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O egoísmo não consiste em vivermos conforme nossos desejos, mas em exigirmos que outros vivam da forma que gostaríamos.
                   — Oscar Wilde

Lucian

Minhas ações e actos completamente egoístas fizeram com que ela se afastasse um pouco depois do dia de ontem. Nós ainda conversamos e rimos mas ela continuava com um pé atrás esperando pelo segundo exato em que eu fosse mudar. Mas não fiz isso.

Se tem um Deus ele sabe que não sou santo e muito menos benevolente. Sou tudo de ruim e muito mais, porém ele também deve saber que de alguma forma eu amo essa garota.

Egoísmo ou amor é tudo mesma coisa. Esse sentimento sempre foi egoísta, egoísta até demais do que o próprio egoísmo. O amor, aquele que faz as pessoas cometerem crimes, se submeterem a situações deploráveis, tirarem suas próprias vidas, roubar e machucar, entre muito mais.

Então ninguém tem o direito de julgar a minha forma de amar e demostrar afeto. Esse privilégio só se estende para mulher dormindo em meus lençóis agora.

Mas mesmo o mais puro dos anjos pode ser corrompido, e o amor é minha arma chave para ela. Vejo aos poucos ela caindo, renunciando somente para se moldar a mim.

Perfeito.

Ela vai abrindo os olhos lentamente e um sorriso fraco surge em seus lábios. Ela se espreguiça abrindo completamente seus olhos, tão belos quanto a escuridão. A escuridão é bela para quem sabe aprecia-la.

— Bom dia. — sorri se levantando ainda embriagada pelo sono.

— Bom dia meu amor. — Cumprimento roubando um beijo dela e em seguida afastando as mechas insistentes.

— Você está bonito. — Ela me encara com um pouco de curiosidade. — Vai sair?.

— Infelizmente sim.

— E para onde, posso ir?

— Tenho trabalho para fazer meu anjo. E você não pode ir.

— Entendo. — responde desviando o olhar e se levanta porém eu seguro o lençol impedindo que ela se cubra. — Você pode por favor soltar. — pede segurando a outra ponta.

— Não. Não vou soltar, você quem vai.

— Lucian!

— O que foi que conversamos sobre você se cobrir em minha frente?.

— Eu... — ela respira fundo olhando em meus olhos apertando seus dedos em volta do pano.

— Você nada Lilian. Solta esse lençol. — ordeno e ela abaixa a cabeça deixando o pano cair em seus pés.

Sua pele branca está toda marcada, tão perfeito que qualquer um que olhe para ela verá de longe que ela tem um dono. Um muito territorial.

— Vem cá Lilian. — aponto para minha perna e ela pondera. Mas se senta sob meu olhar de aviso. Obediente como eu gosto. Mesmo tendo tendências a  ser desobediente.

— Me desculpa eu não farei mais isso. — sinto seu corpo trémulo assim que afasto o cabelo de seus ombros revelando seus seios. Deliciosamente marcados.

— Relaxe querida. — digo acariciando suas costas. — Hoje será seu dia de folga. Provavelmente ficarei o dia inteiro fora e sentirei muitas saudades suas.

— Eu ficarei sozinha? — noto a vulnerabilidade em sua voz. Eu conheço ela e conheço seus medos e o abandono é o principal.

— Não. Leo depois á levará para casa de Vicenzo. 

PECAMINOSAOnde histórias criam vida. Descubra agora