Até o Nosso Tempo Acabar

Oito

Lauren Sparks.

As coisas poderiam ser do meu jeito, eu poderia escolher como controlar as vidas das pessoas e as coisas ao meu favor. Mas infelizmente não é assim. Eu vivo em um mundo onde não sou dona de nada e ninguém. E se pensas que sou dona da minha própria mente, estás enganado. Não posso nem mesmo controlar os meus sentimentos... ainda estou apaixonada por Edward, mesmo ele sendo um idiota. Talvez eu também seja uma grande idiota.

Quando digo que não posso controlar as pessoas em parte eu refiro à minha mãe. Ela tinha dito que ficaria trabalhando aqui perto para passar mais tempo comigo. Não foi bem desse jeito. Se passaram nem duas semanas e lá estava ela viajando para uma nova oportunidade de emprego, ela falou para mim: "Filha, eu tenho que sair para fazer umas pesquisas, é importante para mim."

Ela nem mesmo esperou eu esquecer o Edward, ficar sozinha nessa casa grande me faz ficar carente. Eu faria como as outras garotas ou garotos jovens, abriria a porta de minha casa para uma grande festa. Mas acho que isso iria trazer muito trabalho para mim... ou talvez dar uma festa seja boa ideia. Hoje é sábado e ainda são umas três horas da tarde, dá tempo de convidar algumas pessoas e preparar a festa. Vou ligar para minha amiga Ally, para que ela convide algumas pessoas em quanto arrumo a festa e o que comer.

-Ally, poderia convidar algumas pessoas para minha social? -Eu pergunto.

-Gostei de ver... minha menininha deixando de obedecer o papai.- Ela gozou com a minha cara.

-Claro que não, meus pais sabem. -Eu fico sem graça e minto.

-Ah sim, até parece. Vai começar que horas? -Ally me pergunta.

-Pode ser às 20:00. -Respondo.-Não chame muitas pessoas tudo bem?

-Tudo bem, tchau! -E desligou.

Começo a arrumar toda a bagunça que fiz ultimamente na casa, percebo o quão porca eu sou, achei pedaço de pizza debaixo do sofá. Guardo as coisas de valor da minha mãe no porão, só para evitar que algo grave aconteça. Caminho até a cozinha e torço para que tenha algo na geladeira. Coloco a mão no puxador, cruzo meus dedos, conto até três e abro a geladeira e... nada! Não tem nada dentro dela. Vou ter que sair para comprar alguma coisa. Ainda bem que minha mãe sempre deixa bastante dinheiro para mim. No caso dela demorar mais do que o previsto. As vezes eu falo que é demais e tento não aceitar, mas ela sempre diz: É melhor sobrar do que faltar. Apenas concordo.

Subo as escadas, entro no meu quarto no final do corredor. Pego minha carteira e coloco um casaco. Ligo para minha amiga, Normani, que já tem 16 anos e já pode dirigir.

-Mani, pode passar aqui em casa? Eu fiquei de dar uma social, preciso que me leve até o mercado. -Eu falo.

-Claro, pode deixar! Vou tomar um banho e daqui à meia hora chego ai. -Diz Normani.

-Obrigada. Até daqui a pouco.

Enquanto isso resolvo fazer uma lista das coisas que irei comprar, quantas pessoas devem vir no máximo? Umas vinte, eu acho. Pedi para Ally convidar poucas pessoas, tomara que assim ela faça. O que será que jovens do ensino médio tomam em festa? Ah, com certeza suco e refrigerante. Termino a minha lista e escuto a buzina do carro de Mani.

-Entra. -Ela faz um sinal com a mão para que eu entre no carro.

-Oi, Mani. -Dou um abraço nela.

-Posso fazer uma pergunta? -Ela diz.

-Claro. -Franzo o cenho, o que será que ela quer saber?

-Posso saber o por que de você querer dar uma festa? Eu te conheço e você nunca daria uma festa com seus pais fora de casa. -Ela realmente está séria.