capítulo 6

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Pov Priscila Caliari

Parecia que tinha voltado no tempo até a noite anterior e estava sonhando tudo de novo. Ainda que seu olhar não estivesse sobre mim como no sonho, meu corpo reagia da mesma forma. Meus olhos analisavam cada pedaço dela, e impossível não concordar com o safado do meu marido, ela realmente tinha uma bunda perfeita.

Estava prestes a dar meia volta e ir embora, mas Carol virou sua cabeça e me viu, parou seu exercício e veio ao meu encontro. Ela tinha um sorriso tão encantador no rosto, que fez meu coração bater um pouquinho mais rápido.

-Que surpresa encontrar você aqui essa hora Priscila.

-Nem tanto, geralmente venho esse horário mesmo. Na verdade, venho sempre que saio do trabalho.

-Nunca fui muito de malhar mas desde que eu terminei, tenho tentado me cuidar mais, me valorizar mais. Mas admito que o horário não funciona pra mim, só vim agora porque tive um dia cheio. Cheio não, inspirado. Sem contar que da última vez que vim nesse horário passei por uma situação desagradável. No dia que eu me mudei vim aqui malhar um pouco e conferir como era a academia do prédio. Pouco tempo depois chegaram uns homens e começaram a me "comer" com os olhos, e ficaram falando coisas nojentas. Aí Priscila, é uma situação que eu não desejo pra ninguém.

-Então era você naquele dia? - Vergonha era pouco para aquele momento.

-Como é que... Erapera, era você a mulher que apareceu? Então o homem...

-Era o Erick. Olha Carol eu não tenho palavras nesse momento, nem sei por onde começar a me desculpar.

Eu achava que o constrangimento estava sendo a pior parte, mas foi só ver a tristeza estampada no olhar dela que o meu coração se partiu.

-Eu vou deixar você malhar em paz, pra mim hoje já deu. - Ela falou pegou suas coisas e foi em direção a porta.

-Carol espera...

-Esperar pra quê? - A tristeza em seu olhar se transformou em decepção e aquilo me apartou ainda mais o peito. - Se for para você me pedir para não denunciar aqueles babacas para o síndico, já digo que vai perder o seu tempo.

-Não é isso Carol.

-É o que estão? Quer saber, não.me interessa, diga ao seu maridinho que ele pode esperar as consequências.

Ela foi embora sem olhar para trás e eu? Já não tinha mais clima nenhum para exercício algum então me sentei em um canto, só dando tempo.

Foi até bom eu ter comido na casa das meninas, pois eu não teria ânimo nem estômago para comer alguma coisa. No quarto Erick assistia alguma coisa na televisão, acho que até falou alguma coisa comigo enquanto eu ia ao banheiro tomar banho, nem sei. Fiquei um bom tempo embaixo do chuveiro e quando saí ele já estava dormindo.

Quase acordei ele aos tapad de inveja pelo quão tranquilo ele dormia, sendo que a culpa daquilo tudo era dele. Quanto a mim, o sono veio mas com um certo custo. Dormi pouco mais uma vez, fui dormir depois de 01h da madrugada e acordei umas 5:30h.

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-Está tudo bem amor - Erick me perguntou durante o café da manhã.

-Está sim.

-Tem certeza? Você acordou mais cedo que o normal, e desde que sentou estou tentando falar com você faz uns 10 minutos mas até agora nada. Parece que tá pensando na morte da bezerra.

-Estou sim Erick, pode terminar seu café e ir trabalhar tranquilo. Daqui a pouco tenho que ir também.

Ele aceitou a desculpa, deu um último gole no café e levantou da mesa. Poucos minutos depois pegou sua pasta e saiu. Eu fiquei ali no mesmo lugar. Até estava arrumada para sair e trabalhar mas não estava com nenhum ânimo para levantar da cadeira.

Um amor de vizinha (Capri)Onde histórias criam vida. Descubra agora