Seis

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Lauren Sparks

Eu acordo, vou abrindo meus olhos lentamente e percebo que estou em um lugar diferente, pelo que parece é um hospital, meus pais abrem a porta e entram no quarto.

-Filha, quando você ia nos contar que estava grávida? -Meu pai disse.

-Como assim estava?

-Você perdeu o bebê, querida. -Disse minha mãe. Uma lágrima escorreu de meus olhos, seguida por muitas outras.

-Não pode ser mãe, por que isso foi acontecer comigo? -Eu falei em meio aos soluços. Ela me abraçou forte. -Quer dizer, eu sei que eu ia estragar a minha adolescência, mas eu mesmo que em pouquíssimo tempo, já tinha me conformado, era apenas uma criança, um bebê, eu que fui a irresponsável, e agora eu não irei poder trazê-lo ao mundo. É muito injusto, mãe.

-Eu sei querida, mas infelizmente você o perdeu, quando você estiver mais velha, com alguém que você ame e que te ame também, você vai poder trazer uma criança ao mundo ou até duas, quantas você quiser. -Eu apenas assenti.

Eu estava no quarto do hospital, deitada em minha cama, pensando se eu realmente um dia queria ter uma família. Eu estava deitada alisando a coberta áspera do hospital, meu dedo deslizava em um ritmo monótono. Até que eu olho para televisão e vejo...

-Não pode ser... -Sussuro.

Eu fiquei perto de um psicopata, graças a Deus eu estou viva. Os jornalistas dizem que ele tem problemas de cabeça, esquizofrenia e entre outros problemas. Eu espero nunca mais ter que me encontrar com ele de novo, aliás na televisão estão anunciando que ele está perdido em uma ilha. E que os políciais aprenderam o barco perto à praia.

Nessas horas a morte já deve ter consumido o pouco de vida que havia nele...

Tudo isso, morte e etc... me leva de volta ao filho que eu não vou ter, então lembro de Edward. E todas as lembranças da boate voltam a minha cabeça como uma flecha. Em seguida, me faz sentir enjoada e eu só tenho tempo de pegar a vasilha para vomitar. Então tento dormir... e quando eu fecho os olhos, os pesadelos voltam.

A minha perda vai me perseguir durante um tempo, eu sou culpada, eu sei que sou.

Está quase de manhã quando meu médico, Dr. Aurelius um senhor de sessenta e poucos anos, entra acompanhado de minha mãe para me dar alta.

-Você deve ficar em casa, repouse bastante e se precisar me ligar. -Ele estende um cartão para minha mãe. -Tenha um bom dia as senhoritas.

Eu dou um sorriso fraco e ele sai pela porta adiante. Minha mãe me ajuda a colocar minhas roupas como se eu fosse um bebê e em seguida penteia meus cabelos (ou arranca, tanto faz).

Estamos a uns cinco minutos no carro quando minha mãe fala.

-Pedi uns dias de folga no trabalho - Ela diz, e eu percebo logo que é por minha causa. - Vou ficar o dia toda com a minha meninha.

-Mãe eu não sou mais um menininha...

-Desculpe, eu só quis dizer que você passou um momento difícil. E que precisa de alguém para ficar com vo...

-Eu não preciso de ninguém para ficar comigo! - Explodo - Eu sei me cuidar muito bem sozinha.

-Sabe mesmo, Lauren Sparks!? -Ela me pergunta gritando. - Você ficou grávida porque não soube se cuidar, você acha que foi fácil para mim e seu pai saber disto?

-Eu não estou nem ai para vocês, só se dedicam à esses trabalhos idiotas e esquecem que tem uma filha em casa. -Eu começo a me sentir injusta, mas continuo. -Eu sofro sempre sozinha, chego em casa não tem ninguém para conversar.

Até o Nosso Tempo AcabarOnde histórias criam vida. Descubra agora