CAPÍTULO 17

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V I C E N T E

Eu tenho um sorriso idiota na cara. Mas, como não ter? A Mari também está sorridente, enquanto assiste TV e tem o Bernardo dormindo sobre ela, todo satisfeito e matando a saudade da sua mãe. Caramba! Juro que meu corpo ainda parece sensível e desperto do momento de paixão e entrega que tivemos. No fundo, sei que a Mari tem medo de que tenha uma recaída na depressão e volte a se distância, mas, ela é corajosa e cheia de paixão demais para deixar suas vontades passar.

— Vou deitar. só o bagaço. — Sorriu levantando-se devagar, pra não acordar o Bernardo.

— Tudo bem. Vou abrir a porta pra você. — Desligo a TV, e pego a bagunça de fraldas e paninhos que estava no sofá, antes de segui-la em direção ao quarto do Bernardo.

— Você percebeu o que ele estava fazendo? — Perguntou colocando o pequeno no berço. — Como pode?! Só tem três meses, e já está rolando daquele jeito. Você tem que ter cuidado quando estiverem sozinhos, se for deixar ele sobre a cama. A rede, eu coloquei um botão perto dos punhos, você abotoa sempre que deixá-lo dormir nela. Porque do jeito que está indo, ele vai estar fazendo danação em breve e é um perigo cair. — Recomendou me mostrando o que fazer, e apenas fico observando e absorvendo o momento simples e tão único, que é falar sobre nosso bebê como pais.

— Não vou esquecer. — Respondo indo até meu dorminhoquinho para dar boa noite. — Dorme bem, meu pequenino. — Dou um beijo na sua mão macia, apaixonado pela forma que ele suspira lento e tem um biquinho em seus lábios gordinhos. — Amor, ele é a sua cara. — Passo os dedos pela bochecha e a sobrancelha que não passa de uma sombra.

— Isso eu sei. Somente seus olhos e as vezes o humor. — Riu me abraçando pela cintura, suspirando de uma forma profunda. — Nosso menino é muito lindo. — Elogiou amável, porém, agora só estou conseguindo me concentrar nas suas mãos a minha volta, sua respiração leve no meu ombro.

Fecho meus olhos por um instante, meu coração parece tão acelerado, e minha mente trabalhando rápido. É essa a imagem que quero. Dois pais, um casal apaixonado, olhando o filho dormir, como se nada mais importante existisse ou pudesse abalar. Suspiro profundamente, pegando a pequena mão sobre meu estômago e acariciando, sentindo a textura macia.

— Sim, ele é. — Declaro virando no seu abraço, um sorriso no meu rosto ao vê-la me olhando. — Tão bonito quanto a minha garota. Minha chocolate. — Ela Suspirou lambendo os lábios.

— Tanto tempo que não me chamava assim. — Acaricio seu rosto, seus lábios gordinhos e saborosos, seus cabelos volumosos e cheios, que tem o cheiro mais inebriante do mundo. — Ou que me olhava assim. — Tocou meu rosto com dedos trêmulos, seus olhos brilhantes. — Promete que vai ficar bem, Vicente? Eu juro que tento controlar e ignorar as vezes a distância e a frieza que se instala nas suas ações e olhar, porém, em muitos momentos, parecia um desconhecido, e aquilo me mata. — Confidenciou baixo, e abraço ela apertado.

Eu vejo a angústia em seu olhar, sempre que estava mergulhado em uma crise de existência. Não gosto de ver minha família sofrer, e esse é único motivo que me faz tentar melhorar. Não ter a Sofia me dói muito, mas, a cada dia estou mais ciente que sua condição é algo inevitável, e que apesar de não a ter, ainda tenho a Mari e o Bernardo, e eles são minha vida agora e tenho que viver por eles, e aceitar que por mais que ame minha filha, ela continuará na nossa lembrança.

— Eu prometo, meu amor. — Beijo sobre sua cabeça e acaricio suas costas. — Já me sinto melhor. Vou ficar bem, e vamos ser feliz. — Declaro com sinceridade, e sinto ela suspirar no meu peito.

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