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Lilian

Estou tentando meu melhor para me manter calma, porém não consigo. Minha cabeça parece que vai explodir, numa confusão sem limites. Eu realmente estou tentando me focar numa forma de conseguir sair. Mas eu não consigo e esse é o problema.

Talvez seja medo ou talvez seja algo mais que eu tenho medo de gritar em voz alta. Eu cresci rodeada de boa gente mas nenhuma delas me fez sentir como Lucian fez em menos de semanas.

Estou andando em uma linha tênue entre a paixão e a razão, o bem e o mal, o passado e o inevitável. Entrei nessa dança sem saber a coreografia.

Se a valsa for complicada talvez Lucian tenha sido o coreógrafo. Seus passos são magnéticos e encantadores. Uma vez provado do fruto proibido você nunca mais voltará a esquecer de como seu sabor é viciante.

— Não precisa se preocupar. — Valentina segura minha mão, acariciando. — Eu não vou passar a mão na cabeça do meu filho, mas eu sei que ele nunca te machucaria e se você não estiver pronta para essa noite ele não irá te obrigar.

Encaro seus olhos brilhando com ternura mas nada consegue conter minha vergonha. Mesmo que eu e ele já tenhamos feito algumas coisas, Lucian nunca passou da linha vermelha mas depois dessa noite, como será? Ele sempre deixou claro que iria consumar o ato somente depois do casamento.

Estou nervosa e não é segredo. Kyra tal como Antonella, Verônica e Victoria se abriram comigo em relação ao sexo.  Se abrir é um eufemismo, elas contaram tudo sem filtros. Principalmente Antonella.

— Como foi com você, foi doloroso? — Me arrependi logo depois formular a pergunta. — Me desculpa eu não queria entristece-la.

— Não se preocupe querida, Está tudo bem. — Sorri tentando cobrir suas mágoas. — Não vou mentir para você mas quero que saiba que todos somos diferentes, independentemente de quem sejamos filhos. Todo meu casamento foi horrível. Minha primeira vez é um dia que eu não gostaria de lembrar mas as lembranças fazem parte do processo de cura.

Se o intuito dela era não me assustar ela conseguiu o contrário me deixando mais alarmada. E se o meu casamento também for ruim, e se Lucian um dia me machucar, e se... tantos e ses. Mas e se for bom tal como Antonella e Vincenzo. Se for recíproco como Verônica e Ricci, e se eu admitir que estou apaixonada e tudo der certo.

As infinitas possibilidades de entre elas a ânsia de fugir do desconhecido é inimaginável. A igreja toda decorada com flores. talvez espelhando o sonho de qualquer mulher mas não eu. Pelo menos não até a marcha nupcial começar a tocar e meu estômago borbulhar, como se as borboletas estivessem tomando seu partido.

Tem muitas pessoas que eu não conheço, alguns rostos conhecido do jantar de noivado. Está cheia, nunca me imaginei entrando em uma igreja de véu e grinalda. Achei que morreria honrando o hábito e o compromisso com o senhor agora estou aqui, a passos de me comprometer eternamente ao homem que quebrou minhas barreiras.

Ele é realmente lindo, e é a primeira vez que o vejo de branco. Porquê ele não está tremendo tal como eu? Mas nada disso importa a não ser a forma como ele olha para mim.

Os olhos nunca mentem e eu poderia me perder na perfeição de suas esferas esmeraldas. Mesmo ciente de que seus olhos são os olhos de um anjo eu sabia que seu coração é viciado.

Ricci me entrega cuidadosamente ao meu futuro marido. Lucian segura minhas mãos com devoção e beija elas delicadamente mantendo seu brilho feroz em meu rosto.

— Deus você está divina. — sussurra me fazendo corar.

Como que vou odia-lo se seus olhos falam a língua do amor. Ele suavemente me ameaçou, mentiu, quase matou uma mulher em minha frente, eu deveria estar correndo do altar, fugindo. Mas tudo isso parece irrelevante.

PECAMINOSAOnde histórias criam vida. Descubra agora