38. midnights

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Choveu. Gotas caíram sobre eles como uma cachoeira caindo do céu. Pés encharcados batendo contra o asfalto molhado, risadas abafadas, mãos entrelaçadas e lágrimas prateadas sendo levadas pelo som da tempestade. Giravam e deixavam-se molhar. A chuva caiu sobre eles e lavou suas lágrimas, molhou sua pele e beijou suas bochechas rosadas.

Por um momento, Mingyu teve ciúmes da chuva. Porque ela o tocava como ele queria tocar.

Seungcheol pisou em uma poça e a água espirrou em seu rosto. Então ele ri, voltando a si, zombando de seu próprio egoísmo e do ciúme infantil que sentia de cada gota, desejando que fosse ele a traçar aqueles caminhos, a descobrir cada curva, e sentir cada centímetro de pele quente e doce sob os seus próprios lábios.

Eu o quero. Eu o quero mais do que qualquer coisa que existe neste mundo.

Quando finalmente chegaram em casa, estavam encharcados. Cabelos grudados da testa e a roupa pesada, cheia de água. Ofegante e com um sorriso travesso, Mingyu agarrou sua cintura e o puxou para si, despindo-o do terno sobre os seus ombros, deixando os últimos vestígios de formalidade que os cercava. Riam como crianças sob o céu noturno, deixando o frio penetrar em seus ossos por um capricho sem motivo até que não aguentassem mais, enrolando-se em toalhas para não se resfriar.

— Você está todo molhado, hyung. Tão gelado…

Com um sorriso suave, ele segurou o rosto de Seungcheol entre as mãos, seus polegares acariciando suavemente a pele fria, observando cada detalhe, como se estivesse gravando sua imagem na memória.

Seungcheol ri.

— Eu nem me molhei tanto assim — mente. Então Mingyu fecha os olhos e suas testas se tocam.

— Mentiroso. — Ele ri. — As gotas de chuva beijaram suas bochechas — Mingyu sussurra baixinho, sua respiração quente contra os lábios de Seungcheol, compartilhando do mesmo ar como se fossem um. — Que sorte… Quero essa sorte.

Mingyu se inclina por um instante, encostando os lábios em sua bochecha fria. Então ele se afastou apenas o suficiente para olhar em seus olhos com um pequeno sorriso.

Enrolado na toalha daquele jeito, ele estava parecendo um bolinho de arroz.

Mingyu riu.

— Do que está rindo? De mim? — Seungcheol indagou, abrindo os olhos, tentando fingir que estava com raiva, mas o brilho em seus olhos traiu-o miseravelmente.

— Não, não é isso — Mingyu sussurrou. — É só que você é tão bonito, hyung, que eu não consigo parar de te olhar.

Mingyu viu o rosto de Seungcheol se iluminar. E se fosse possível brilhar ainda mais, Mingyu o viu se tornar o sol. E ele era apenas um pequeno planeta em sua órbita, encantado com todo o seu brilho, com toda a sua vida e todo o seu calor.

— Hyung, tenho uma surpresa para você.

Seungcheol arqueou uma sobrancelha, curioso, observando enquanto Mingyu segurava cuidadosamente sua mão, guiando-o para mais perto da mesa onde havia deixado um envelope lacrado.

— Você é o primeiro a ver isso. — Mingyu sorriu e estendeu o envelope para Seungcheol, que pegou com cuidado, sentindo a textura do papel sob os seus dedos começar a ficar cada vez mais fria.

— O que é isso? — Seungcheol perguntou, seus olhos já percorrendo as primeiras linhas.

— É o documento oficial da sociedade, o cartório emitiu hoje de manhã. — Seungcheol levantou a cabeça, piscando algumas vezes. Não pode ser. — Agora eu não sou mais um funcionário, hyung. — Mingyu sorri. —  Não sou mais o diretor executivo, agora eu sou um pequeno sócio com 3% das ações.

Begin again | S.Coups × MingyuOnde histórias criam vida. Descubra agora