Capítulo 7

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Pov Priscila Caliari

-Você? Me ajudar? Por que pelo que eu saiba, você já sabia de tudo e ainda assim, não fez nada. - Carol começou a se exaltar um pouco e quer saber? Eu também não fiquei pra trás.

-Eu errei tá bom? Eu briguei com o Erick aquele dia, acho que essa parte você também lembra não é?

-Engraçado que no dia seguinte já estavam bem juntinhos.

-Ele me pediu desculpas e disse que não ia mais acontecer.

-O que mais fizeram aquela noite? Deram uns amassos no sofá, ou quem sabe...

-O que isso tem a ver?

-Quero saber se tenho direito também. Afinal de contas, eu te pedir desculpas por ter dado em cima de você e prometi depois não fazer mais, se é só isso que precisa com você...

-Olha aqui garota, mais respeito. - Me aproximei dela com sangue nos olhos, deixando nossos rostos a centímetros de distância.

-Ou o que?

Ela me desafiou se aproximando ainda mais, foi só então que percebi o quão perto estava dela. Engolir seco, a medida que meu coração acelerava. Me afastei a leves tropeços e fui em direção a porta.

-Já vai? Eu achei que fosse me ajudar.

-Eu...

-Cadê aquela coragem toda de instantes...

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-Priscila é sério, por favor me diz alguma coisa.

-Malu? O que você tá fazendo aqui? - Perguntei sem saber quando Malu chegou.

-Sim, sou eu. Já a outra parte não sei. A Raissa foi lá na minha mesa e pediu para mim vir te ajudar, você deixou a coitada preocupada com o jeito que chegou aqui. E com razão, cheguei aqui e você estava olhando para o nada, mexendo a boca como se estivesse falando alguma coisa mas sem som algum. Tava parecendo uma louca amiga, o que aconteceu?

-Teve briga, provocação, sangue quente, calor... - Levei minhas mãos novamente a meus lábios - Por Deus o que eu... Carolyna...

-Ah claro, outra sonho?

-Pior amiga.

Pov Carolyna Borges

Já fazia mais de uma hora que ela tinha ido embora. Pelo menos eu acho, eu ainda continuava no mesmo lugar.

Ainda sentia meu corpo tremer. Ainda podia sentir seu gosto, e que gosto.

Nossa "conversa" logo se transformou em uma briga, na qual eu cutuquei a onça com a vara curta algumas vezes. Esperava quase tudo quando a provoquei a última vez, principalmente  um tapa, tendo como base os registros dos dias anteriores. Como eu falei, eu esperava quase tudo...

Quando senti seus lábios contra os meus, toda raiva, tristeza e decepção que sentia em relação a ela pareceu não importar mais, não diante do encaixe perfeito entre nós. Um beijo bruto mas ainda assim incrível.

Quando o ar acabou, nos afastamos nos encaramos. Priscila então arregalou os olhos, indo e voltando entre a minha boca completamente inchada e vermelha e meus olhos.

-Eu... Eu... - Ela correu para a porta e a bateu.

Relembrando tudo, um sorriso bobo logo apareceu em meu rosto, só não durou muito. Apesar do acontecido, não podia ignorar a realidade.

Primeiro que eu não sabia exatamente o que tinha acontecido, afinal de contas ela disse de pé junto que não gostava de mulher. Segundo, que mesmo que ela gostasse e até estivesse começando a sentir algo por mim, pois quando ela defendeu as ações do marido naquele dia, sei lá, acho que um pouco de magia se perdeu.

Um amor de vizinha (Capri)Onde histórias criam vida. Descubra agora