Um amor de vizinha (Capri)

Capítulo 8

Pov Priscila Caliari

-Nem sei por onde começar mãe.

-Que tal fazermos assim então, eu vou lá dentro preparar um belo banho de banheira e enquanto você relaxa, eu vou comprar aquele sorvete que você adora?

-Não precisa mãe.

-Precisa sim querida. - Minha mãe me deu um beijo na testa e saiu.

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Usei aquele tempo na banheira para pensar um pouco. Minha mãe tem esse jeito bem descontraído, até meio "jovem" eu diria, mas no fundo ela é bem esperta. Maus esperta que eu e meu irmão juntos. Também, não esperaria menos de uma das melhores advogadas do Rio de Janeiro. Hoje em dia ela só cuidava de um caso ou outro, os mais especiais, ela dizia que ralou muito, o que eu não duvido, e que agora podia se dar ao luxo de relaxar e passar mais tempo com a família.

Devido a carreira, ela sabia como ninguém tirar informações de alguém, ou seja, não teria como esconder nada dela por muito tempo, principalmente o beijo, mas ainda não estava pronta para falar em quem foi.

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-Melhor agora filha?

-Tô sim mãe, obrigada mesmo.

-Me conta agora o que tá te deixando desse jeito?

-Ai mãe... Essa semana parece que o mundo decidiu parar de fazer sentido. Tenho tido muita dificuldade em enxergar o homem no qual eu apaixonei e casei. Céus!! Nem eu mesma estou me reconhecendo.

-Crises e brigas são comuns em qualquer relação filha, a gente conversou outro dia.

-Eu sei mãe, só que poxa, parece que só eu percebi que não tem algo muito certo. Ontem por exemplo, pensei em fazer algo especial, preparei um jantar, me arrumei e o Erick? Encheu a cara com os amigos do trabalho, nem sequer me mandou uma mensagem para avisar. Me diz, pra que ter um celular? Se não usa pra ligar ou mandar uma mínima mensagem. Fiquei horas esperando que nem uma palhaça e ele me chega bêbado em casa como se não estivesse nada de errado. Quando perguntei pra ele, nas duas vezes, com ele bêbado e sóbrio, o safado me dava uma resposta vaga. Além disso, algo me mim diz, sei lá, tive a impressão de ter sentido um perfume diferente nele quando chegou.

-Você acha que ele te traiu filha?

-Sinceramente mãe? Não sei. Mas pensando nele agora é no aconteceu outro dia...

Contei para ela sobre o ocorrido com Carol na academia do prédio.

-Coitada dessa garota filha, imagina o que podia ter acontecido se você não chegasse.

-Me arrependo muito de não ter pensado pelo lado dela antes sabe? Fiquei presa na raiva de encontrar o Erick ali no meio. Mas isso nem é o piro. O pior, é que depois disso eu ainda o perdoei. Ele veio todo arrependido, prometeu nunca mais fazer isso, então eu preferir acreditar que foi só um incidente e que a gente podia superar isso, mas...

-Queria que me prometesse que não vai me odiar pelo que vou dizer agora.

-Que isso mãe, nunca.

-Tudo bem, eu nunca fui muito com a cara dele. Ele nunca fez nada de mais, pelo menos não que eu tenha visto, mas meu santo nunca bateu com ele sabe? Você sempre foi tão séria, eu só nao falei nada antes porque você parecia um pouco mais feliz. Ainda assim, não pensei que ele tivesse um desvio de caráter tão grande, fosse tal machista.

-Como eu não notei nada antes mãe? Conta do o namoro e casamento são pouco mais de 3 anos.

-O amor tem dessas coisas filha.