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Lilian

Meu segundo dia, oficialmente casada e eu não estava sentindo mais nenhum remorso. Eu não sinto que estou pecando mas talvez eu esteja. Se amar for pecado eu não me importo com o amanhã.

Acordei toda destroçada, nunca imaginei que sexo fosse tão bom, na verdade eu nunca havia questionado nada até ele aparecer, belo, sombrio e  misterioso.

Fizemos nosso banho logo pela manhã juntos. Ele penteou meus cabelos e até escolheu a roupa que eu iria usar. Ajudei ele a preparar o café da manhã. Bom, praticamente eu só coloquei a mesa, pós se eu entrar na cozinha as coisas iram pegar fogo em questão de segundos.

Nem mesmo no convento as irmãs não me deixavam chegar perto de um fogão.

Comemos, conversamos. Fizemos planos para a lua de mel. Como ele mesmo disse, em suas próprias palavras, que iria me levar para conhecer sua terra natal, Grécia. Assim que resolver todos os problemas.

Fiquei surpresa, achei que tal como eu, ele também fosse italiano, e ele é, por parte do pai. Ele não falou muito e logo mudou de assunto.

Assim que ele recebeu uma chamada percebi que seu humor mudou se tornando mais sério. Fiquei com ele, o observando trabalhar muito concentrado apartir de seu computador.

— Eu vou dar uma volta no jardim. — informo, recebendo um simples aceno de cabeça . Ignoro aquilo tentando me sentir indiferente mas é difícil quando se está viciada em seu lado super atencioso.

Decido finalmente após quase três semanas visitar o jardim que somente vejo através das janelas. O aroma doce das rosas são como um calmante.

É tudo tão branco e ela não possuem nenhum espinho, todas bem poudadas e perfeitas. Eu nunca o vi nesse lado da casa. Também ele quase sempre está fora.

Continuo andando em meio ao labirinto de rosas brancas até chegar no centro, o chão forma uma trilha de pedras e possuí uma cadeira de balanço. Ah candeeiros iguais os da idade média como se fossem tochas em cada entrada do labirinto. Esse lugar deve ser lindo a noite. Como é que eu, esperei tanto tempo para vir até aqui.

Ando em direção ao banco e paro vendo uma placa de granito. Encaro as letras gravadas nela confusa, sem entender nada. Talvez seja grego. Tenho a certeza de que é.

Me sento no banco de balanço e analiso como tudo naquele lugar é calmo. Facilmente irei me habituar a passar os meus dias aqui.

Com um pouco de mudança, eu posso dar um pouco de cor e um toque de autenticidade a este lugar. Plantar algumas hortênsias, principalmente as roxas, seria a combinação de cores perfeita.

— Me daria a honra de saber o que esses olhos curiosos e essa mente brilhante, está pensando?

Sorrio voltando a realidade e me afasto dando a ele espaço para se sentar. Feliz começo contando meu plano para ele.

— Estava pensando em como tudo isso é perfeito. — sorrio amusuada com a beleza e o encanto. — E também estava pensando em acrescentar algumas coisas, dar um toque meu especial. O que você acha?.

— Não. — Sua voz sai áspera e cortante, matando meu entusiasmo.

— Por que não? Há muito espaço aqui no centro e...

— Não é e será sempre um não Lilian. — responde curto e grosso.

— Me desculpa. Não era minha intenção tentar mudar as coisas. Afinal de contas a casa é sua. — viro meu rosto pro lado escondendo a decepção. Eu realmente tinha grandes planos.

Cazzo Lilian. — Ele passa as mãos no cabelo e me olha apreensivo segurando minhas mãos. — Desculpa se fui rude. Não queria te magoar.

PECAMINOSAOnde histórias criam vida. Descubra agora