Uma noite, um pedido

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Nicolae

Com sua permissão, comecei devagar, eu não tinha pressa de tornar ela minha. Confesso que pensar assim me parece muito possessivo, eu realmente nunca me apaixonei por uma mulher, não que nunca tenha me deitado com alguém, mas isso não acabou nada bem, eu perdi o meu controle e acabei matando a mulher sem querer porque suguei seu sangue todo de seu corpo. Isso tem alguns anos mas nunca me esqueço dos seus gritos de pavor, me chamando de monstro, gritando por ajuda, porém, estávamos em um local muito remoto, ninguém iria aparecer ali e mesmo que houvesse alguém ali não conseguiria salva-la.
Eu estava fora de controle, depois que fui contra uma ordem de Viktor sobre caçar alguém para ele. Viktor me trancou em um porão selado por magia e me deixou lá por semanas, quando finalmente me libertou, eu estava faminto e totalmente desesperado, minha sede era a única prioridade que eu tinha no momento.
Tudo que me lembro é de ter usado meu dom em uma garota e a levar para a cabana que me trancaram, fingi que fosse transar com ela, para no fim beber seu sangue, mas meu dom estava fraco e não durou muito, quando ela voltou a si, me empurrou e correu, isso só ativou minha vontade de matar e foi o que ocorreu.
Nunca haverá um dia em que eu não me culpe por aquilo, toda vez que eu fechar meus olhos me lembrarei dela implorando pela vida e de mim sugando seu sangue a ter a última gota.
Voltei para a realidade quando uma mão tocou meu rosto, olhei para frente e vi Lumia me encarando preocupada e apreensiva.
Eu devo estar assim a bastante tempo para ela está me encarando como se quisesse me trazer de volta a realidade.

L- Nicolae, você está bem? Por um momento pareceu sair da realidade.

N- Não foi nada... Apenas me perdi nos meus pensamentos, desculpe Lumia, não podemos fazer isso.

L- Perdão?

N- Eu não posso me deitar com você, foi uma ideia louca, esqueça isso por favor e faça-me o favor de não falar ao Viktor, não fizemos nada errado ou irremediável então podemos lidar como duas pessoas maduras.

L- Mas...

N- Até mais ver senhorita Bartholy.

Eu saiu do local ainda atordoado pelo o que quase fiz com ela, não era certo, eu não devia, e nem devo, não... eu devo ter respeito por ela, Lumia é uma original, filha de um líder vampiro, e ainda é a primogênita, não deve se envolver comigo em hipótese alguma.
Honestamente eu falava isso mais para mim mesmo, eu tinha que me controlar com ela, mas seu perfume, seu olhar, sua boca, pele, cabelos, corpo, tudo parecia gravado permanentemente na minha mente como uma tatuagem.
Caminhei para fora da casa passando pelos quartos que ainda iriam receber isolamento de som, Até que ouço em um deles Drogo falando com Bianca.

Dentro do quarto:

"Acha que Viktor vai mesmo deixar o Sebastian ficar com a Klara?" - diz o Drogo.

"Ele não pode impedir, afinal o Sebastian é legítimamente pela lei mais antiga dos lobos o companheiro da Klara." - respondeu Bianca.

"Tá, mas será que a condição dela irá melhorar? Tipo, a Klara é autista, infelizmente o Viktor talvez não possa fazer nada pra curar ela."

"Você tá certo, o sangue vampiro cura muita coisa, mas nunca ouvi falar de curar algo que já nasceu em alguém, isso só em filme mesmo."

"Vamos esperar pra que dê tudo certo, apesar que curada ou não, o Sebastian já mostrou que ama a Klara, ele não vai desistir dela nem que ele tenha que matar por isso, viu como ele ficou quando voltou."

"Eu vi, aquilo não era só ele fora de controle, era o alfa dentro dele querendo estar com a companheira dele, e o próprio Sebastian já haje de um jeito super protetor com a Klara, os instintos dele deviam estar desesperados para achar ela, por isso a agressividade dele quanto a nós, mesmo que não querendo, o Sebastian machucaria todos nós pra proteger ela."

"Vamos torcer pra que ele e a Klara consigam ter um final realmente bom um com o outro."

Fora do quarto:

Eu paro de ouvir a conversa e volto a caminhar pelos corredores da mansão.
Viktor pode ou não conseguir curar a Klara, bem, isso não determina se o Sebastian e ela serão felizes, caso a cura com sangue não funcione ou só de certo em parte podemos tentar o tratamento humano, os resultados são promissores, e talvez ela fique um pouco melhor, Klara já mostra de certa forma entender bem as sensações e todo o resto, o que é ótimo. Mas ela é uma loba, o que significa que possível o tratamento humano não funcione com ela.
Bem, eu espero que tudo dê certo.

Lumia

Eu não sei o que aconteceu. A um minuto estávamos praticamente nos amando e no outro ele para e do nada me afasta como se tivesse tomado um choque, eu queria muito entender mas não posso, ou melhor, não consigo.
Dava pra notar que ele queria tanto quanto eu, mas do nada ele fugiu.
Eu estava submersa nos meus pensamentos e acabei não percebendo que meu pai estava na sala até ele pigarrear.
Ao notar sua presença, meu corpo gelou, se ele viu Nicolae comigo naquela situação, talvez o mate, afinal eu sou a primogênita, já é de se esperar que eu vá me casar com alguém escolhido pelo meu pai.

V- Lumia, minha filha. - ele fala em seu tom ameaçador que pra quem não conhecê, é só um tom de deboche em sua voz.

L- Sim pai?

V- Sabe minha filha... -faz uma breve pausa, bebericando seu Chardonnay e então volta a me olhar nos olhos - você é minha filha mais velha, a herdeira do clã Bartholy, futura lady Lumia Bartholy, no entanto, descobri que vc não é boa em uma coisa.

L- E... No que seria pai?

V- Em seduzir um homem.

O olhei surpresa, meu pai não era o tipo que falava essas coisas assim, não, isso só alimentou o que já era óbvio, ele viu Nicolae e eu aos beijos.

L- Pai eu...

V- Quieta minha filha, ainda não terminei. - ele beberica seu copo e prossegui - Honestamente, estou surpreso, não vou mentir, afinal, nenhum pai quer ver sua filha em um momento como esse com um homem. Infelizmente, não posso impedir, Lumia, lembra que quando era mais nova, eu te falei sobre as ligações entre as pessoas e os fios do destino correto?

L- Sim, era a minha história preferida de quando criança.

V- É bom saber que não é só uma história, o que te falei é real, temos laços familiares, e eu estou feliz por isso, mas a morte chega para todos e para nós não é diferente, se algo acontecer comigo, quero que você e suas irmãs tenham em quem possam se apoiar. Por isso, te darei uma chance, e apenas uma, de conseguir quem vc quer, não falhe comigo agora minha filha.

L- Sim pai.

V- Então vá, o destino não costuma dar segundas chances.

Eu não tinha entendido bem o que ele queria dizer mas algo me dizia que logo eu saberia do que meu pai estava falando. E eu espero não me arrepender de descobrir.

Continua...

Is it love? As Irmãs Bartholy's_ Fanfic Única.Onde histórias criam vida. Descubra agora