15. don't blame me

159 28 19
                                    

🌼

No dia seguinte, quando Seungcheol acordou, ele de repente se sentiu vazio. Ele percorreu a casa inteira até finalmente percber o que fazia tanta falta, Kim Mingyu, restando apenas o blazer pendurado no encosto de cadeira e um papel meio amassado e de caligrafia bagunçadas com alguns números nele.

O número de telefone que Seungcheol pensou diversas vezes em ligar, mas desistiu todas as vezes porque não saberia o que dizer em seguida.

Mingyu foi embora. Certamente foi depois que ele caiu no sono no quarto de Haneul. E foi melhor assim, não havia um lugar para ele dormir e Seungcheol não deixaria ele dormir no chão ou no sofá, mas, apesar disso, Seungcheol meio que teve a esperança de que ele ficaria.

Se ele não tivesse pegado no sono tão de repente, as coisas teriam sido um pouco diferentes?

Ele pensou sobre isso minuciosamente o fim de semana inteiro e nunca quis tanto que a segunda-feira chegasse rápido quanto naquela manhã. E quando esse dia finalmente chegou, Seungcheol não imaginou que depois daquelas semanas de tormento e exaustão, ele não sentiria mais medo e insegurança do que aconteceria.

E por Mingyu, isso mudou.

Quando ele colocou os pés no prédio naquele, muitos cochichos circulavam fazendo um ruído desagradável de escutar e, para adicionar, o departamento em que ele trabalhava estava um completo caos em plenas sete horas da manhã.

Seungcheol colocou a mochila na sua mesinha num canto afastado, tentando entender o que estava acontecendo, até que ele pode ouvir duas funcionárias conversando baixinho perto dele.

— Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, ele tinha um caráter tão irrepreensível, nunca pensei que seria capaz. — ela balança a cabeça com uma expressão de decepção — Mas ainda bem que a empresa cortou o mal pela raiz antes que se tornasse um grande escândalo.

— Imagine o desastre que seria se isso fosse lançado na mídia? — a outra garota responde — A crise que a empresa iria enfrentar.

— Eu nem posso imaginar. Mas acima de tudo, o gerente Kim foi uma grande decepção.

Ao ouvir o nome o gerente Kim, os pelos de Seungcheol se arrepiaram de repente.

O que tinha acontecido? E por que todo mundo parecia saber de algo menos ele? Seungcheol teve uma sensação muito ruim, como se ele fosse responsável por algo do que estava acontecendo. Era uma sensação realmente horrível não saber o que estava acontecendo, mas como se o destino estivesse programado para lhe dar aquela resposta, a porta da sala do gerente se abre e todos param.

Com uma caixa de papelão nas mãos e uma aparência completamente diferente do habitual, o gerente Kim sai da sala, com a camiseta meio amarrotada, o cabelo desarrumado e a barba por fazer. Encarando todos com olhar de desprezo e a mais profunda fúria.

Até que o seu olhar pousa sobre Seungcheol, naqueles segundos em que ele acreditou que pudesse ser atacado a qualquer momento.

Seungcheol dá dois passos para trás, se escondendo atrás das pessoas que estavam mais interessadas do que ele em ver aquela cena. O gerente Kim, então, desviou o olhar e seguiu o seu caminho até a entrada do departamento.

Ele deveria estar se sentindo muito superior naquele momento, mas aos olhos das pessoas ele não passava de escória.

Ao vê-lo sair, Seungcheol solta todo o ar que ele não sabia que estava segurando. Os cochichos voltam.

— Ele ainda se acha superior a nós mesmo depois de ser praticamente chutado pelo diretor executivo Kim, quão idiota ele deve ser?

Seungcheol ouviu essa parte com atenção.

Begin again | S.Coups × MingyuOnde histórias criam vida. Descubra agora