Parte 13

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Capítulo acabou de ser escrito e ainda não foi revisado, mas queria postar para lerem no feriado. Espero que gostem. 


Apesar de Andrey sempre ter sido uma pessoa metódica e que mantinha quase tudo sob controle, não teve tempo de pensar em todos os possíveis problemas que viriam a acontecer com a transformação de sua vida. Agora, enquanto Andrea, acordava todas as manhãs esperando que algo de ruim, ou muito ruim, acontecesse. Seus dias eram sempre uma montanha-russa. Pode-se dizer que sentia medo quando corria tudo tranquilamente, porque isso significava que muito em breve um desastre aconteceria. Ele nunca estava preparado e isso o tirava dos eixos.

Naquela manhã, por exemplo, ele se levantou, fez toda a sua higiene e se arrumou repetindo frases no feminino para não correr o risco de cometer uma gafe. Ele não aguentava mais nada daquilo. Emily também não. E estavam desesperados atrás de respostas. E, para piorar, ele precisava rabalhar cada vez mais para provar seu valor a Miranda. Antes, pensava que todo o seu esforço era para manter o seu trabalho como Andrey, mas com o tempo não conseguiu mais se enganar e percebeu que, na realidade, procurava a aprovação da editora-chefe. Ele sabia que era bom no que fazia. Não faria parte de uma equipe escolhida a dedo caso não fosse. Mas duvidava cada vez mais da sua capacidade.

— O que aconteceu agora? — Emily atravessou a porta da sala de Andrea com o pavor estampado em seu rosto.

— Eu preciso fazer os exames admissionais da empresa. — Andrea andava de um lado para o outro com uma mão na cintura e outra na boca, mastigando a ponta do dedo. Essa era uma mania que ela adquiriu depois que tudo aconteceu. Ela estava novamente com chinelos nos pés, mas dessa comprou um par novo e menos horrendo e tinha as unhas feitas, resultado de um final de semana de spa ao lado de Emily.

— Pelo amor de Deus, Andrea. Você quer fazer com que eu morra infartada? — Emily respirou fundo levando a mão ao peito e fechando os olhos depois de trancar a porta. — O que tem demais nisso para me ligar tão exasperada e me fazer cruzar todo o escritório correndo nesses sapatos?

Andrea parou e encarou Emily como se a achasse a pessoa mais burra do universo naquele momento, porém logo se acalmou, afinal, não tinha como a amiga pensar em tudo que se passava em sua cabeça. Se nem mesmo ela pensou que isso poderia acontecer, como Em pensaria? Sendo assim, Andrea suspirou e apertou as têmporas com a ponta dos dedos tentando afastar sua enxaqueca, sentando-se em sua mesa e encarando a amiga em silêncio.

— Andrea, você está me preocupando. Por que um exame admissional é tão rui... — A frase de Emily foi morrendo aos poucos enquanto sua mente clareava. Ela já estava sentada na cadeira frente à Andrea e seu queixo caiu. — Puta. Que. Pariu.

A redatora jogou o corpo para trás se encostando na cadeira confortável que não afastava nenhum pouco sua tensão muscular.

— E agora, Andy?

As sobrancelhas de Andrea se curvaram em confusão ao ouvir a forma com que a amiga usou para se referir a ela.

— Andy?¹

— Ora, por que a Sinclair pode te chamar pelo apelido e eu não?

— Eu odiei esse apelido, Emily. E pensei que não fosse adepta a eles.

— Mas não a corrigiu quando ela o usou.

— Teve um motivo pelo qual deixei com que ela continuasse me chamando assim e você sabe muito bem qual é.

Emily rolou os olhos e bufou, se encostando na cadeira depois de abandonar seu tablet e celular sobre a mesa.

— Isso não importa. Precisamos pensar no que fazer.

Upside Down | Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora