!!ALERTA DE CRIMES PESADOS!! Se não se sentir confortavel, não leia.
Antigamente, as pessoas pareciam se preocupar mais umas com as outras. Me peguei pensando diversas vezes nos principais motivos do porque eu sou tratada de um jeito asqueroso entre os garotos.
- te pego na saída, beleza?- disse Thomas.
- beleza.
Eu fico pensando: qual é, Monique? É só você dizer não. Até porque, ninguém quer ser considerada uma "puta", certo? Mas é algo tão inevitavel. Eu quero alguém para me amar, alguém que possa cuidar de mim, e o máximo que eu posso fazer é dizer "sim" para todo cara, mesmo que seja um cafajeste ou algo do tipo. Quando Thomas me chamou para sair, eu achei que ele finalmente iria me fazer feliz. Tipo, ele nunca havia namorado antes (não que eu saiba), então talvez essa nova experiencia fizesse ele desabrochar. Mas cá estou eu, me despedindo dele na saída da escola para ele ir para casa jogar videogame em frente uma câmera. Tudo que eu mais queria era puxar ele pelo braço, implorar para que ele não fosse, dizer tudo o que sinto por dentro e por fora. Não conseguia esconder minhas sobrancelhas franzidas e meus olhos enchendo de lágrimas. Por ele ser famosinho, eu não tenho a liberdade de gritar com ele ou ficar com essa cara, pois seria um escandalo envolvendo nossos nomes. Bom, aqui estou eu, voltando aos armarios para pegar meus livros, já que ainda não tinha acabado a aula, ele apenas saiu porque ele queria matar aula. Entretanto, está tudo ótimo para ele, porque ele realmente sabe se dar bem na prova de maneira fácil.
flashback
Aos 13 anos, me envolvi com uma pessoa extremamente gentil e doce. Ela tinha a capacidade de me bajular e me paparicar quase sempre. Ficavamos flertando o dia inteiro e trocando mensagens ousadas. É claro que eu gostava disso, mas estamos falando do meu primeiro relacionamento. E foi com uma pessoa de 20 anos.
- Eu gostaria de te ver. Pode mandar aquelas fotos? - ele dizia nas mensagens. Quase nunca a gente se encontrava pessoalmente, porque eu ja sabia o que ele queria, e eu não queria isso... Mas pensando bem, já estava na hora de parar de trocar mensagens e se encontrar. Eu não poderia supor isso só porque eu mando nudes para ele... Isso era o que eu pensava.
- Ahn... Amor, eu acho que poderiamos nos encontrar pessoalmente. Você poderia ir me buscar na escola e me levar para a praça. - escrevi para ele. Lembro que, na época, mandava coisas ousadas para ele. Tenho nojo de lembrar disso e é algo que nem eu mesma consigo aceitar.
- Tudo bem. Estará usando qual calcinha? - ele havia mandado um emoji de diabinho e fogo. Eu desliguei o celular rapidamente porque sabia que eu teria que estar pronta para ele. Mesmo que eu não quisesse, eu não sabia como dizer não.
Quando o sinal da escola tocou indicando que deveriamos ir embora, peguei minha mochila e saí rapidamente dali. Tinha alguns professores que nos vigiavam enquanto a gente saía, mas eram inuteis. Não questionaram eu estar com um homem desconhecido ou algo do tipo, ou seja, não se importavam. Entrei no carro dele e me senti extremamente incomodada. Era como se eu não quisesse nada disso, como se eu ja soubesse que não iriamos nos dar bem. Um mal pressentimento tomou conta da minha cabeça e só podia pensar em uma coisa: sexo.
- Para onde está me levando? Essa não é a praça. - eu disse com medo da resposta. A esse ponto, tirei meu casaco e coloquei em cima das cochas para que ele não ficasse olhando para elas. Me encolhi na cadeira enquanto ficava ofegante pensando no que fazer.
- Você vai ver. - ele dirigia com uma velocidade perigosa.
Quando chegamos no destino, era claramente um motel barato e velho. Ele disse que iria me fazer sentir bem e que iria com muito cuidado. Eu obviamente me apavorei e comecei a gritar pedindo para ele me largar, pois ele estava me puxando para fora. Ninguém estava ouvindo porque a estrada parecia um deserto. Entramos dentro do motel e eu fiquei aguardando ao seu lado, esperando que ele falasse com o recepcionista para ter uma vaga dos quartos. O recepcionista olhou para mim, mas não fez nada. Parecia estar acostumado em ver crianças com adultos.
- vem, amor. - ele disse pegando na minha mão cautelosamente e na outra mão carregava uma chave dourada média.
Chegamos no quarto e ele ja estava desabotoando as calças. Eu ainda estava de pé observando todo o local com nojo de pensar que ja existiram outras pessoas como eu aqui com caras mais velhos. Estava tremendo e ofegante, provavelmente suando frio. Como ele trancou a porta, somente funcionários tinham outras chaves iguais para poder entregar toalhas e alguma comida que os clientes pediam. Foi nesse instante que chegou uma mulher utilizando uma blusa laranja com o nome do motel e uma calça azul folgada com botas pretas. Ela aparentava ter 40 anos e ser amargurada, mas pude ver que ela tinha uma arma entre as toalhas brancas. Meu ex parou de se despir quando viu a mulher, esperou que ela saísse. Mas ela não saiu. Ela imediatamente pegou a arma e apontou para ele. Eu arregalei meus olhos achando que eu iria morrer e fiquei paralisada. Escutei a voz da mulher gritando "saia daqui, garota. Rápido!" e foi o que eu fiz. Antes de sair, peguei a chave do carro e fui até o carro para sair dali.
Obviamente fiz um boletim de ocorrencia contra esse cretino e ele foi preso por pedofilia e tentar me abusar. Minha mãe não deixou eu sair sozinha até que eu fizesse 16 anos e tirou o meu tablet, celular e até notebook das minhas mãos. Passei 2 semanas sem ir para a escola porque foi recomendado que eu fosse para uma terapeuta para tentar me livrar do trauma. Meu caso era tão preocupante que minha mãe escondia todas as coisas cortantes de casa e ela que me dava meus remedios com medo que eu... Vocês sabem, não é? Depois que eu pude ter liberdade para sair de casa, eu arranjei diversos namorados. Um deles se chamava "Pedro". Pedro era um cara legal, se não fosse um traficante com a vida em risco. Outro se chamava "Weylin", mas pouco tempo depois ele se matou. E depois vem outro que se chama Breno, que espalhou nudes meus pela escola. Tem outros, mas esses foram os que mais impactaram minha vida.
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Sem rumo.
RandomNesse livro, teremos a história de alguns adolescentes enfrentando seus problemas que os adultos sempre vêem como "bobagem".