22. running after you with all I have

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Vazio.

Seungcheol conhecia o significado dessa palavra a muito tempo, mas nunca tão forte quanto agora. Quando a terrível sensação de sempre ter algo faltando e nunca estar completo o perseguiu, transformando os dias e as noites em uma melancolia sem fim.

Porque uma parte sua estava faltando.

A ausência do seu sorriso, do seu toque suave, do doce som da sua voz. Ele sentia tanta falta. A saudade estava pesando cada dia mais em seu peito, como uma âncora arrastando-o, afundando, esmagando-o, levando o seu coração ao fundo do poço. Este lugar ele conhecia muito bem.

Tudo ao seu redor lembrava Kim Mingyu. Cada cômodo da casa onde ele pisou, o canto da janela em que ele costumava se escorar no trabalho, a sala se reuniões em que ele falava orgulhosamente, todos estavam vazios agora. E conforme os dias foram passando foi se tornando ainda mais gritante, quando todas as memórias doces que inundavam a vida de Seungcheol se tornaram uma saudade dolorosa.

Com solidão, tristeza e exaustão acumulados, Seungcheol tinha que fingir um sorriso quando Haneul perguntava por Mingyu. Sua mente as vezes vagava, a produtividade caía e os prazos do trabalho se acumulavam.

Ele nunca se sentiu tão vazio.

Mesmo quando todos os abandonaram e Seungcheol teve que se reconstruir sozinho, porque essas pessoas nunca o amaram, mas, desta vez... Desta vez era diferente. Mingyu o amava, ele mesmo disse isso, e Seungcheol acreditou nele.

No fim, a saudade tinha nome, o vazio tinha nome.

A ausência de Mingyu era esse vazio.

Eu sinto tanto a sua falta.

Era uma angústia sem fim não saber como ele estava, não saber quando voltaria. E Seungcheol era covarde demais para simplesmente ligar para ele. O que ele ia dizer? Ele não sabia o que dizer, ele nem mesmo sabia o que estava sentindo.

Por que eu estou hesitando se eu quero?

Por que estou hesitando se eu te quero?

Te quero com tudo que sou, com tudo o que sei e conheço até agora. Se eu quero sentir o calor dele, a pele dele contra a minha, os lábios dele nos meus. O seu abraço, o beijo de verdade que eu ainda não sei como é.

Ah, Mingyu...

Mas o que ele poderia oferecer? Ele não era interessante e tinha tantas responsabilidades, ele tinha filha acima de tudo.

"E se eu não for suficiente para ele?", A pergunta que vinha o atormentando a todo momento e não podia dormir tranquilo, porque no meio da noite o vento sopra, as palavras se perdem e o silêncio retumba o vazio que há dentro de nós.

Mais uma manhã, o alarme estridente ecoou pelo quarto escuro, arrancando Seungcheol de um sono profundo e tumultuado para mais um dia sendo esmagado pela monotonia e pelo cansaço. Olhou o próprio reflexo no espelho, sussurrando para si mesmo, "Só mais um dia".

Acordou Haneul com um beijo e levou-a ainda sonolenta para a escola antes de pegar o ônibus. No trabalho, ele foi recebido por uma pilha de tarefas urgentes que pareciam multiplicar-se a cada minuto. O telefone não parava de tocar, e a pressão para cumprir prazos impossíveis aumentava a cada instante. Lee Youngjoon falou alguma coisa com ele, mas ele não escutou. Tinha muito trabalho e o novo gerente do seu departamento era muito mais rígido e profissional que o anterior. O que por um lado foi um alívio.

Begin again | S.Coups × MingyuOnde histórias criam vida. Descubra agora