14. belong

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🌼

— Não vá, fique. — Seungcheol repetiu.

Talvez ele não tivesse pensado com clareza ao dizer aquilo, mas uma vontade repentina tomou conta das ações. Ele não entendeu exatamente o porquê, mas imaginar Mingyu indo embora mexeu com algo dentro dele que foi impossível de controlar. Ele também não sabia de onde tinha tirado coragem o suficiente para dizer aquilo, mas foi tudo no automático, sem pensar, um impulso que ele não pôde evitar.

Ou talvez não quis evitar.

Antes que ele pensasse demais e acabasse voltando atrás no que tinha dito, Mingyu então falou.

— É claro que eu fico, hyung.

Ele...

Ele estava mesmo disposto a ficar?

Mingyu tentou agir naturalmente, mas, na verdade, quando ele o pediu para ficar, o seu coração bateu como um louco; milhares de borboletas dançaram dentro do seu estômago.

Ele se ajoelhou na frente do seu hyung para olhá-lo com carinho, com um sorriso que não estava cabendo no rosto.

— Você... tem certeza que eu não vou atrapalhar? — Seungcheol insistiu mesmo sabendo exatamente a resposta.

— Eu quero estar aqui. — Mingyu segurou as mãos de Seungcheol entre as suas — O que seria mais importante para mim do que estar com a Haneul e com você, hyung?

O afago gentil de suas mãos fizeram os pelos de Seungcheol se arrepiarem e tom grave e manso da sua voz também o deixou meio desconcertado.

Ninguém nunca tinha dito algo tão especial assim para ele antes.

Só naquele momento Mingyu percebeu que eles não tinham ligado as luzes quando entraram em casa, logo o universo os presenteou com uma atmosfera calma e aconchegante, somente com a luz pálida que vinha da rua. E olhar para Seungcheol tão de perto assim naquelas circunstâncias reforçava o quanto ele era lindo.

Tão lindo.

"Se controla, Kim Mingyu. Se controla." ele repetiu mentalmente, pondo-se de pé e tirando o próprio blazer.

— Ok, você deve estar morrendo de fome. — ele desabotoa os punhos da camisa e arregaça as mangas à altura dos cotovelos. — O que gostaria de comer hoje?

— Ah, não, eu posso cozinhar...

— Nada disso. — Mingyu o impede de se levantar — Hoje eu vou fazer o seu jantar. Eu te juro que cozinho bem.

Ignorando seus protestos, Mingyu entrou na cozinha como se já fosse famíliar com aquele ambiente, logo procurando pela tábua de corte e a faca.

Seungcheol o observou atentamente e Mingyu, ao perceber que estava sendo observado aproveitou para desabotoar dois ou três botões da sua camisa social branca.

Cozinhas podiam ser bem quentes.

Seungcheol desviou o olhar, se virando para subir as escadas rapidamente e quase tropeçando em seus próprios pés.

Ao entrar no quarto, ele se jogou no colchão. Deitado sobre o edredom bagunçado — que não tivera tempo suficiente para arrumar de manhã — enquanto olhava para o teto. Ele de repente toca no próprio rosto só para perceber que estava extremamente quente.

Begin again | S.Coups × MingyuOnde histórias criam vida. Descubra agora