Parte 14

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Eu estou tão apaixonada por esse e pelo próximo capítulo que nem sei explicar. Espero que gostem tanto quanto eu ♥ 


A reunião tomou um caminho que Andrea não esperava. Jacqueline e Miranda trocavam farpas como se as vidas delas dependessem daquela edição. Versace era sim importante. Aliás, era uma das maiores patrocinadoras da Runway e todos sabiam que toda e qualquer publicação sobre a marca ou Donatella lhes renderiam muito dinheiro, porém nenhuma das duas editoras estava disposta a abrir mão. Até porque, oitenta por cento do lucro das vendas daquela edição iriam exclusivamente para a Runway que a publicou. Sendo assim, Miranda tinha sangue nos olhos. Ela queria a cabeça de Follet numa bandeja de prata. Todos trabalharam dia e noite para que cada detalhe fosse perfeito. Só não imaginaram que alguém vazaria todo o trabalho e entregaria a vitória de mão beijada para a revista francesa.

Eles não. Miranda sim.

Desde que começou a trabalhar na revista, a uma vida atrás, Miranda aprendeu pouco a pouco como lidar com pessoas daquele ramo. Infelizmente vazamentos e roubo de ideias faziam parte do ambiente editorial e ela sempre criava duas vertentes para se trabalhar: uma secreta e outra que quase todos sabiam existir. Ambas bastante inteligentes, mas uma, com certeza, tinha mais potencial que a outra. Sabendo que Jacqueline era capaz de tudo, ela usou o conhecimento adquirido ao longo dos anos para vencer. Não seria o suficiente para derrubar Follet, mas, por enquanto, bastava.

— É uma pena você ainda acreditar que sou tola, Jacqueline. — Miranda disse com um sorriso vitorioso nos lábios. Ela estava mais bonita naquele dia que em qualquer outro e os olhos de Andrea brilhavam em admiração. — Você achou mesmo que Donatella aceitaria um bando de jornalistas e fotógrafos acompanhando seus passos na semana mais importante do ano? Existem segredos a serem mantidos na moda, Follet, e você, como editora de uma das revistas mais importantes do segmento, deveria saber disso.

A mandíbula de Jacqueline estava tão rígida que Andrea pensou ter ouvido seus dentes rangendo. A redatora estava sentada numa das cadeiras da grande mesa assistindo o espetáculo de camarote. Amava observar a ira de Miranda quando não era direcionada a ela.

— Cante vitória, Miranda. Mas não ache que a guerra acabou.

— Eu, se estivesse no seu lugar, teria vergonha de me ameaçar.

O sorriso vitorioso deu lugar ao debochado e, pela vigésima vez naquele dia, Andrea suspirou.

— Você não sabe mesmo disfarçar.

A voz de Nigel alcançou seus ouvidos quando o ambiente tornou-se um frenesi. A editora-chefe já não estava mais lá e todos riam, aplaudiam e comemoravam a vitória. Andrea o olhou em questionamento e se levantou depois de pegar seu tablet.

— Do que está falando, Nigel?

— Estou me referindo a você babando por Miranda enquanto ela massacrava a Jacqueline.

Andrea riu balançando negativamente a cabeça, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha depois de abaixar os olhos e encarar os próprios pés.

— Viu só? Não disfarça e não nega.

— Não tem nada para negar, Nigel. Miranda é uma mulher incrível e sabe lidar como ninguém com pessoas e situações desagradáveis. Eu a admiro, sim.

— É uma boa desculpa. — Nigel disse dando um tapinha de leve no ombro de Andrea.

— Preciso trabalhar, Nigel. Ela é uma mulher incrível que ficará uma fera se os ajustes não estiverem prontos até hoje a noite.

Upside Down | Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora