobedecido e enfrentado o meu pai. Se tivesse me casado com Henry, todos estivessem a salvo.
Paro ponderando tudo o que aconteceu até agora. Não consigo parar de pensar que Dani está agora num hospital lutando pela vida e que eu posso ser a culpada por tudo isso. Deixo as lágrimas tomarem conta de mim, então eu choro com Juan adormecido nos meus braços, choro por mim, por ele, por Dani, choro por pensar que no meu conto de fadas existe não só uma bruxa má, mas um monstro.
Percebo que voltei a adormecer quando ouço o comandante anunciar que estaremos pousando em minutos.
__ Acorda belo adormecido - beijo-o __ Nós chegamos! - ele pisca algumas vezes, e então desperta, se espreguiça
__ Estava precisando dessas horas de sono - ele diz beijando a minha boca castamente

JUAN

Estamos aguardando pela última ponte aérea que nos levará para Natal, quando vindo em nossa direção vejo três homens imensos vestidos igualmente em ternos pretos e óculos escuros. Por um momento me lembro daquele filme MIB homens de preto. Encabeçando o trio, Sérgio nos cumprimenta assim que nos alcança.
__ Sr. Perez - ele me estende a mão e eu retribuo __ Sra. Perez - ele faz um aceno de cabeça para Sofia.
__ Sem cerimônia - Sofia diz __ Só Juan e Sofy está bem - ela olha para mim e eu confirmo
__ Bom, certo então - ele diz __ Gostaria de apresentar-lhes, esses são Arthur - ele aponta para um homem loiro, com cerca de quase 1,90 de altura, uns 120 quilos de pura massa muscular - ele se ajeita, retira óculos e nos estende a mão _ Prazer em conhecê-los ele diz - vejo que seus olhos são castanhos claros, seu semblante é duro, acredito não ter mais de 30 anos. Me lembrou um pouco aquele ator americano Arnold o que fez Conan o bárbaro.
Assim que nos cumprimenta ele volta a sua posição de guarda e recoloca os óculos o que o deixa ainda mais intimidador.
__ Bom, esse é Gonzales - da mesma forma que Arthur, ele retira óculos e então nos cumprimenta. Diferente de Sérgio e Arthur, Gonzáles é mais baixo cerca de 1,80 no máximo, nem por isso menos intimidador, deve pesar cerca de uns 100 quilos, é branco, cabelos castanhos, olhos azuis, traços mais leves, na mesma faixa de idade de Sergio e Arthur - quando terminamos as apresentações, o Trio Duro de Matar está atrás de nós e todos nos olham como se fossemos astros de cinema, que precisam de escolta.
Sofia me cutuca e então fala ao meu ouvido.
__ Ei, ele não te lembrou daquele ator o Van Dame? - ela ri
__ Quem? - eu pergunto
__ O mais baixinho - ela ri, e eu a abraço __ É só o que me faltava - digo enquanto a tomo nos braços __ Será que vou ter que me preocupar com os galãs agora? - ela me abraça me puxando para baixo, beija a minha boca e fala ao meu ouvido
__ Nunca. É só que é engraçado, nunca andei com tantos seguranças a minha volta. Estou me sentindo a Madonna.
__ Madonna? Não! Com certeza ela teria inveja da sua beleza - nosso voo é chamado e todos embarcamos, agora falta pouco para estarmos de volta em casa, e pela primeira vez em minha vida, estar em casa não me deixa feliz.
O voo é constrangedor, os passageiros cochicham acho que curiosos com as três figuras inusitadas a nossa volta. Assim que desembarcamos em Natal, estou tenso. Sinto todos os meus músculos duros como pedra. Sérgio me chama para o canto, enquanto Sofia e a Dupla dinâmica resgatam as nossas bagagens.
__ Senhor, gostaria de saber qual será o nosso procedimento. - ele diz
__ Bem, não acredito que Sofia vá querer ir para casa. Acredito que ela queira ir direto para o hospital. Vamos fazer o seguinte, como você já sabe onde moramos. Peço para que tome um taxi e vá direto para casa, faça uma averiguação do perímetro e da casa. Estou pensando em colocar um sistema de segurança. Você poderia ir verificando, os pontos e tipos melhores para isso.
__ É claro senhor. Vou informar a equipe que estarão seguindo com vocês até o hospital. __ Senhor, mais uma coisa. Ambos receberam uma foto do senhor Tramal, caso seja necessário reconhece-lo. Mas fui informado que existe uma jovem que pode estar envolvida também. O senhor teria alguma foto para que possamos identifica-la?
__ Na verdade não. Mas não será difícil, Andreia é modelo. Irá encontrar diversas fotos dela na Internet. Procure como Andreia Prado, acho que terá muitas imagens que poderá utilizar.
__ Certo Senhor, pode me emprestar seu celular? - eu o entrego e ele digita seu número. Então disca para o seu próprio aparelho __ Bom, agora seu número está gravado, assim como o meu está em seu aparelho __ Logo que estiver em casa, devo entregar-lhe nossos transmissores de comunicação. São mais rápidos em pequenas distancias.
__ Bem, obrigado. Precisa de ajuda com todos as bagagens? - eu pergunto e ele nega, então chama a Dupla dinâmica para o canto e lhes dá as instruções necessárias. Logo ele segue empurrando diversos carrinhos para fora enquanto, Sofia, eu e Tom e Jerry seguimos a procura de um taxi. Pego o celular e ligo para Jon, ele me informa que Dani está no Santa Catarina, ele diz que a cirurgia correu bem e que tudo indica que não afetou a medula. Isso me deixa feliz e muito mais relaxado. Sorrio. __ Isso é uma ótima noticia, mano! - Sofia me olha questionadora __ Bom, estaremos ai em breve. Até daqui a pouco.
__ O que foi? - ela diz toda nervosa
__ Dani está no quarto - eu digo __ A cirurgia correu bem, e os médicos disseram que tudo indica que não houve lesão na medula. Ela ficará bem! - então ela se joga nos meus braços, envolve meu pescoço em um abraço apertado. Ela sorri e chora ao mesmo tempo.
__ Isso é maravilhoso - ela diz __ Vamos, vamos!- ela me solta e corre para fora à procura de um taxi. E lá estamos nós, três homens enormes correndo atrás de uma menina por todo o aeroporto.
Chegamos ao hospital. E logo Sofia encontra os pais de Dani, ela nos apresenta percebo que mesmo nesses anos em que Jon e Dani estão juntos, nunca tive a oportunidade de conhecê-los.
De repente eu penso em como é o destino, talvez mesmo que Sofia não tivesse se rebelado e fugido, de alguma forma em algum futuro, nossos caminhos se cruzariam. E o que aconteceria? Será que nos apaixonaríamos da mesma forma? Não sei dizer, essa mulher me enfeitiçou desde a primeira vez. Estou viajando em pensamentos, quando Jon surge. Vou até ele e o abraço. De repente ele desaba, acho que esteve segurando as lágrimas por bastante tempo.
__ Hei, cara! - digo enquanto o abraço mais forte, amo meu irmão e vê-lo nesse estado é de cortar o coração __ Ela vai ficar bem! - eu digo tentando anima-lo
__ É ela vai - ele fala ainda com o rosto no meu ombro, enquanto tenta em vão conter as lágrimas __ Cara, como você aguentou quando foi a Sofy? - ele diz enquanto me encara __ Essa dor que eu sinto, é insuportável - ele diz __ Eu preferia estar ali, no lugar dela naquela cama - ele então me solta
__ Eu sei mano! Foi exatamente assim que me senti - eu bato no seu ombro __ Você está perdido mano - digo ele me olha confuso
__ Não entendo! - ele diz
__ É! Eu também não entendia - eu digo __ Mas tudo isso que está sentindo só me diz uma coisa - eu digo e sorrio para ele __ Você a ama mano! Assim como eu descobri que não poderia viver num mundo onde minha Paty não existia, agora você também descobriu o que o amor faz com a gente __ Ele pode nos levar do céu ao inferno em segundos, mas mesmo assim vale a pena - seu olhar brilha ele sorri volta me abraçar e então ele diz
__ Eu a amo!
__ Bem-vindo ao clube! - eu digo __ Então meu caro, acho melhor você se decidir. Ou você volta pra São Paulo e tenta algo na sua área, ou fica aqui e eu posso te ajudar a encontrar um bom emprego. __ Então, você crie coragem e peça essa mulher em casamento, por que mano eu garanto que você não vai conseguir ficar longe dela.
Ele sorri __ Posso ficar por aqui? - ele pergunta __ Você me ajudaria a conseguir uma boa posição?
__ É claro! - eu digo __ Mas acho que se for ficar por aqui, primeiro terá que conversar com a Dani, ver se ela está disposta a mudar de ares.
__ Eu vou mano, será que você me ajuda? - ele pergunta
__ Com o que? - eu pergunto
__ Acho que preciso escolher um anel - ele diz com um sorriso no rosto
__ É claro, agora será que podemos entrar para vê-la?
__ Claro!
__ Vou chamar a Sofy - estou saindo quando ele pergunta
__ Quem são os dois brutamontes de terno?
__ Quem o Conan e o Van Dame? - ele ri __ Nossos seguranças, Sérgio já está em casa.
__ Pra que tudo isso mano? - ele pergunta
__ Bom, depois de conseguir conversar com a Dani saberemos - então vou até Sofy, deixo os pais de Dani sozinhos olhando para o par de ternos e seguimos para o quarto com Jon.

Felizes para Sempre - RendiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora