Capítulo 14

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Pov Carolyna Borges

-finalmente a filha pródiga volta ao lar. -Diz meu pai assim que me vê adentrar pelas portas da biblioteca.

Ele adorava ler e tinha uma coleção respeitável. Se eu precisasse encontrá-lo especialmente no fim de semana, é lá que ele estaria.

-Retornei apenas para uma visitinha papai, o senhor sabe muito bem.

-Não custava tentar. Pelo visto tem gostado de sua independência.

-Quase independência mas sim, estou gostando. - Impossível não lembrar de Priscila nesse momento.

-Vejo que pelo sorriso está feliz.

-Estou feliz, é tudo que vou dizer. Se soubesse que estamos sozinhos...

-Não fale assim filha...

-Por que não papai? Ela contratou uma prostituta para seduzir minha namorada.

-E faria de novo se fosse preciso. - A voz de minha mãe se fez presente. - Desde que coloquei meus olhos nela, sabia que aquela garota era só uma interesseira, que não gostava de você.

-Podia ter conversado comigo e não agido pelas minhas costas.

-Eu tentei várias vezes.

-Também não aprovo o método, mas nesse caso tenho que defender sua mãe filha. Ela tentou conversar mas você estava sempre ocupada ou com a garota. E nas raras vezes que estava  sozinha, não queria escutar quando o assunto se tratava dela. Você ainda está cega pela raiva mas sabe que tenho razão.

-Quando você descobriu que gostava de garotas quem foi a primeira a te apoiar? - Minha mãe perguntou se aproximando. - Eu sei que forcei uma situação e que te machuquei no processo, mas eu só queria o seu bem filha.

-Uma forma bem torta de demonstrar dona Fernanda.

-Eu sei filha. - Ela me puxou para um abraço. - Mas é que eu te amo tanto, não podia deixar que jogasse tanto tempo fora com a pessoa errada.

Não vou negar, sentia falta daquele aconchego e carinho, minha mãe sabia como me dobrar, mas ainda assim não ia deixar tão fácil.

-Mesmo te perdoando eu não vou voltar para casa você sabe né?

-Desde que você venha passar os fins de semana conosco.

-O almoço de domingo vai ter que ser o suficiente por enquanto.

-Eu aceito. - Meu pai entrou todo feliz no abraço. - E quem sabe da próxima vez você traz sua garota.

-Garota? - Minha mãe perguntou surpresa.

-Sério pai? Sim mamãe, digamos que conheci alguém. Mas por favor, essa parte da vida é só minha, me deixe errar e aprender com meus erros.

-Tudo bem, prometo fazer o possível.

-Acho que é o melhor que você consegue né? E sinto muito papai, mas deve levar uma tempo para que a conheçam. Ela saiu de um relacionamento agora pouco e por isso estamos indo devagar.

-Está certo filha.

Meu pai pode entendido mas dona Fernanda não pareceu gostar muito, o que já era esperado.

-Eu vou no quarto rapidinho enquanto o almoço não está pronto. - Disse indo em direção a porta me virando assim que coloquei a mão no batente. - E mamãe, acho que dessa vez achei a pessoa certa... Obrigada.

Pov Priscila Caliari

-Seu sorriso noite passada já dizia tudo, mas como foi o dia ontem filha? - Minha mãe perguntou enquanto finalizava o almoço na cozinha.

Um amor de vizinha (Capri)Onde histórias criam vida. Descubra agora