Sai da casa de Luiza e fui ver meus pais, afinal eles com toda certeza estariam surpresos com a minha volta assim tão repentina. Desbloqueei o portão com a minha digital e entrei sendo recebida pelo ofegante Golden Retriever de meus pais.
- Iai amigão. - falei fazendo carinho nele.
- Você está grandão e mais sapeca do que nunca. - ele latiu e em seguida deu uma lambida no meu rosto.
- Bambi com quem você está garoto? - ouvir a pergunta de meu pai.
- Oi pai. - falei sorrindo e andando em sua direção.
- Que saudades de você minha filha. - meu pai disse me apertando no abraço.
- Eu também estava morrendo de saudades. - falei com os olhos marejados.
Meus pais sempre foram meu porto seguro, por ser filha única eles sempre me deram atenção além do necessário, como meu pai sempre dizia eu era a princesa deles.
Odiava eles me chamando assim.
- Cadê Dona Catarina? - perguntei entrando em casa abraçada com meu pai.
- Na cozinha com Malia fazendo doce.
Entrei na cozinha e as duas estavam cantando uma música havaiana que eu conhecia muito bem, afinal em todas as festas que eles faziam era obrigatório tocar essa, que me arrancava risadas com meus pais dançando.
- E isso não muda nunca. - falei assustando as duas.
- Valentina! - minha mãe exclamou com a mão no peito.
- Não vem dá um abraço na sua filha preferida? - perguntei fazendo graça.
- Você é a única palhaça. - minha mãe disse me puxando pra um abraço.
- Como você está linda menina. - Malia disse vindo me cumprimentar.
- E você continua a senhora mais fofa de toda ilha. - falei enchendo seu rosto de beijos.
- Está tão magrinha. - ela disse me verificando. - Catarina essa menina não estava comendo lá na Austrália não? - ela perguntou arrancando risadas de todos nós.
Aproveitei pra comer uns morangos que estavam ali na mesa e fui pra sala com meus pais que estavam curiosos sobre minha volta.
- E você largou tudo lá? - minha mãe perguntou.
- Eu não podia continuar lá sabendo que Luiza está enfrentando essa barra. - respondi suspirando.
- Aquela mulher largou ela no momento que ela mais precisava de apoio. - minha mãe disse com cara de raiva.
- Ela nunca prestou mamãe, só a Lu que não enxergava isso.
- Conheço esse tom, não vá falar nada pra ela filha. - meu pai disse em alerta.
- Vocês sabem que eu nunca levei desaforo pra casa, se ela me falar alguma coisa vai ouvir.
- Ela agora é detetive da delegacia de Wakiki. - minha mãe disse entrelaçando sua mão com a do meu pai.
Eu amava a cumplicidade que meus pais tinham mesmo com o passar dos anos eles continuavam apaixonados com se estivessem no ínicio do namoro. Não é fácil trabalhar juntos e ainda ter que voltar pra casa e deitar ao lado de quem você pode ter discutido por algo na empresa, mas eles sabiam separar tudo inclusive trabalho era assunto proibido nessa casa.
- Colocamos suas malas em seu quarto. - meu pai disse quando eu estava indo pro corredor que dava pros quartos.
- Eu só vou separar umas roupas mais frescas e vou pra Luiza. - falei entrando no meu quarto, que continuava o mesmo mas era nítido que minha mãe tinha tirado algumas coisas da época que eu tinha ido morar fora.
- Vai ficar lá? - minha mãe perguntou.
- Sim, a Luiza mora sozinha e não vou deixar ela ficar sem ninguém lá.
Voltei pra casa de minha amiga que ficou chocada quando eu cheguei lá arrastando uma mala, mas eu dei todos os argumentos possíveis pra que ela entendesse que não teria saída a num ser aceitar que eu morasse uns tempos com ela.
Comi a melhor salada de frutas que existe nesse mundo e ficamos na varanda olhando o por do sol até que começasse a esfriar e entrarmos assim cada uma indo pros seus respectivos quartos e adormecer.
Acordei cedo e passei no quarto dela constatando que a mesma ainda dormia profundamente, sorri e fechei a porta pegando a chave do seu carro e indo na padaria mais próxima pra comprar algumas coisas pra fazer um belo de um café da manhã pra ela.
Entrei no estabelecimento e peguei as coisas que eu iria precisar. Depois de pagar tudo abrir a porta do carona colocando os alimentos ali pra dá a volta no carro e voltar pra casa dela, mas uma voz fez com que eu me virasse pra ver quem eu não queria.
- Olha só quem voltou. - ela disse debochando.
- Chiara. - falei rolando os olhos.
- Que bons ventos te trouxeram de volta a ilha? - ela perguntou ficando a três passos de mim.
- Nenhum que te interesse. - falei abrindo a porta do carro.
- Pra quê essa pressa? - ela perguntou sorrindo cínica.
- Chiara eu não tenho mais nada pra conversar com você, se me der licença tenho coisas mais importantes pra dá atenção.
- Nem esperou meu corpo esfriar e já está pegando a Luiza? - ela perguntou e eu bati a porta do carro chegando perto dela.
- Olha bem o que eu vou te dizer, fica bem longe da Luiza. Já na basta ter largado ela no momento que ela mais precisava de alguém ao lado, não seja covarde duas vezes e se em algum momento desse namoro que vocês tiveram, se ainda existir algum minimo de carinho aí dentro por ela você vai ficar bem longe. - falei irritada e eu tinha certeza que eu estava vermelha de raiva.
- Você sabe que eu posso te prender por desacato né? - ela disse mostrando a pistola que tinha na cintura.
- Me prende que eu tenho certeza que minha mãe faz um inferno na sua vida e de detetive você vai pra policial aposentada compulsoriamente.
Voltei pro carro e dei partida saindo dali o mais rápido possível, afinal eu precisava está mais calma o possível pois hoje eu iria acompanhar a Lu em uma sessão de quimioterapia.
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FanficTer um amigo de verdade é como ter um tesouro muito valioso que precisa ser protegido para durar por muitos anos. Luiza e Valentina tem uma amizade de 18 anos, se conheceram na escola quando os pais de Valentina se mudaram para expandir seus negóci...