36. wildflower

111 14 4
                                    

🌼

“But I see her
In the back of my mind
All the time
Like a fever
Like I'm burning alive”

Wildflower, Billie Eilish

— Parou de chover, appa, é hora de acordar — Haneul cantarolou bem ao seu ouvido, fazendo Seungcheol abrir os olhos.

Ele ri, abraçando carinhosamente a filha e bagunçando seu cabelo que tinha cheiro de chiclete.

— Bom dia, meu amor… — ele sussurrou e a beijou na testa, segurando-a como se voltasse ao passado e ela ainda fosse um pequeno bebê em seus braços.

Haneul levantou a cabeça e olhou em volta, vendo o vazio ao lado do pai; encarando os lençóis amassados, sente falta de algo.

— Onde está o oppa?

Mingyu estava no banheiro, escovando os dentes, enquanto Seungcheol ainda permanecia na cama em estado de letargia. Quase que no mesmo instante, Mingyu colocou a cabeça para fora do banheiro com a boca cheia de espuma e seus olhos encontram os de Seungcheol.

— Aqui está ele — disse Seungcheol, apontando para Mingyu e sorrindo.

Mingyu tentou falar algo, mas a espuma o atrapalhou, o que fez Haneul gargalhar ainda mais alto.

— Oppa, você está tão engraçado! — Haneul riu, pulando da cama e correndo até Mingyu para dar um abraço em suas pernas.

Mingyu se abaixou e levantou Haneul, levando-a para o banheiro para escovarem os dentes juntos. Seungcheol observou tudo com um sorriso no rosto e um brilho nos olhos, suas bochechas se tingindo de vermelho, sentindo-se vivo.

O sol saiu de seu esconderijo detrás das nuvens e iluminou o seu quarto, atravessando as cortinas para beijar o seu rosto. Seungcheol sentiu o queimor na pele, a luz daquela bola de fogo hasteada bem alto no céu tingindo sua pele pálida de dourado, fazendo-o se sentir vivo e completamente em paz.

Ele se levantou arrastado, sem querer se levantar ainda. A cama tinha o calor de Mingyu e o cheiro dele estava grudado em seu travesseiro. Aquele cheiro que era como uma droga e que estava inebriando seus sentidos, fazendo-o se tornar um demente. Completamente demente.

Seungcheol foi espiar os dois no banheiro e encontrou Mingyu tentando ensinar Haneul a como usar enxaguante bucal, mas Haneul achou o gosto muito ruim e fugiu logo em seguida, pulando de cima da pia.

De repente, os olhos de Mingyu encontraram os seus pelo reflexo do espelho.

— Me espiando, hyung?

Seungcheol balançou a cabeça. Ele se aproximou por trás, envolvendo Mingyu em um abraço e descansando a cabeça em seu ombro.

— Gosto de assistir você.

Mingyu colocou uma mão sobre a sua e a acariciou suavemente.

— É por isso que você estava me olhando e me acariciando enquanto eu dormia? — Mingyu se virou para ele e os seus olhos se encontraram.

Eram em situações como aquela que Seungcheol se lembrava o quanto Mingyu era alto, obrigando-o a esticar o pescoço para cima para poder encará-lo e, às vezes, se equilibrar na ponta dos pés para beijar os seus lábios. No entanto, Mingyu tinha a altura certa e exata para beijar sua testa sem precisar se esforçar.

Begin again | S.Coups × MingyuOnde histórias criam vida. Descubra agora