Capítulo 9

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Pov Carolyna Borges

-A senhor... - Ela me olhou séria. - Você é louca por acaso?

-Será que eu posso entrar e me sentar? - Ela entrou e sentou em uma poltrona. - Acho que temos que conversar algumas coisas.

-Sentar e conversar, simples assim? Quem diabos a senhora pensa que é? - Não dei tempo dela responder e continuei. - Para mim não importa de quem você é mãe, da Priscila ou até do próprio papa, eu não aceito que ninguém chegue em minha casa assim. Eu não quero ver sua filha nem pintada de ouro. Por isso, não temos nada o que conversar. Agora peço que ponha-se daqui pra fora. - Apontei para a porta.

Ela se levantou mas ainda mantinha um leve sorriso no rosto.

-Gostei de você menina, gostei mesmo sabia? Pelo visto aconteceu alguma coisa a mais que a Priscila não me contou, mas espero realmente que se entendam. Até querida.

Ela saiu do meu apartamento fechando a porta na saída. A mulher ainda teve a cara de pau de dizer que gostou de mim? Ah, me poupe. Mas isso não iria ficar assim, peguei meu celular e liguei para Dani.

-Preciso de um favor amiga.

Pov Priscila Caliari

Meu programa para sábado de manhã? Ficar largada no sofá assistindo qualquer coisa na televisão, a muito tempo que não fazia isso. O fim de semana geralmente era para colocar tudo em ordem em relação a limpeza da casa e da roupa suja. Mas acho que aqui na casa da minha mãe eu podia me dar ao luxo de não fazer nada, pelo menos hoje.

Só não esperava que meus planos iriam para o espaço assim que ouvi o telefone tocar. Como era o telefone fixo devia ser alguém que minha mãe conhecia bem, por isso atendi.

-Me encontra em meia hora no Le bon.-
Não me deixou nem responder e desligou na minha cara.

Meu coração veio à boca quando percebi que era Caro do outro lado da linha. Como ela conseguiu o telefone daqui? E como ela sabia que era ru do outro lado da linha pra sair falando assim? Dando um ultimato logo de cara.

Sorte que tenho o hábito de trocar o pijama logo que acordo mesmo que não vá sair de casa, porque estava tão nervosa que saí de casa do jeito que estava. O Le bon, era uma cafeteira muito conhecida da cidade, cheguei lá em menos de 10 minutos e procurei Carol por lá. Ela pelo visto não havia chegado ainda, por isso conseguir uma mesa e pedi um suco de maracujá, quem sabe aquilo me acalmava um pouco enquanto eu esperava. Adiantou? Um pouco, mas assim que eu a vi entrar, meus nervos voltaram a ficar do mesmo estado.

-E-Eu não esperava... - Ela me cortou.

-Adivinha quem tava lá em casa agora pouco? - Seu tom era bem hostil.

-Aí meu Deus. Foi o síndico? - Me levantei toda preocupada. - Aquele merda fez alguma coisa com você quando foi reclamar? - A segurei pela mão e me aproximei um pouco. - Eu sabia que ia dar problema. Merda Carolyna, se você não tivesse me feito perder a cabeça e deixado eu explicar tudo.

-Então explica agora. - Ela se soltou de mim e sentou na cadeira à frente da minha. Seu tom tinha abrandado um pouco. A hostilidade tinha sumido, mas a frieza ainda estava lá. Ainda assim, conseguir relaxar um pouco.

-Meu pai foi advogado por mais de 20 anos, ele até pegava um caso grande outro, mas o que ele gostava mesmo era ajudar. Boa parte do histórico é de casos pro bono, quando se oferece os trabalhos para quem não pode pagar sabe? Principalmente por causa desses casos, ele tinha alguns ditados engraçados. "Se o teto vazou, o síndico chamou. Se não funcionou a reunião de condomínio eu vou." Faz sentido?

Um amor de vizinha (Capri)Onde histórias criam vida. Descubra agora