Capítulo 2

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Pov Carolyna Borges

Casa nova, vida nova... Pelo menos era isso que desejei quando entrei pela porta do meu novo apartamento.

Na verdade o lugar não era tão novo, ganhei de meus pais como presente de 18 anos, mas nunca o usei e havia entrado apenas uma vez. A decoração do lugar não era exatamente minha cara, mas nada que um pouco de tempo e imaginação não resolvesse.

Resolvi me mudar para cá depois de uma briga com minha mãe, ela é sua mania de me ver ainda como uma criança, incapaz de resolver seus próprios problemas. Posso ter apenas 22 anos e não ter a mesma experiência de vida que ela, mas uma hora eu tenho que aprender...

Fiquei com preguiça de tirar o resto das caixas do carro, e como já tinha trazido minhas roupas para dentro deixei o resto para amanhã. Depois de arrumar algumas coisas no armário, vesti alguma coisa e fui malhar na academia do prédio. Me arrependi no meio da minha rotina de exercícios quando um grupo de homens chegou.

Desde do começo eles nem disfarçaram os olhares que lançavam sobre mim, e até ali não me incomodava, estava acostumada a receber olhares. Modéstia a parte eu me acho linda. O problema é que não parou por aí... Eles começaram a lançar cantadas baratas, no melhor estilo "pedreiro", como se esse tipo de atitude babaca fosse atrair alguma mulher.

Minha vontade era de parar meus exercícios e colocar aqueles idiotas em seus lugares mas fiquei com medo, afinal de contas são quatro homens contra uma mulher... Se tem uma coisa que eu sei é escolher minhas batalhas. Por isso, achei melhor aguentar as palavras machistas e reclamar depois com o síndico, do que ferir o ego dos "machões" e dar a eles algo para provar...

Por intervenção divina, vi pelo espelho uma mulher descer do elevador, não consegui ver muito bem pois eu estava de costas. Não consegui entender o que ela disse, sua voz era calma e ainda assim não deixava de ser ameaçadora, o que me fez ficar quietinha em meu canto, vai que ela encrenca para meu lado? Fora que eu precisava me concentrar em não rir de toda cena.

Um deles saiu, atrás da mulher pelo visto, os outros também foram embora, imagino que com medo das respectivas patroa não serem tão firmes quanto aquela mulher e fizessem um escândalo. Podia ter terminado os meus exercícios mas achei melhor subir para casa. Pedi uma pizza já que ainda não tinha feito compras e nem tinha utensílios domésticos. Comi, e em seguida cedi ao sono dos justos.

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Acordei no dia seguinte com uma animação incomum. 

Comi as sobras de pizza do dia anterior e finalmente comecei meu dia. Dia este em que eu pretendia fazer várias coisas. Só tinha esse semana de férias da faculdade, finalmente o último semestre senhor!!! O plano do dia era terminar toda a mudança logo e aproveitar meus dias de folga fazendo vários nada.

Brincadeira, queria usar esse tempo para criar, deixar a imaginação correr solta...

Comecei pelas caixas que ainda estavam no carro. Basicamente faltavam apenas meus livros e materiais de desenho, alguns croquis e meus portfólios. Quando faltavam apenas 3 caixas, apesar de serem pesadas, achei que dava conta de fazer uma viagem só. Só tinha um problema, eu acabei não enxergando nada, principalmente o espetáculo de mulher que esbarrou em mim na saída do elevador.

E quando falo espetáculo eu não minto, ou minto?

Ela foi toda simpática e solícita me ajudando a recolher tudo e levar para dentro. Nossos olhares se encontraram por um instante mas ela desviou olhando para o chão por alguns instantes. Aquele acanhamento repentino me arrepiou toda. Não era possível que um mulherão daquele fosse tímida... Seu nome era Priscila Caliari, minha linda e espetacular vizinha do apartamento ao lado. Abri um sorriso de orelha a orelha ao saber disso.

Um amor de vizinha (Capri)Onde histórias criam vida. Descubra agora