13. Pré-festa

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Hoje era aniversário do Fred, e eu estava no salão em um dia de spa com as minhas amigas que tinham um belo poder de persuasão.

O meu relaxamento começou a partir do momento em que coloquei o pé na soleira da porta, e me permiti passar por todas as massagens e tratamentos a que tinha direito.

Examinei as opções de tratamentos possíveis, e optei por exatamente tudo que eu precisava. Fiz as unhas, sobrancelhas, depilação, e resolvi clarear um pouco o tom do meu cabelo loiro.

Fechei os olhos e me deixei ser cuidada, enquanto pássaros trinavam em suas gaiolas suspensas e vasos de plantas preenchiam todos os cantos com suas enormes folhagens. Pequenas fontes propiciavam o som de água correndo, enquanto a música executada por instrumentos de corda, preenchiam suavemente o ambiente.

Só voltei a raciocinar novamente quando ouvi Bruna falar da cadeira ao meu lado.

- E então, você vai dar uma chance para o Antônio novamente?

Olhei feio para ela, sabia que embora discretas, fofoca era uma coisa que rolava solta em nossa cidade, e as atentendes pareciam estar com os ouvidos atentos em cada pequeno sussurro que dávamos.

- Nós somos amigos, bons amigos.

- Amanda...

- Amigos.

- Tudo bem, tenho certeza que a Teresa vai amar saber disso.

- Quem?

- A Teresa, a nova veterinária da fazenda da família Figueiredo, a cidade inteira está falando sobre ela, e sobre como ela está interessada no Papato.

- Como todos sabem isso? - perguntei realmente curiosa.

- Digamos que a mulher tem um sex appeal de dar inveja, e não tem vergonha nenhuma de demonstrar quando está interessada.

- Mas... - desisto de falar, tem olhos e ouvidos demais atentos sobre nós duas.

- E ela estará na festa do Fredinho. Mas, você só perde se quiser amiga.

Ouço o recado dela mas resolvo não responder, é melhor assim. Encolho os ombros, e logo em seguida sou chamada pra minha massagem.

Deitei na maca e relaxei, fechando os olhos disposta a tirar um pequeno cochilo, mas a minha mente não tinha o mesmo plano, e o meu pensamento se voltou completamente para o Antônio.

Suspirei. A quem eu estava tentando enganar?, eu ainda o amava loucamente. Por que insistir nessa de manter a amizade, quando evidentemente nos últimos dias ele vinha fazendo um enorme esforço pra estar perto de mim?

Respirando fundo, tentei relaxar.

Depois de passar várias horas agradabilíssimas no spa, as meninas resolveram sair para comprar roupas. Eu declinei do programa já que havia feito isso dois dias antes com a minha mãe.

Voltei para casa e não encontrei a minha mãe ali, enviei uma mensagem e descobri que ela estava passando a tarde com algumas amigas na cidade vizinha.

Sorrio, feliz por ela estar conseguindo seguir a vida.

Entro no meu quarto e encontro um enorme buquê de flores, ao lado de uma caixa preta sofisticada com um laço de cetim. Pego o cartão e vejo que é do Antônio.

Aproveito o tempo sozinha para ligar para ele, disposta a reclamar da quantidade de flores e presentes que ele tem me enviado ultimamente.

Digito o número dele várias vezes, antes de enfim tomar coragem para completar a ligação. Ele atende ao primeiro toque.

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