CAPÍTULO 19 |final|

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V I C E N T E

Eu abraço ela por trás, o perfume dela invadindo e me deixando envolvido. Assisto com satisfação ela retirar a maquiagem, e me dá um sorriso pelo reflexo do espelho. Tão bonita, que me deixa com a respiração presa.

— Ainda estou esperando minha sobremesa. – Beijo perto do seu ouvido, amando vê-la estremecer contra mim.

— Tem sorvete na geladeira. – Insinua como se não soubesse o que desejo.

— Eu gosto da ideia de misturar os sabores. – Deslizo a língua por seu pescoço, e ela solta um gemido suave, que me faz arrepiar e prender o suspiro excitado com seu ato simples.

— É mesmo? – Insinua apertando os olhinhos na minha direção, ciumenta, e faço um a recapitulação do que falei para saber onde errei.

— Não algo que envolva baunilha ou creme. Eu somente quero de chocolate, e talvez açaí por cima. O açaí, é o sorvete e tem que ser o gelado. – Ela ri da minha situação, ao me explicar. — Não sei porque sempre caio nessa sua cara de safada. – Acuso e ela sorri ainda mais, me abraçando pelo pescoço.

A Mari é ciumenta, mas, uma ciumenta de um jeito bobo e confiante, porque confia que sou apaixonado, louco por ela e jamais olharia para outra. Ela sempre me faz se redimir e se desculpar, por coisas que nem faz sentido, porém, eu amo fazer, porque o sorrisinho convencido que me dá, é lindo de ver e gosto dos seus jogos.

— Porque você me ama. – selou nossos lábios e suspirou. — Ficou com alguém enquanto estávamos separados? – Questiona ansiosa e avalio ela com cuidado, sua forma discreta de demonstrar seus ciúmes.

— Não. – Admito sincero. — Você? – Pergunto, mesmo não querendo saber a resposta.

Mari e estava livre para ir com quem fosse, e sei que não posso cobrar algo sobre, o que não significa que meu coração aceita essa situação, porque sinto ele amargando na minha boca com a ideia de outro homem tocando sua pele bonita, sentindo seu cheiro ou apenas vendo ela sorri tão linda.

— Não fiquei. – Declarou tocando meu rosto com carinho, seus olhos escuros presos no meu, me vendo relaxar com sua resposta.

Eu sorri, feliz por isso. Não que fosse julgar se tivesse feito, não estávamos juntos e fui eu que deixei ela ir, mas, apena a hipótese de ela desejar outro homem, já me mágoa e não sei mudar isso em mim. A primeira vez que vi ela, tinha ido buscar minha filha na faculdade, e me odiei segundos seguidos por ter desejado ela com todo o meu ser. Uma semana depois, cheguei do trabalho e fui para o meu quarto, e quando ouvi as risadas, olhei da sacada vendo minha filha e ela brincando feito crianças, o biquíni amarelo dela, deixando em evidência suas curvas perfeitas.

Me condenei mais uma vez, mas também amei em segredo.

A alegria que ela trás. Ela era amiga da Sofia, e foi natural desenvolvemos contato. Infelizmente ela chegou a presenciar o surto da Soraia, quando avisei que queria o divórcio, e não foi algo bonito de ver, tanto que minha filha foi dormir no apartamento dela aquela noite. Eu e a Soraia não tínhamos mais nenhum tipo de intimidade a mais de um ano, porém, não era esse o motivo do divórcio, e sim seus ciúmes desmentidos e desejo de posse, como se fosse apenas um ser inanimado sobre seus caprichos. Juro que para chegar ao ponto do divórcio, tentei manter tudo sobre controle o máximo possível, até porque o seu pai sempre efetivou que eu precisava cuidar dela, devido sua saúde emocional frágil. Hoje, após tanto tempo, que percebo o quanto fui manipulado por eles, e no fim perdi o que mais amava. Apenas hoje, consigo recordar de tudo, sem querer me afundar em dor e parar de viver. Eu quero aproveitar mais essa chance, mostrar o quanto a Mari e o Bernardo são importantes para e mim, e motivo o suficiente para que viva por mim e por eles.

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